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Mostrando postagens de agosto, 2019

Em São João del-Rei todas as ruas levam à religiosidade

São João del-Rei é território sagrado. Principalmente na região que compreende o centro histórico onde, a curtas distâncias entre si e das formas mais variadas, diversos marcos lembram e servem como pórticos para o são-joanense adentrar no universo profundo de sua religiosidade e chegar até as profundezas de sua fé, suas crenças e lembranças. Quem, andando pelos lados antigos de São João del-Rei, nunca viu um são-joanense, jovem ou mais vivido, interromper seu pensamento, diminuir o ritmo de seus passos e fazer o sinal da cruz ao passar diante de um cruzeiro, de um cemitério ou de uma igreja?  Este é um comportamento que, mesmo diante dos novos modelos, padrões e valores impostos pela sociedade hiperconectada, digital e virtual, continua firme como parte da rotina de muitos são-joanenses. E as razões são infinitas: pedir proteção divina, fortalecer-se na luta contra os maus e contra os males, abrir e desembaraçar os caminhos tortuosos e confusos, abrandar a ira e amansar o coraç

Uma noite de serenidade, delicadeza e encantamento em São João del-Rei

Serenidade e delicadeza. Estas duas palavras são o espelho da noite do dia 14 de agosto em São João del-Rei. Uma noite suave e amena, às vezes fria, em que o centro histórico são-joanense parece envolvido por um silêncio de paz e coberto por um céu azul claro de nuvens tênues, que se movimentam lentamente, esgarçadas pela luz branca de uma lua cheia discreta e contemplativa. Mas essa atmosfera de tanta beleza e calma certamente seria menos percebida, se não fosse nela que Nossa Senhora da Boa Morte sai às ruas de pedra e tempo, adormecida em seu esquife, enfeitado de flores claras e conduzido por padres vestidos de branco. Aliás, essa atmosfera talvez só exista, como presente do firmamento ao povo de São João del-Rei, para nela deslizar o cortejo que conduz Nossa Senhora. Nesse momento, incapaz de ser medido na escala do tempo, por seu misterioso encantamento que funde, em uma mesma era, passado e eternidade, tudo é reticentemente mágico e sem-fim. De tempos em tempos, no desl

Festa do Bonfim. Tesouro espiritual de São João del-Rei!

Gira o mundo, passa o tempo, renovam-se ideais, valores e desejos, vão-se costumes, fama, pessoas e nomes, apaga-se promessas, abandona-se juras... Acontece tudo, mas aqui tem coisas que não mudam: a fé do povo de São João del-Rei e o modo como os são-joanenses se relacionam com o que é sagrado. A intimidade de, ainda vivos, transitarem pelos territórios celestes a conversar com os santos, os recursos e expedientes que criaram e sustentam para fazer seus pedidos, empenhar votos, expressar confiança, agradecer intercessões e graças, atravessar séculos e esperar a vida eterna. É isso o que os são-joanenses fazem, com suas incontáveis e quase cotidianas procissões. É isso o que vai ser feito no próximo domingo - o primeiro do mês de agosto - no alto do Bonfim. A festa já começou há mais de uma semana, com novenas e procissões, mas seu ponto máximo será no anoitecer daquele dia, quando o sino, na torre pequenina, dobrará veloz e alegre e foguetes e fogos de artifício lançarão para