Quem disse que morto não anda? Bem, se anda ou não anda, isso ninguém ainda não viu, mas que cemitério muda de lugar, ah, isso muda. Pelo menos em São João del-Rei. Duvida? Então veja só: Ainda não havia acabado o século XIX. Era, mais precisamente, dia 30 de novembro de 1897, quando a Mesa Administrativa da Irmandade da Misericórdia de São João del-Rei foi convocada para tomar ciência de um documento que trazia um pedido inusitado - o fim imediato de sepultamentos no cemitério daquela irmandade. Como aquele campo santo ficava em frente à Santa Casa de Misericórdia, bastava atravessar a rua para que o defunto, tendo deixado a vida naquele hospital, chegasse à morada eterna. Então, se morto não incomoda a ninguém - a não ser os que tem a alma apenada - por que tornar mais longa a distância entre este e o outro mundo, levando os mortos para o "Cemitério da Fábrica", que ficava na entrada da cidade, na margem esquerda do Rio das Mortes? O ofício que, assim co...
Almanaque Eletrônico de difusão da cultura, memória e patrimônio vivo de São João del-Rei/MG, sonha ser instrumento didático-pedagógico de educação patrimonial.