Em São João del-Rei, várias vezes no dia de hoje, os sinos da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Matriz do Pilar dobram vigorosamente, anunciando que é Quarta Feira de Trevas e chamando a população são-joanense para o Ofício barroco que será realizado à noite, com cânticos, orações e salmos que confortam pela passagem do sofrimento e morte de Cristo.
Debaixo de São João del-Rei existe uma outra São João del-Rei. Subterrânea, de pedra, cheia de ruas, travessas e becos, abertos por escravos no subsolo são-joanense no século XVIII, ao mesmo tempo em que construíam as igrejas de ouro e as pontes de pedra. A esta cidade ainda ora oculta se chega por 20 betas de grande profundidade, cavadas na rocha terra adentro há certos 300 anos. Elas se comunicam por meio de longas, estreitas e escuras galerias - veias e umbigo do ventre mineral de onde se extraíu, durante dois séculos, o metal dourado que valia mais do que o sol. Não se tem notícia de outra cidade de Minas que tenha igual patrimônio debaixo de seu visível patrimônio. Por isto, quando estas betas tiverem sido limpas e tratadas como um bem histórico, darão a São João del-Rei um atrativo turístico que será único, no Brasil e no mundo. Atualmente, uma beta, nas imediações do centro histórico, já pode ser visitada e percorrida. Faltam outras 19, já mapeadas, dependendo da sensi
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