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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Carnaval 2014. Em São João del-Rei, quem for Momo sempre será majestade!

Encerrado o Ciclo do Natal, que em São João del-Rei imaginariamente se prolonga até o dia 20 de janeiro, dedicado a São Sebastião, a cidade já respira ares irreverentes e se mobiliza para o Carnaval. Afinal, entra ano, sai ano, em São João del-Rei, Momo sempre será majestade. A folia que se prepara, agora, é outra e outro fim não tem senão celebrar a irreverência, a beleza e a alegria. Figurinistas movimentam lápis e tintas, desenhando as fantasias. Carnavalescos constroem alegorias. Mestres de bateria recrutam seus exércitos, que toda noite repicam tamborins, surdos e frigideiras nas praças, nos largos, nos estacionamentos, na frente dos cemitérios. Pastoras acertam os passos no ritmo dos sambas. Madrinhas de bateria, qual sereias sacodem seios, qual serpentes contorcem ancas, quadris e abdomens esculpidos a sonho quente, vaidade, inocência, luxúria e desejo ardente. Daqui a pouco mais de duas semanas, a festa começará em São João del-Rei, para durar quase 20 dias. Dela partici

Fortim dos Emboabas: riqueza ainda escondida entre as pepitas de ouro de São João del-Rei

O passado de São João del-Rei, notadamente nos tempos coloniais, resplandece não só de ouro e arte. Ele reluz fatos históricos decisivos em um momento em que Minas Gerais nascia e o Brasil, ainda Colônia Portuguesa, firmava as juntas na construção de sua identidade - como povo e como pátria. Mas São João del-Rei - é verdade - ainda não utiliza, convictamente, a lembrança de fatos históricos em favor do seu fortalecimento turístico. Um dos mais antigos e marcantes acontecimentos que literalmente incendiaram o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar foi a Guerra dos Emboabas. Em um brutal enfrentamento acontecido na região ocorreu o sangrento Capão da Traição - episódio violento no qual forasteiros "emboabas", vindos de toda parte para Minas em busca de riqueza, enfrentaram e massacraram os bandeirantes paulistas que insistiam pela exclusividade na exploração e posse das minas de ouro. Hoje na sombra do passado, o Capão da Traição foi definitivo na criação das primeira

Minas se redescobre. São João del-Rei se reinventa. O tempo todo! Todo dia...

Desde a era geológica, quando se formaram os minerais, Minas Gerais se redescobre. Em humanismo, em arte, em ideais, em religiosidade, em labor, em sabedoria, em conhecimento, em sentimento, em crença, em confiança, em fé, em harmonia. É esta face múltipla, singular, complexa, plural, diversa e única de Minas Gerais que o povo de São João del-Rei pode ver em exposição mo Memorial Dom Lucas Moreira Neves, até o próximo dia 30. Nesta mostra, o fotógrafo Marcio Carvalho apresenta o resultado de novos olhares sobre a paisagem e a realidade de Minas - enquadramentos, luzes, ângulos e efeitos naturais mostrando o que, na ótica cotidiana do dia a dia atual, normalmente a pressa e o olhar banal não  nos deixam enxergar. Se Minas se redescobre, São João del-Rei se reinventa o tempo todo. Se reinterpreta, se recria, se renova, se regenera, se recupera, ressurge. Em vida, São João del-Rei se ressuscita! Na manhã de cada dia...

Com face própria, "Mais Amor Por Favor" movimenta São João del-Rei

No século XVIII, por volta de 1790, uma carta anônima acendeu labaredas de pavor na população da Vila de São João del-Rei. Trazida pelo vento e corrida de mão em mão, anunciava o advento de prisões, devassas, castigos, degredos, orfandades e confisco de bens. Na Comarca do Rio das Mortes, o sangue fervia como rios de fogo incendiados pelos ideais de liberdade. Era a Inconfidência Mineira. Em 2014, novamente as cartas surpreenderam os moradores de São João del-Rei. Não as cartas do tarô ou baralho, nem as cartas anônimas. No entardecer do dia 15 de janeiro, quem passava pelo centro histórico da cidade foi surpreendido recebendo uma carta de amor. Esta intervenção no cotidiano foi ação do projeto " Nós, Marílias ", desenvolvido pela atriz e produtora cultural Nadja Dulce que, inclusive, já morou na cidade. Quem recebia a carta era brindado também com sua leitura, pela bela moça. O dia a dia de São João del-Rei é, no bom sentido, muito movimentado e intenso. A rotina do l

Destombamento da Avenida Hermilo Alves deixou cicatriz inapagável na paisagem de São João del-Rei

Os representantes do povo, legitimados por meio do voto para o poder legislativo municipal, são defensores da memória coletiva da população que os elegeu? Lamentavelmente, nem sempre! Em São João del-Rei, isto aconteceu no começo da década de 1990, mais precisamente no dia 21 de março de 1990, quando a Câmara Municipal promulgou a Lei Orgânica que destombou construções de valor histórico situadas na Avenida Hermilo Alves. A proposta, do vereador José Vicente Davin, deixou fortes, inapagáveis e irrecuperáveis cicatrizes no conjunto arquitetônico eclético daquela importante via são-joanense. Na ocasião, a dois anos das grandiosas comemorações do Bicentenário da Inconfidência Mineira, o assunto ganhou destaque na imprensa de Minas Gerais e assim foi divulgado no jornal Hoje em Dia - página 25 do caderno Cultura -, edição de 05/04/1990: " Prédios históricos estão sendo destombados Em São João del-Rei, vereadores revogaram  decreto que preservava construções especiai

São João del-Rei está em festa. Viva São Sebastião!

No calendário religioso-festivo de São João del-Rei, o dia de hoje tem uma cor especial: é vermelho.  Dia de caráter e coragem, dia de saúde e seiva, dia de fartura e força. Dia de São Sebastião. Desde cedo, há uma movimentação mais intensa na Matriz do Pilar. São devotos do santo - em grande número vestidos de vermelho - pedindo ao mártir proteção contra a peste, a fome e a guerra, que são os grandes inimigos do povo e de São Sebastião. Desde cedo, o coração dos "folieiros" bate mais forte, no mesmo ritmo em que afinarão seus instrumentos para, depois da procissão, fazerem bonito  no adro da igreja com sua Folia de São Sebastião.

São João del-Rei. Sinfonia do tempo!

Barroquice contemporânea, São João del-Rei é uma sinfonia do tempo. Poética dinâmica, trissecular. A história viva levando à cabeça, numa trouxa azul, o passado a passear, de mãos dadas com o presente. Entre sinos, smartphones , sonetos, sentimentos, suplementos, sacadas, saraus , sushis, seveiras, seteiras , sex shops, passinhos,  pelourinhos, poemas, pontes de pedra, presépios, preces, platibandas, partituras, procissões, paixões, pensamentos, pressentimentos, passamentos, picolé do seu Amado, pastel do Sô Geraldo, pão de queijo do Lelé, terreiros, cruzeiros, canteiros, jardins, alecrins, bugarins, lambrequins, botequins, quinquenas, trezenas, novenas, terentenas - todo o encantamento e o mistério que são a alma deste lugar. Este vídeo  http://vimeo.com/81501937  mostra isto!

São Sebastião: contra a peste, a fome, a guerra, a amargura e a tristeza, protetor de São João del-Rei

De um lado, o sonhado Eldorado. O ouro a rolar entre o redondo cascalho, a misturar-se às raízes do capim silvestre, a escorrer pelos fios d'água, a se infiltrar em veios profundos no meio do quartzo rochoso. De outro, a cobiça, a violência, a ganância, o desvario, as febres, as crenças, as trapaças, os homicídios, delírios, traições, desorientações e alucinações. No meio de tudo, no ponto de exato equilíbrio entre os lados extremos - a falta, a falsidade, o feitiço, a fúria e os funestos sentimentos. Foi neste universo que São Sebastião chegou a São João del-Rei, mal amanhecera o século XVIII para, com seu lume, seu poder e suas flechas, abrandar os ânimos, abrir os caminhos, clarear as noites, iluminar as trevas da alma e proteger são-joanenses e forasteiros contra a peste, a fome e a guerra. Sua primeira casa foi a capela de capim e taipa, erguida no Morro do Bonfim e incendiada na Guerra dos Emboabas - idos de 1709. Mas ele sobreviveu e hoje vive altivo em altar dourado

Declarações de amor a São João del-Rei, pelos 300 anos de Vila

Os trezentos anos de instituição da Vila de São João del-Rei não foram comemorados unicamente por meio de eventos culturais coletivos, realizados mais concentradamente em dezembro de 2013. Pelo contrário, de modo mais mineiramente discreto, mas não menos importante, vários são-joanenses - nativos ou não nascidos em São João del-Rei - encaminharam mensagens à cidade, por meio do blog São João del-Rei 300 anos http://saojoaodelrei300anos.blogspot.com.br/ São declarações de amor, singelas e sinceras, agradecendo à cidade pelo que ela representa em suas vidas e revelando como as histórias - de São João del-Rei e dos "amoráveis declarantes" - se entrelaçam. Num exercício de licença poética, o blog se permitiu, inclusive, imaginar mensagens que o alferes Tiradentes e a são-joanense inconfidente Bárbara Eliodora dedicariam à cidade. Para conhecê-las, assim como algumas outras recebidas, clique nos links abaixo: . Tiradentes -  http://saojoaodelrei300anos.blogspot.com.br/2

Tencões e terentenas: três anos e quase cem mil vezes São João del-Rei!

O Almanaque Eletrônico Tencões e Terentenas completa, nestes primeiros dias de janeiro de 2014, três anos de existência. Nele, em publicações quase que diárias, foram divulgados 600 posts sobre a cultura de São João del-Rei, não somente nos aspectos históricos, artísticos, eruditos e religiosos, mas também sobre as manifestações espontâneas e sobre as mais diversas formas de expressão da cultura popular da " cidade onde os sinos falam " . O número de acessos, hoje, aproxima-se de 100 mil. Neste tempo, foram publicados 251 mensagens, recebidas  de quem, tendo lido o almanaque, se dispôs a encaminhar comentários, em sua maioria respondidos pelo autor desta publicação eletrônica. Com satisfação, percebe-se que Tencões e Terentenas está cumprindo sua missão de ser útil no processo de valorização, divulgação e difusão da cultura e da memória de São João del-Rei. Seus posts frequentemente transformam-se em pauta para outros meios de comunicação - sobretudo jornais impres