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Mostrando postagens de novembro, 2013

Até na tristeza e na dor, São João del-Rei pulsa vida e cor

Vivacidade, vibração e cor. Esta é, no momento, uma das santíssimas trindades de São João del-Rei. Basta andar sem pressa e percorrer com olhar atento as praças, largos, ruas e becos do centro histórico para perceber que a cidade vive uma era de muita energia e corajosamente a proclama na cor das fachadas, dos portais, beirais e janelas. A foto que ilustra este post mostra isso: a natureza generosa da árvore azul é uma cortina para janelas do Hospital Nossa Senhora das Mercês. Em uma delas, toalhas amarelo e laranja acenam a certeza de quem, mesmo em um leito, acredita que a vida intensamente pulsa do lado de dentro e do lado de fora, mediada pelos tons firmes dos tecidos tramados que secam ao sol.

Em São João del-Rei, tocar sino é sagrada sina

Sobre o amor "de nascença" e o encantamento dos meninos de São João del-Rei pelo ofício de dobrar sinos, o vídeo abaixo - testemunho inocente e verdadeiro - diz mais do que muitas mil palavras. Clique e confira!.. http://vimeo.com/76107756

1713 / 2013 - São João del-Rei 300 anos - 8 de dezembro está chegando, mas a festa começa já!

A todo instante aparecem novos eventos que acontecerão para comemorar os 300 anos da elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, fundado por volta de 1703, à categoria de vila, com o nome de São João del-Rei. Assim nasceu a 4a vila do ouro instituída em Minas Gerais, quando este território ainda fazia parte da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro. Participe, comemore, festeje, cuidando de seu jardim, regando as flores que saltam para a rua, pulando por cima dos muros de sua casa, mantenha limpa sua calçada, sua rua, sua praça. Toda cidade é o espelho da alma do povo que mora nela! Lembrando o que disse o poeta Antônio Marcos Noronha                           " Era um dia comum                             e virou festa.                            A gente põe nas coisas                            as cores que tem por dentro. " Parabéns, São João del-Rei! Para conhecer outros eventos que já estão acontecendo na cidade, em comemoração ao terceir

20 de novembro: São João del-Rei tem consciência negra

Não é verdade dizer que em São João del-Rei não existe preconceito racial. Os negros de nossa terra que aqui já sofreram - e os que ainda hoje sofrem - discriminação desmentiriam, testemunhando em contrário. O modo como foi constituída a sociedade são-joanense, nas origens do século XVIII, quando o ouro qual gabiroba era catado à mão nas encostas da Serra do Lenheiro, contribuiu para que em São João del-Rei as questões raciais fossem muito próprias. Como em todo arraial nascido da mineração do século XVIII, a população era formada por pessoas de todos os níveis, classes e procedências, principalmente de aventureiros que, sem eira nem beira, viam no Eldorado das Alterosas a grande oportunidade de enriquecimento. Inclusive negros. Isto forjou uma sociedade mestiça e moldou um espírito coletivo favorável à diversidade, ao sincretismo, à tolerância e à miscigenação. A verdade é que, desde aquela época, de algum modo o negro estava e está inserido na vida de São João del-Rei, mu

A música de São João del-Rei é a afilhada preferida de Santa Cecília.

São João del-Rei é terra abençoada. Santos e anjos que moram na corte celestial habitam também a terra que tem no nome uma homenagem ao Rei Sol português, D. João V. Entre as tantas divindades que habitam o firmamento, mas que não tiram os olhos do povo são-joanense, uma, inclusive, fica mais na cidade do que no céu. É Santa Cecília! Mas pudera: como desde 1717 a Música firmou morada em São João del-Rei, aqui a santa tem para cuidar quatro bandas de música e três orquestras, vários corais, grupos de câmera, duos, trios e quartetos, muitos maestros, sineiros e compositores, sempre em permanente atividade. Nas igrejas, nos teatros, nas praças, nas ruas, nos auditórios. E como Santa Cecília é padroeira dos músicos, não é sem motivo que ela está em toda parte... Mas aqueles a que a santa dedica tanto olhar e zelo não lhe são ingratos. Deram-lhe lugar de honra, em um dourado altar lateral da Matriz e Pilar, e a guardam consigo, em imagem ou estampa, na sede da Orquestra Ribeiro

Rondó do Apocalipse segundo São João del-Rei

Em São João del-Rei, passeando pela Rua Direita, descobri que no Bazar Apocalipse não vende passagem para o fim do mundo. Nem para a casa do capeta. Não vende Arca de Noé, nem costela de Adão, nem a lira de Davi, nem lança de centurião, nem trombeta de Jericó, nem o ' cinco ' Salomão... Vende vuvuzela, argola, agulha, arruda, arruela, sacola, corneta, cadarço, caneca, caneta, boneca, barbante e monte de tudo que é invenção. Você vê a marca da besta-fera na placa pinguela? Se não, fica esperto. É questão de tempo. Espera...

Em São João del-Rei, herói Tiradentes encontra Tancredo Neves. Séculos XVIII e XXI se abraçam!

Há 267 anos, no dia 12 de novembro de 1746, na capela de São Sebastião do Rio Abaixo, pertencente à paróquia da Vila de São João del-Rei, foi batizado um menino, nascido na Fazenda do Pombal, então pertencente à mesma Vila. Seu nome de batismo? Joaquim José da Silva Xavier. Apelido como ele ficou mais conhecido? Tiradentes. O maior herói de Minas Gerais e o grande símbolo do sentimento brasileiro de soberania e amor à liberdade. Sua história, todo mundo sabe: não teve madrinha, era o quarto de nove irmãos, ficou órfão de mãe aos 9 anos, tornou-se dentista - daí o apelido Tiradentes - e alferes de cavalaria. Foi o grande idealizador da Inconfidência e o único sumariamente castigado com o sacrifício da morte em forca, diante da multidão. Esquartejado, seu corpo, antes suspenso no cadafalso, novamente fora elevado, em partes, pelos caminhos onde andou. Transformado em símbolo, Tiradentes tornou-se um ente abstrato. Uma lembrança distante na cidade onde, historicamente, em 1746

1713 - 2013 . Contagem regressiva: faltam 30 dias para os 300 anos da Vila de São João del-Rei

Daqui a exatos 30 dias, no dia 8 de dezembro, São João del-Rei estará vivendo uma data especial: os 300 anos da elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes à condição de Vila, com o nome de São João del-Rei. A quarta vila instituída na Capitania de Minas Gerais homenageia, no nome, o rei sol Português, Dom João V, soberano daquela época. Sua esposa, Mariana, havia sido homenageada nomeando a primeira vila de Minas. Na Casa de Câmara e Cadeia daquela cidade existe, até hoje, em pintura, um retrato de cada um deles. A programação comemorativa do tricentenário é longa e vasta. Além dos eventos pontuais já realizados este ano, se tornará mais intensa a partir do dia 22 de novembro, com uma jornada de educação patrimonial. Mas a partir do dia 2 de dezembro, vários eventos acontecerão todo dia, até encerrar-se no dia 6 de janeiro, com o já tradicional Encontro de Folias de Reis. Do barroco ao popular, do erudito ao artesanal, da fé à festa, do sagrado ao pro

Foto antiga mostra São João del-Rei em 1922, comemorando os 100 anos do Grito do Ipiranga

Me diga: que lugar de São João del-Rei é este? De onde foi tirada esta foto? Em que hora, dia, mês e ano? O que de tão importante estava para acontecer? Vamos por partes, o título ajuda. Esta é a visão que antigamente se tinha da atual Avenida Presidente Tancredo Neves, na altura do Círculo Militar, na margem esquerda do Córrego do Lenheiro, possivelmente tirada de cima da Ponte da Cadeia. Ela foi tirada na tarde do dia 7 de setembro de 1922 quando, comemorando o primeiro centenário da Independência do Brasil, o povo são-joanense esperava, em massa, com expectativa e entusiasmo, o desfile cívico da corporação militar que hoje é o atual 11º Regimento. ........................................................ Fonte e foto: saojoaodelreitransparente.com.br Texto: Antonio Emilio da Costa

Em São João del-Rei todo dia é Dia da Cultura. 24 horas por dia. 365 dias por ano! Há três séculos...

Desde quando Minas Gerais - ainda Capitania unida a São Paulo - no alvorecer do século XVIII, começava a construir sua identidade, arte, memória, criação, patrimônio, música, tradição, criatividade e várias formas de expressão erudita e popular fazem parte da alma de São João del-Rei. Os são-joanenses vivem isto cotidianamente, 365 dias por ano. Por este motivo, 5 de novembro, em princípio, deveria ser uma data reluzente no calendário de São João del-Rei. Começar com uma alvorada festiva, feita pelas cinco bandas de música, continuar movimentado durante todas as horas seguintes com exposições de arte, cortejos dos grupos de congada e folias, shows e recitais nas praças públicas, apresentações de música barroca, concertos sinfônicos, até encerrar-se, tarde da noite, com uma ruidosa, harmônica e colorida queima de fogos de artifício. Mas para os são-joanenses, nada disto é excepcional. Pelo contrário, tudo isto faz parte do dia a dia de São João del-Rei, em autêntica celebração do

Finados. Junto aos veios de ouro, às raízes e às nascentes de São João del-Rei, requiescat in pace

São João del-Rei, desde sempre, tem intimidade com a morte. Cemitérios colados às casas, os vivos são vizinhos dos mortos. No século XVIII, a Procissão das Cinzas lembrava em cortejo solene e figurado, nas ruas coloniais, a finitude da vida. Desde aquela época, durante a Quaresma, no ciclo da Festa de Bom Jesus dos Passos, Encomendações de Almas, em três consecutivas sextas-feiras, percorrem encruzilhadas, cruzeiros e portões de cemitérios, a chamar os mortos e entregar-lhes músicas e orações. São João del-Rei, a religião, a morte e as contradições. No Carnaval, uma escola de samba ensaia sua bateria no limite exato que une e separa os mortos e os vivos - o alto portão de ferro do Cemitério do Carmo. Nos desfiles, o Bloco dos Caveiras expõe debochadamente a morte, com a irreverência em estandartes, caixões, defuntos, ossos, fogo, fumaça e figuras tenebrosas. É medonho. Na Sexta-feira da Paixão, o grande momento é a Procissão do Enterro, também chamada Procissão do Senhor Morto.

Na memória de São João del-Rei, onde foram parar Todos os Santos?

Uma tradição muito antiga que já dobrou a  esquina - e há décadas não se vê mais em São João del-Rei - é a Ladainha de Todos os Santos . Apesar de o dia de Todos os Santos ser 1º de novembro, em nossa cidade a ladainha era rezada na alvorada dos três dias que antecediam o domingo em que se comemorava a Ascensão do Senhor. A recitação acontecia durante uma procissão sem andor, que saía da Matriz do Pilar ainda de madrugada, antes do nascer do sol. Puxada pelo vigário, percorria em círculo irregular ruelas e becos do centro histórico, retornando para a mesma igreja de onde saíra. O padre, cantando, chamava alto, pelo nome, todos os santos e os devotos, em coro cantado, suplicavam também em alta voz: rogai por nós ! No passado, o clamor era em latim: ora pro nobis ! Tem coisas que o tempo leva e não traz de volta. Em São João del-Rei, a Ladainha de Todos os Santos foi uma delas. Ficou em algumas lembranças. Oxalá para sempre vire memória. Sobre o mesmo tema, leia também http:/