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Mostrando postagens de abril, 2015

Orvalho e neblina matutina em São João del-Rei

                                          Em São João del-Rei                                           nas manhãs frias                                           de orvalho reticente                                           o sol inconfidente                                           sonha outros dias                                           outras Minas... Antonio Emilio da Costa                         

São João del-Rei é mais bela e mais misteriosa do que se imagina...

Uma joia preciosa da arte barroca em São João del-Rei está desde sempre - e permanentemente - à vista de todos, mas é conhecida por poucos. Inegavelmente tem muito do mestre Aleijadinho e integra a portada de uma das mais importantes obras que ele projetou: a nossa igreja de São Francisco de Assis. De tão bonito e delicado, o templo parece uma sinfonia celeste, composta em nuvens de pedra. Muita gente, tanto são-joanenses quanto turistas, já entrou na igreja mas não percebeu tão surpreendente joia, o que é tão fácil. Basta olhar para o alto quando se cruza o portal da igreja franciscana de nossa terra. Do que se trata? De um sublime medalhão com a face de Cristo brotando entre ramos de cravos. Seus olhos, de imaginárias pupilas, e a expressão hipnótica da boca dão a ela a impressão do Cristo Transfigurado no encontro com os profetas Moisés e Elias, na presença dos apóstolos João, Tiago e Pedro, em dias próximos à sua morte. A iluminação do Messias, realçada neste episódio que fi

São João del-Rei, templo do tempo, precisa pulsar no ritmo do coração

As cidades históricas são templos do tempo, são arcas da memória, são vertentes dos sonhos. Lugares sagrados, são testemunhas vivas de feitos e fatos, são o território da história, ou melhor são territórios onde a história habita. Quem vive em uma cidade histórica precisa ter consciência do privilégio que é viver em terras que por si só são espaços de memória, lembranças e recordações, constituídos por suas ruas e avenidas, seus becos, seus largos e suas praças. Neles, igrejas, casarões e monumentos estão o tempo todo a silenciosamente contar o que viram ao longo de tantos séculos. Quem administra uma cidade histórica precisa ter compromissos verdadeiros com a cultura e com a memória local, pois a saúde destes patrimônios depende muito de atitudes e decisões que só do poder público podem emanar. Principalmente os homens públicos têm na história a vitrine e o porta-retrato de sua competência, de seu comprometimento, de seus valores, da sua trajetória, do seu fazer. Quem visita

Arte Sagrada. Os santos desceram dos altares e se juntaram ao povo em São João del-Rei.

Em 2015, as cortinas cor de sangue que durante a Quaresma cobriram os altares da Matriz do Pilar de São João del-Rei, mais do que ocultar, revelaram. Isto mesmo. Revelaram a beleza e a riqueza de detalhes que quem visita o mais dourado templo barroco são-joanense não consegue ver de perto. É que desta Quinta Feira Santa até o Domingo da Ressurreição, todas as imagens de seis altares e dos oito nichos da matriz estão expostas ao público no Museu de Arte Sacra, na mostra temporária Arte Sagrada - Imagens da Catedral.  Da padroeira, Nossa Senhora do Pilar, até a beata Nhá Chica. De São Miguel e São Sebastião a Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora da Assunção. E também os recém-restaurados Santana Mestra e São Joaquim, além de São José, Santa Bárbara, São João Menino, os Anjos Custódios e tantas outras imagens barrocas, setecentistas e oitocentistas. Em uma das salas do Museu, o visitante pode admirar um requintado tapete processional, confeccionado com