Na São João del-Rei de outrora, os ditados e expressões populares eram poderosos recursos de linguagem na comunicação informal. Nesta terra onde os sinos falam, a língua do povo falava muito estas curiosas, surrealistas e inusitadas expressões, muitas delas com cores e significados locais. Não são raros os são-joanenses, principalmente os mais vividos - para não dizer os mais antigos, ou, ainda, os mais velhos -, que ainda hoje, nas suas conversas cotidianas, usam estas enigmáticas expressões da sabedoria popular para: justificar ou reforçar opiniões pessoais ou de terceiros, transmitir conhecimento, alertar, aconselhar, advertir ou simplesmente colocar uma pitada de humor e tornar mais leve e lúdico um assunto, que muitas vezes é espinhoso, indesejável e indigesto. Com o tempo, muitos ditados populares foram se tornando menos propagados e, consequentemente, menos conhecidos e pouco transmitidos entre sucessivas gerações. Alguns chegaram muito perto do desaparecimento e hoje são menci
- São João del-Rei é uma cidade histórica, patrimônio cultural do povo brasileiro, certo? - Certo. - São João del-Rei é um museu a céu aberto, certo? - Não. Mas objetivamente isto não é bom nem ruim. É a realidade da cidade, fruto de sua própria história. E é a história que se escreve a si própria! - Como assim? - Nossa cidade se relaciona com seus bens materiais e imateriais a partir da dinâmica que é própria dos tempos atuais. Deste modo, tais bens deixam de ser coisa do passado para se tornar parte de um cotidiano em constante e espiral movimento. Analisando com objetividade, racionalidade e isenção, vemos que aqui, culturalmente, o passado não ficou congelado no passado, como em uma vitrine onde o tempo não passou. O passado em São João del-Rei não é uma representação, não pode ser descrito como "era uma vez". Ele continua vivo porque é revisitado e revivido, atualizado, como parte da vida dos são-joanenses, que são - eles próprios-, exclusivamente, os agentes e sujei