Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2012

São João del-Rei, pioneira e vanguarda em Educação. Desde 1774...

São João del-Rei sempre deu grande valor à Educação. Documentos levam a crer que no século XVIII, naVila de São João, se buscava as letras com a mesma sede e com o mesmo afinco que se catava ouro na Serra do Lenheiro. Prova disto é que no dia 30 de janeiro de 1774, portanto há 238 anos, foi formalmente criada, naquela Vila, a  Aula Régia de Latim. Como para muitos historiadores, esta foi a primeira escola pública criada na Capitania de Minas, 30 de janeiro é uma data que merecia ser dignamente festejada em São João del-Rei!

Carnaval São João del-Rei 2012 - Uma embolada de alegria. Bloco na rua dia e noite. Noite e dia!

São tantos, tão criativos, sugestivos e inusitados os nomes dos blocos que fazem o Carnaval de Rua de São João del-Rei que pode ser uma divertida brincadeira pré-carnavalesca elencá-los em uma " embolada " - exercício literário despretensioso e popular muito comum nas feiras nordestinas. Como estamos às margens do Lenheiro, tentemos  do nosso jeito, de cá: - Psiu! Ei! Meninas!...  Vamos a la playa , virar uma Cambalhota , t omar uns Birinight s, chupar Pirulito  e comer Arroz com Vinagreti ? , convidou o Gato de Botas às fogosas e despudoradas  Piranhas . Mas elas, se juntando no Largo do Carmo  às debochadas  Domésticas e atraídas pelo hipnótico som do Bombatuque , por volta da Zero Hora , responderam:  Trem Bão  mesmo é arrebentar as Pérolas e depois enfiar uma a uma na maior Bandalheira ; matar a sede no Alambique , chafurdar na lama do Pantanal , beber no Copo Sujo toda a Cachaça Acumulada ... A conversa ia ficando quente mas sempre naquela Lesma

Carnaval de São João del-Rei 2012 durará onze dias

Quando, às 14 horas do dia 11 de fevereiro, nas imediações do Kibon, erguer-se o grande estandarte branco - estampado com a planta de quatro pés em afetiva e sugestiva posição amorosa - e os instrumentos  de metal soprarem os primeiros versos de qualquer conhecida marchinha carnavalesca, estará dado o grande e esperado sinal: o Carnaval de Rua de São João del-Rei está começando. E começando bem, pois é a Bandalheira que vai passar. Com mais de 30 anos abrindo o Carnaval de Rua da cidade, a Bandalheira é uma tradição. Um bloco pacífico, que à luz do dia percorre um pequeno trecho do centro histórico. Seu combustível? Música, alegria, amizade, entusiasmo, empolgação, juventude de espírito e, claro, cerveja. Muita cerveja... Desde aquele instante até o amanhecer do dia 22 de fevereiro, serão onze dias seguidos (e onze noites!) de desfiles, quando 38 blocos concentrarão e arrastarão foliões e brincantes por todos os bairros da cidade. Como uma cruz, do Tejuco a Matozinhos. Do Bonfim ao

São João del-Rei. Cidade mais iluminada do que uma noite de céu estrelado

A bela iluminação das igrejas barrocas e dos monumentos grandiosos de São João del-Rei agrada os são-joanenses ao mesmo tempo em que surpreende e encanta turistas e visitantes. Mas engana-se quem pensa que este requinte é coisa que chegou com a luz elétrica. Pelo contrário, muito antes do invento de Thomas Edson, já era tradição iluminar decorativamente toda a Vila de São João em ocasiões especiais. Não só os edifícios religiosos e monumentais, mas todas as casas, independentemente do status de seus donos ou de seu porte arquitetônico. Em 1816, por exemplo, de 26 a 29 de janeiro, por ordem da Câmara, todos os moradores da Vila de São João del-Rei iluminaram a fachada de suas casas, para comemorar a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido aos de Portugal e Algarves. Na mesma ocasião, também por demanda da Câmara, foi oficiada missa cantada, com o "Senhor Exposto" e Te-Deum Laudamus naMatriz do Pilar, " pelo benefício que acaba de receber das mãos de Sua Alteza

Carnaval de São João del-Rei pode ter mais do que Liberdade Condicional

Carnaval, com certeza, dura mais do que três dias, ou, sendo mais objetivo, dura o tempo todo que nele se pensa ou que dele se lembra. A não ser a data fixada por calendário e o estabelecimento de "áreas" geográficas e cronológicas que, disciplinadoramente, fixam locais e horários, e da oficialização manifesta pelo estabelecimento - por meio da subvenção - de algumas atividades organizadas, como desfiles das escolas de samba, blocos, ranchos, tudo no Carnaval genuíno é espontâneo. Algo como se fosse a subjetividade coletiva. Por isso, vez por outra se ouve dizer " espírito do carnaval ", " alma carnavalesca " e por aí afora... Pensando assim, chega-se à conclusão que Carnaval, no seu sentido autêntico e verdadeiro, é uma festa onde não cabe a "liberdade condicional", ou seja, é uma festa que transcende a oficialização que tentam adotar como sua determinante. Indo direto ao assunto, falo do fato de condicionarem e submeterem esta prática cultur

Batucada de sinos? Em São João del-Rei tem...

Todos os muitos sinos de São João del-Rei plangem. Tocam. Tangem.  Dobram. Repicam. Batucam. Epa! Batucam? Isto mesmo, batucam. E não é no carnaval nem em nenhuma outra festa de origem afro-brasileira, como as Congadas e Folias de Reis ou de São Sebastião. É nas chamadas, saídas e chegadas de determinadas procissões que os sinos são-joanenses batucam. No alto das bisseculares torres das igrejas coloniais de São João del-Rei, Batucada é o nome de um repique muito festivo e alegre, em ritmo que lembra a batucada feita com um conjunto de tambores. Este repique tem variações: . Batucada franciscana é uma modalidade mais sofisticada e complexa da batucada tradicional, ao passo que o Batuqinho caracteriza-se por ser um repique mais simples, porém mais veloz. Viu como, por mais que a gente conheça, o patrimônio cultural de São João del-Rei é surpreendentemente muito mais desconhecido, original e rico do que a gente imagina? ...........................................................

Pequeno Abecedário dos toques de sinos de São João del-Rei (3ª Parte)

" Sinos começam a dobrar e todo me envolve uma sensação fina e grossa. " Assim o poeta Carlos Drummond de Andrade finalizou o poema São João del-Rei , publicado em 1929 em seu primeiro livro, batizado Alguma Poesia .   Na sua passagem pela cidade, o poeta surpreendeu-se com a riqueza sonora de São João del-Rei - dos apitos da maria fumaça e das fábricas de tecido até o dobrar dos sinos - patrimônio que não encontrou em nenhuma outra cidade histórica que visitou na mesma época e retratou no conjunto poético Lanterna Mágica , também presente no livro Alguma Poesia . A este propósito, avancemos na terceira parte da relação de nomes dos toques dos sinos de São João del-Rei, apresentando os dobres fúnebres . Dobre fúnebre para homem - Três séries de dobres simples (de uma pancada), começando pelo sino menor, passando pelo médio e em seguida pelo maior, descaindo-se os sinos após cada série, executadas nos sinos da irmandade a que o falecido pertencia. Dobre fúnebre para mu

São João del-Rei tem, à vista, tesouros que ninguém sabe, ninguém conhece nem reconhece

Hoje, 20 de janeiro, é dia de São Sebastião. Em São João del-Rei, o culto ao mártir crivado de flexas chegou junto com as primeiras alvoradas do século XVIII. Era uma devoção tão fervorosa que, segundo o livro Piedosas e Solenes Tradições de Nossa Terra - Volume II , editado pela Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, a imagem que se venera naquela catedral e sai em procissão uma vez por ano foi salva da capela que, em 1709, incendiaram durante a Guerra dos Emboabas. Invocado defensor contra a " peste, a fome e a guerra " , São Sebastião, naquele episódio, não teve dúvida nem culpa e legislou em causa própria. Com suas quatro setas de prata, saiu ileso das chamas daquele sangrento e traiçoeiro combate para viver, há séculos, glorioso em um altar dourado lateral na Matriz do Pilar, casa da  padroeira de São João del-Rei. Ao que tudo indica, além do povo, o poder também tinha grande apreço e devia muitos favores a São Sebastião. Tanto que no século XVIII, por várias vezes, sua

São João del-Rei nas escolas de Minas

Nos anos sessenta  e cinquenta do século XX (ao que tudo indica também nos anos quarenta), a história de São João del-Rei fazia parte do programa oficial da disciplina História de toda a rede de ensino público de Minas Gerais. Prova disto está na ilustração deste post. Ela reproduz a página 82 do livro Vamos Conhecer Nossa História? , de autoria da pedagoga Leonilda S. Montandon e adotado pelas escolas públicas para o terceiro ano do Curso Primário, hoje Ensino Fundamental. A edição reproduzida na ilustração foi impressa em 1967 pela Editora do Brasil em Minas Gerais, é numerada (livro nº 1.427) e tem prefácio escrito por Abgar Renault. Mas um fato interessante é que, antes dela, haviam sido lançadas outras 26 edições da mesma obra, o que permite supor que a primeira edição, possivelmente, deve ter sido lançada por volta de 1940. Clique sobre a ilustração e leia o que se ensinava sobre a história de São João del-Rei em Minas Gerais naquela época.

Tencões & terentenas: mais São João del-Rei no ciberespaço.

Desde o mês de dezembro, São João del-Rei está ainda mais presente no ciberespaço. Marcando as comemorações do primeiro aniversário deste almanaque eletrônico, postagens deste blog passaram a ser publicadas também na revista eletrônica Nota Independente e no jornal O Tempo online . A coluna preservou o nome Tencões & terentenas e semanalmente, às quintas feiras, republica posts aqui divulgados. Em tempos pós-modernos marcados pela virtualidade, pela desfronteirização e pela territorialização imaginária, quem ganha com isto é São João del-Rei. Vê alargar-se ainda mais os horizontes de sua difusão cultural, com benefícios diretos de imagem e ganhos atuais e futuros no segmento Turismo. Ao ilustrador Bruno Grossi, Tencões & terentenas agradece pela parceria, apoio e colaboração. Navegue pelos sites de nossos parceiros, que são: . Nota Independente - www.notaindependente.com.br . O Tempo online - http://www.otempo.com.br/blogs/?IdBlog=85

As cem horas que o Imperador do Brasil passou em São João del-Rei

No dia 19 de janeiro de 1831, São João del-Rei recebeu uma visita importante. Na época, a autoridade política mais elevada do país. Ninguém menos do que o imperador Dom Pedro I, que permaneceu na cidade por quatro dias. Tempo suficiente para acontecerem alguns fatos grandiosos e outros, digamos assim, inesperados. No primeiro caso, demonstrando a cultura refinada de seu povo, São João del-Rei homenageou o ilustre visitante com recitais de literatura e poesia, inclusive com a leitura de uma ode especialmente composta para Sua Majestade, o Imperador do Brasil. Fato surpreendente e desapontador foi o comportamento dos " moços de estribeira " (cavaleiros da guarda de Dom Pedro) que, contrariando as ordens imperiais relativas à conduta ética, extorquiram grandes quantias dos donos das casas que os hospedaram. Segundo o historiador Xavier da Veiga, na obra clássica Efemérides Mineiras , Dom Pedro reprovou-os duramente. " Houve-os por indignos de seu serviço e os fez desped

Pequeno Abecedário dos toques de sinos de São João del-Rei (2ª parte)

 Na vasta relação dos toques de sino de São João del-Rei, as " chamadas " ocupam um lugar especial. Como o nome tão claramente diz, são sinais sonoros empregados com a finalidade de chamar os irmãos para solenidades, celebrações e eventos religiosos católicos específicos, sendo mais comuns: Chamada de irmãos às eleições e definitórios   (toque) - Nove pancadas no sino grande nos seguintes intervalos: 1 hora, 30 minutos e 15 minutos antes do horário das eleições ou dos atos definitórios. Esta chamada é feita apenas quando os eventos se realizam separadamente de outras cerimônias para as quais os irmãos já tenham sido chamados. Chamada de irmãos para enterros (toque) - Dezoito pancadas no sino principal da irmandade, confraria ou ordem terceira da qual o falecido foi irmão em três intervalos de 15 minutos (45, 30 e 15) antes do horário do enterro. Chamada de sineiro, ajudante de sineiro e sacristão (toque) - 3 pancadas fortes que vão se sucedendo, primeiro acelerando o

Concerto crepuscular em São João del-Rei

Quem estiver em São João del-Rei não pode perder a este crepuscular recital. Quem não estiver, mas puder, faça tudo para comparecer! O instrumento? Um raro órgão de tubos, fabricado na região de São João del-Rei em finais do século XVIII. O  único de origem civil em funcionamento que foi confeccionado no Brasil Colônia, com técnicas manuais e matérias-primas locais. A concertista? Ninguém menos que Elisa Freixo - organista titular da Arp-Schnitger da Sé de Mariana (MG), com passagem pela Escola de Música de Hamburgo, na Alemanha. O programa? Com certeza o melhor da música barroca... Então, agende : dia 19 de janeiro (quinta-feira), às 18h30, no Museu Regional de São João del-Rei – Rua Marechal Deodoro, 12, Largo Tamandaré - Entrada Franca.

No raiar de São João del-Rei, o povo tinha vez e voz! E alimentos...

A História não nega: nos tempos coloniais, especialmente nas vilas do ouro, o poder era exercido com punhos cerrados, de ferro. Entretanto, em São João del-Rei, talvez pela representatividade e participação popular, houve vezes em que as necessidades povo, em alguns aspectos, foram postas em primeiro lugar. No dia 16 de janeiro de 1774, por exemplo, a Câmara de São João del-Rei lavrou edital determinando que " nenhum carro, cavalo ou besta de qualquer espécie de mantimentos se descarregasse nas casas de negócio antes das 4 horas da tarde ." Mais cedo do que este horário, deveriam percorrer todas as ruas, becos, largos e recantos da vila, oferecendo os produtos para que o povo fizesse suas compras antes que artigos e alimentos fossem postos à venda nas casas comerciais. O edital determinava também que os lavradores não podiam vender aos negociantes mais do que a quantidade necessária para o adequado abastecimento de seu comércio. Com isso, evitava a formação de grandes est

Pequeno abecedário dos toques de sino de São João del-Rei - 1a parte

Tantos são os toques de sino de São João del-Rei que a relação de seus nomes, a contar da primeira inicial, chega perto de um alfabeto completo. Tencões & terentenas , no limite das pesquisas que forem possíveis, em várias publicações, divulgará vários deles, sumariamente caracterizando, descrevendo e informando as ocasiões e situações em que ainda hoje são executados. Confira: Agonia (toque) -  Nove pancadas no sino principal da irmandade ou confraria a que pertence o irmão agonizante. Normalmente o espaço entre as pancadas corresponde ao tempo de se rezar uma Ave Maria. Por origens históricas, não é incomum que esse toque seja feito no sino da Igreja de Nossa Senhora das Mercês independentemente de o cristão doente ser ou não filiado à irmandade ali sediada. Almas   (toque) - Assim é chamado o último Angelus do dia, executado em horários diferentes, segundo duas estações do ano: às 21 horas no verão e às 20 horas no inverno. Possivelmente a dicotomia verão / inverno foi a f

Quando a alegria perturbou a ordem pública e foi proibida na Vila de São João del-Rei

O barroco, em São João del-Rei, não é apenas um movimento estético-artístico . A alma de São João del-Rei é extremadamente barroca, o que desde a origem setecentista fez da cidade terra de dualidades; de contradições e contrastes harmoniosos. É assim até hoje. Por um lado, o povo são-joanense cultua e cultiva o sentimento trágico e a expressão dramática da existência humana e da ordem divina e  universal, principalmente através dos rituais religiosos que há três séculos se repetem nos ofícios sacros, novenas, encomendações de almas e procissões. São tantos e tão importantes que constituem marcos no calendário civil. Por outro, celebra com grande entusiasmo tudo o que é mundano, naturalmente espontâneo e até profano, nas festas coletivas e populares como o carnaval, festivais diversos, serestas, cortejos, desfiles, rodas de samba, capoeira e toda forma do que hoje muitos chamam de folclore. Em São João del-Rei, a fé e a alegria se equivalem - ambas são crença no aquém, no aqui e n

Astro de Minas iluminou a chegada do primeiro "Doutor Médico" a São João del-Rei

Mesmo com a decadência do ciclo do ouro, que afetou o desenvolvimento de importantes vilas mineiras a partir do fim do século XVIII, São João del-Rei não diminuiu seu desenvolvimento nem perdeu sua condição de um dos mais importantes centros urbanos de Minas Gerais. Prova disso é que o jornal são-joanense Astro de Minas , que circulou no dia 10 de janeiro de 1835, assim noticiou, com grande entusiasmo, a chegada novo morador ilustre à cidade: " Acaba de chegar nesta Vila o senhor Francisco José de Araújo e Oliveira, formado em Cirurgia e Doutor em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, para fixar residência neste lugar. É o senhor Oliveira um dos sete primeiros que receberam no Brasil o grau de Doutor, o que não nos faz mais preciso atravessar os mares para irmos mendigar em países longes e estranhos o socorro das Ciências. Principiamos a aprendê-las em nosso próprio país. Possa isto servir de incitamento à nossa mocidade, por natureza talentosa. " Há 177 anos, Doutor

São João del-Rei, cingida de sangrento vermelho, saúda São Sebastião

" São Sebastião, livrai-nos da peste, da fome e da guerra !" Talvez seja esta invocação que tenha tornado o santo crivado de flexas tão popular em São João del-Rei desde os primeiros tempos, no alvorecer do século XVIII. Tempos em que o ouro era catado à mão sobre a terra, entre cascalhos na Serra do Lenheiro. Tempos em que a cobiça e a morte reluziam mais do que o ouro fazendo com que, em meio a tanta riqueza, se morresse de fome, de febre, de inanição, de disputas, de emboscadas, de traições, desumanidades, atrocidades e guerras. Como a sangrenta Guerra dos Emboabas, que fez arder em chamas vermelhas o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes, nos idos de 1709. O culto a São Sebastião, em São João del-Rei realizado na Matriz do Pilar, é dos poucos que reunem, a um só tempo, expressões barrocas e manifestações da cultura popular. Enquanto a Folia de São Sebastião, com seus instrumentos populares e bandeira, percorre as ruas periféricas e alguns becos e lar

Sanfona de Prata do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, chorou saudades de São João del-Rei

 Não é de hoje que São João del-Rei está presente na obra de grandes nomes da cultura brasileira, independentemente da área em que atuam e se destacam: artes plásticas, poesia, música, cinema, fotografia e muitas outras linguagens que expressam  o que há de mais elevado no pensamento e no sentimento humanos. É vasta a lista de artistas que moraram à sombra da Serra do Lenheiro, juntando-se aos que aqui nasceram e desfrutando da riqueza cultural que a cidade cultiva e a todos proporciona. O pernambucano Luiz Gonzaga, por exemplo, morou por algum tempo em São João del-Rei na década de trinta do século passado, na ocasião como militar do Exército. Antes de ser consagrado Rei do Baião, na cidade era conhecido como "bico de aço", por ser um excelente corneteiro. Naquele tempo, a gratidão e a amizade que Luiz Gonzaga sentia por São João del-Rei eram tão profundas que ele gravou, em seu primeiro disco, a música instrumental Saudade de São João del-Rei , composta por Turquinho. O

Folia de Reis - Tradição muito mais do que centenária de São João del-Rei

 Realizadas no período que vai de 25 de dezembro a 6 de janeiro, as Folias de Reis são manifestações populares importantes no calendário cultural de São João del-Rei. Organizadas espontaneamente por grupos formados em bairros periféricos ao centro histórico, suas toadas e danças têm função evangelizadora: violeiros, sanfoneiros, tocadores de pandeiro, triângulo e reco-reco, dão ritmo à movimentação de diversos personagens, entre os quais o mascarado Bastião - tudo para lembrar a viagem que fizeram os três reis magos do oriente, seguindo a Estrela Guia até Belém, para entregar presentes ao recém-nascido Menino Deus. O valor arrecadado geralmente é entregue à ígreja católica do bairro ou a alguma obra social, e, mais raramente, empregado também para a compra de uniforme e instrumentos para o grupo. Notícias publicadas na imprensa são-joanense provam que já na metade do século XIX as Folias de Reis aconteciam expressivamente em São João del-Rei. Segundo estudiosos do tema, o artigo ass

Tencões & terentenas 365 dias. 294 publicações. Quase 23 mil vezes São João del-Rei!

Neste 4 de janeiro, o almanaque eletrônico Tencões & terentenas completa o seu primeiro aniversário. Precisamente às 13 horas e 27 minutos, quando foi publicada a primeira postagem " Democratizar mais a cultura de São João del-Rei " (link abaixo). De lá pra cá, sempre autônomo e independente, " livre e desimpedido " o blog não parou mais: publicou 294 posts (a intenção era ter publicações diárias, mas ninguém é de ferro!), foi visitado 22.700 vezes e acessado em todos os continentes, principalmente - além das terras brasileiras -  nas Américas e na Europa, de norte a sul, de leste a oeste. Mas o ranking inclui também o Oriente Médio e países como Camboja, Índia, Filipinas e outros. Seus posts  receberam 125 comentários e, pelo ineditismo de sua proposta, Tencões & terentenas foi citado em diversos blogs são-joanenses, mineiros e até portugueses. Divulgou o retrato poético de São João del-Rei na poesia de grandes nomes, como Carlos Drummond e Oswald de

São João del-Rei, 360 graus. Dia e noite.

Para nativos e forasteiros, São João del-Rei é sempre um destino irrecusável. Ímpar em suas riquezas naturais e culturais, que vão da abissalidade de suas betas de ouro, das profundezas do Olho D'Agua que brota da pedra na Serra do Lenheiro, com o Canal dos Ingleses e as milenares grutas com pinturas rupestres datadas de 9 mil anos, até a eternidade das músicas barrocas compostas por são-joanenses mulatos nos séculos XVIII e XIX. Da imemorialidade das orquídeas, dos jasmins e dos manacás, debruçados nos muros e nas sacadas até a contemporaneidade dos tapetes processionais feitos de areia, serragem, sementes e pétalas. Da antiguidade material e estética dos templos dourados, das pontes e monumentos feitos de pedra, adobe e  cal até o sabor fugaz de amêndoas, bolinhos de feijão, cachaça com mel, picolé do "Seu" Amado e pastéis de sabor apaixonado Romeu e Julieta. Da teluridade cheirosa de alecrins, arnicas, manjericões e rosmaninhos até a sonoridade secular e para sempr