Serenidade e delicadeza. Estas duas palavras são o espelho da noite do dia 14 de agosto em São João del-Rei. Uma noite suave e amena, às vezes fria, em que o centro histórico são-joanense parece envolvido por um silêncio de paz e coberto por um céu azul claro de nuvens tênues, que se movimentam lentamente, esgarçadas pela luz branca de uma lua cheia discreta e contemplativa. Mas essa atmosfera de tanta beleza e calma certamente seria menos percebida, se não fosse nela que Nossa Senhora da Boa Morte sai às ruas de pedra e tempo, adormecida em seu esquife, enfeitado de flores claras e conduzido por padres vestidos de branco. Aliás, essa atmosfera talvez só exista, como presente do firmamento ao povo de São João del-Rei, para nela deslizar o cortejo que conduz Nossa Senhora. Nesse momento, incapaz de ser medido na escala do tempo, por seu misterioso encantamento que funde, em uma mesma era, passado e eternidade, tudo é reticentemente mágico e sem-fim. De tempos em tempos, no desl...
Almanaque Eletrônico de difusão da cultura, memória e patrimônio vivo de São João del-Rei/MG, sonha ser instrumento didático-pedagógico de educação patrimonial.