Período marcado pela religiosidade, a Quaresma e a Semana Santa de São João del-Rei, antigamente, eram um tempo cercado por mistérios indecifráveis.Uma atmosfera de restrições, temores, crenças e superstições predominava entre as pessoas mais simples, por acreditarem que nesta época as relações mágicas entre os universos do Bem e do Mal estavam desequilibradas, afetando os homens, a natureza, enfim a ordem universal.
Era comum ouvir dizer que na Quaresma o Diabo estava solto na terra, tentando Jesus e perturbando os homens, provocando o acontecimento de coisas sobrenaturais. Por isso se rezava mais e com mais fervor, se fazia sacrifícios e se impunham diversas restrições. Fantasmas, assombrações, o Inimigo, tudo frequentava livremente o mundo dos vivos, pondo à prova a fé e a fidelidade humana a Deus. Tornando mais fértil a imaginação e a criatividade, facilitava o surgimento de muitas lendas e de um sem fim de crendices, que tornaram-se simpatias e se difundiram amplamente, sendo praticadas principalmente pelos mais crédulos, pessoas místicas e no meio rural.
Com o passar do tempo, a urbanização, a modernização dos costumes, a mudança de valores, a disseminação da informação, a democratização do processo educacional, o crescimento das religiões evangélicas, a evolução socioeconômico-cultural e o avanço científico alteraram substancialmente a forma como o homem vê o mundo e interpreta a realidade. Assim, exceto para os que ainda hoje se mantêm muito fervorosos, a Quaresma tornou-se um tempo extremamente comum. O universo fantástico que ela representava, totalmente desconhecido dos mais jovens, hoje nada mais é do que uma saudosa lembrança para os mais vividos. Ficou no passado, trocado pelo progresso e pelo desenvolvimento...
Entretanto, por mais que estejamos convencidos disso, a realidade nos leva a fazer uma pergunta: por que, neste período que se encerra na Sexta Feira da Paixão, mais claramente vemos mostras de crenças e práticas mágicas nos cruzeiros, esquinas e encruzilhadas da religiosa São João del-Rei?
Era comum ouvir dizer que na Quaresma o Diabo estava solto na terra, tentando Jesus e perturbando os homens, provocando o acontecimento de coisas sobrenaturais. Por isso se rezava mais e com mais fervor, se fazia sacrifícios e se impunham diversas restrições. Fantasmas, assombrações, o Inimigo, tudo frequentava livremente o mundo dos vivos, pondo à prova a fé e a fidelidade humana a Deus. Tornando mais fértil a imaginação e a criatividade, facilitava o surgimento de muitas lendas e de um sem fim de crendices, que tornaram-se simpatias e se difundiram amplamente, sendo praticadas principalmente pelos mais crédulos, pessoas místicas e no meio rural.
Com o passar do tempo, a urbanização, a modernização dos costumes, a mudança de valores, a disseminação da informação, a democratização do processo educacional, o crescimento das religiões evangélicas, a evolução socioeconômico-cultural e o avanço científico alteraram substancialmente a forma como o homem vê o mundo e interpreta a realidade. Assim, exceto para os que ainda hoje se mantêm muito fervorosos, a Quaresma tornou-se um tempo extremamente comum. O universo fantástico que ela representava, totalmente desconhecido dos mais jovens, hoje nada mais é do que uma saudosa lembrança para os mais vividos. Ficou no passado, trocado pelo progresso e pelo desenvolvimento...
Entretanto, por mais que estejamos convencidos disso, a realidade nos leva a fazer uma pergunta: por que, neste período que se encerra na Sexta Feira da Paixão, mais claramente vemos mostras de crenças e práticas mágicas nos cruzeiros, esquinas e encruzilhadas da religiosa São João del-Rei?
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Ilustração: Cristo na coluna (acervo do Museu de Arte Sacra de São João del-Rei) / reprodução da capa de antigo folder do MAS
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