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Mostrando postagens com o rótulo centro histórico

Quem mantém viva e acesa a alma de São João del-Rei?

O são-joanense. Você o conhece? Então me diz: - Quem é este ser, esta entidade, a quem se refere, quando genericamente se diz "o são-joanense"? Eis aí uma questão complexa... Longe de ser apenas um adjetivo gentílico, esta não é uma condição nata dos que vieram à luz sob o céu de São João del-Rei. Nem tampouco é um título que se concede aos cidadãos que escolheram o vale da Serra do Lenheiro para aqui viver. "O são-joanense" em questão é muito mais do que isto.  Engana-se também quem pensa que é um estado de espírito... São-joanense é aquele que herdou do tempo uma bagagem imensurável e intangível de mistério e sentimento e a materializa, corporalmente, no seu modo de ser, de pensar e de agir. De compreender este mundo e ainda em vida transitar pelo outro, quase todo dia. O são-joanense "legítimo" segue o relógio do sol, mede pelas estações do ano o seu tempo, que é a eternidade. Ele tem códigos próprios de comunicação e conduta, valores peculiares, lingua...

Entusiasmo, harmonia e felicidade nas cores de São João del-Rei

Às vezes, muito pouco é bastante para tornar a paisagem urbana de São João del-Rei, com seu belo casario, ainda mais bonita, alegre, poética e vibrante. E ninguém duvida que, vivendo em um ambiente visualmente mais estético, harmonioso e equilibrado, a rotina do dia a dia torna-se menos enfadonha e mais suave, fazendo as pessoas mais felizes. Mais beleza, mais conforto, menos estresse! Em nossa região, as estações do ano são bastante definidas e isso nos facilita perceber os tons firmes de nossa natureza - das montanhas, do céu, das árvores e das flores - o perfume característico de cada época, diferentes entre si, mas quase todos doces e suaves. O céu sempre azul, em certas épocas com pinceladas rosadas, avermelhadas, alaranjadas e mesmo arroxeadas, principalmente no crepúsculo e no amanhecer. O que isso nos quer dizer? Que a natureza faz a parte dela, mas que também precisamos fazer a nossa para deixar ambiente mais bonito. Na escolha das cores da fachada de nossa casa, por ex...

Quanto vale a Legalidade deste Chafariz de São João del-Rei?

O centro histórico de São João del-Rei é rico de belas paisagens e templos tão grandiosos que alguns monumentos importantes, muitas vezes, passam despercebidos até mesmo da própria população. É o caso do Chafariz da Legalidade, que há um bom tempo está abandonado, sob o pretexto de estar em obras. Uma pena! Ele é um monumento gracioso e delicado, erigido em 1833, para eternizar um momento importante da história da cidade, onze anos após a independência do Brasil. É o único chafariz de cantaria ainda existente em São João del-Rei e tem acabamento esmerado  e linhas arquitetônicas esbeltas  e elegantes, em um estilo artístico que nos leva de volta à época do Brasil Império. Fica em um larguinho muito simpático, no muro de arrimo do Grupo Escolar Maria Tereza. É cercado por um jardim verde, hoje muito mal cuidado, mas que  poderia ser transformado em um orquidário, em uma área de convivência. Com pouco esforço e um modesto investimento, poderia se tornar até  um ...

As boas coisas de São João del-Rei: a Taberna d'Omar e seus mistérios...

Em São João del-Rei, dizem que os menores frascos guardam os melhores perfumes e secretam os piores venenos. Quem aqui conhece a Taberna d'Omar não só confirma este adágio quanto fica completamente intrigado: como pode em um lugar tão diminuto se encontrar tantas coisas boas? Diminuto é quase pouco, pois o lugar é - alegoricamente falando - uma pepita de prata onde a Rua Direita fica estreita no centro histórico de São João del-Rei. Mas ali se degusta, e também se compra, o que de mais delicado e refinado existe para o paladar de quem procura uma pausa. Cervejas artesanais, cachacinhas especiais, drinks descomunais, chás orientais, sucos frugais, petiscos transcedentais e até mesmo o irrecusável cafezinho, que é a bebida preferida de muitos mortais. Queijo catauá do João Dutra? Lá tem. Doce de leite Caxambu? Lá tem. Geleias da própria casa? Lá tem... Livros do Professor Gaio? Lá tem. CDs das orquestras barrocas e dos músicos de São João del-Rei? Lá bem podia ter... Poucas m...

Líricos e poéticos becos de São João del-Rei: Beco do Salto, veiazinha de um coração colonial

O Beco do Salto é como uma veiazinha estreita e acanhada, na aurícula mais colonial do coração histórico de São João del-Rei. Unindo a Rua Santa Teresa à Rua Santo Elias e desaguando em esquina da casa mais antiga da cidade, tem por vizinhos próximos, quase porta a porta, uma grande pedreira com uma mina de ouro, a igreja e o Cemitério do Carmo, o Chafariz da Municipalidade, o Largo da Cruz, o Largo do Carmo e a Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei. Tão grande e por tanto tempo foram sua timidez e autoabandono que suas casas quase se autoarruinaram. Hoje, com restaurações, estão novamente reforçando sua face de outros tempos. A memória nacional ganha com isto. Personagens famosos, verdadeiramente importantes na cultura musical de São João del-Rei, moradores de um pequenino sobrado no Beco do Salto, foram o violinista Geraldo Ivon da Silva, o Geraldo Patusca, e sua primeira esposa, Maria José, a Maricota - ambos músicos da Orquestra Lira Sanjoanense. Ali, sob esta...