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Mostrando postagens com o rótulo paisagem colonial

São João del-Rei sempre a encantar. É só abrir o coração, o ouvido e o olhar!

Quando passeamos pelo centro histórico de São João del-Rei, apreciando a paisagem urbana, é comum focarmos nosso olhar no casario e sua arquitetura colonial. As fachadas, brancas em sua maioria, com as portas e janelas coloridas de vermelho, azul. ocre, verde, amarelo, dão à cidade um tom vivo e alegre, capaz de aliviar o humor até da pessoa mais aborrecida. As cores têm esse poder e esse efeito: alegram a vida! Mas se levantarmos um pouco mais o olhar para a linha onde o céu encontra os telhados, principalmente se for ao anoitecer ou amanhecer, certamente vamos nos supreender com algumas formas recortadas que, em geral, não percebemos facilmente na luz do dia. Como por exemplo essa grimpa que fica no ponto mais alto da torre da capela do Divino Espírito Santo, na Rua das Flores - Muxinga. São João del-Rei tem tudo para o tempo todo a nos encantar. É só abrir o coração, os ouvidos e o olhar!

São João del-Rei é múltipla, plural e diversa, no tempo e no espaço

A riqueza arquitetônica de São João del-Rei é muito maior do que muita gente imagina. Ela é dinâmica, evolutiva e por isso documenta, com os diferentes tipos de fachadas e elementos visuais, a evolução econômica, social e cultural pela qual passou a cidade nos últimos três séculos.Isto, sem dúvida, a difere de outras cidades históricas cuja arquitetura, se por um lado é mais harmônica e uniforme, por outro é mais limitada do que abrangente, porque registra um único período histórico-econômico. A visão ampla e a compreensão da realidade como um processo dinâmico mostram como é equivocado julgar uma cidade histórica mais valiosa e importante do que outra simplesmente porque esta retrata apenas um momento estático e aquela outra corajosamente arrisca apresentar esteticamente toda a dinâmica de sua história. Simplificando, é como se uma fosse um livro de um único capítulo, com ilustrações semelhantes, falando de um único fato, e a outra uma obra em que o herói, em sua epopeia, vivesse...

São João del-Rei. Dentro do tempo tem Tempo. Do colonial ao barroco digital

Não é raro, aqui, ali e acolá, encontrar são-joanenses chorando pelo leite derramado. Desqualificando gratuitamente a cidade como patrimônio da cultura brasileira, pelo que se perdeu de sua paisagem urbana colonial e imperial. Mas também tem gente séria, sábia e comprometida refletindo produtivamente sobre esta situação. É verdade, muito se perdeu, e a responsabilidade começa com o Estado, que não foi competente o bastante para agir, tanto com medidas protetoras quanto com ações convictas e enérgicas para impedir - e no que fosse possível e adequado reparar - demolições e descaracterizações. Mas a comunidade também tem grande parcela de culpa. Ignorante do valor da tão vasta riqueza histórico-patrimonial que era de sua propriedade, deixou-se enganar pelo canto da sereia da então modernidade do século XX, não zelou e destruiu muitas edificações que eram tão valiosas. O mundo evolui, as cidades crescem, surgem novas necessidades urbanas e humanas e, se de lado nenhum vier intelig...

São João del-Rei, templo do tempo, precisa pulsar no ritmo do coração

As cidades históricas são templos do tempo, são arcas da memória, são vertentes dos sonhos. Lugares sagrados, são testemunhas vivas de feitos e fatos, são o território da história, ou melhor são territórios onde a história habita. Quem vive em uma cidade histórica precisa ter consciência do privilégio que é viver em terras que por si só são espaços de memória, lembranças e recordações, constituídos por suas ruas e avenidas, seus becos, seus largos e suas praças. Neles, igrejas, casarões e monumentos estão o tempo todo a silenciosamente contar o que viram ao longo de tantos séculos. Quem administra uma cidade histórica precisa ter compromissos verdadeiros com a cultura e com a memória local, pois a saúde destes patrimônios depende muito de atitudes e decisões que só do poder público podem emanar. Principalmente os homens públicos têm na história a vitrine e o porta-retrato de sua competência, de seu comprometimento, de seus valores, da sua trajetória, do seu fazer. Quem visita ...

Líricos e poéticos becos de São João del-Rei: Beco do Salto, veiazinha de um coração colonial

O Beco do Salto é como uma veiazinha estreita e acanhada, na aurícula mais colonial do coração histórico de São João del-Rei. Unindo a Rua Santa Teresa à Rua Santo Elias e desaguando em esquina da casa mais antiga da cidade, tem por vizinhos próximos, quase porta a porta, uma grande pedreira com uma mina de ouro, a igreja e o Cemitério do Carmo, o Chafariz da Municipalidade, o Largo da Cruz, o Largo do Carmo e a Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei. Tão grande e por tanto tempo foram sua timidez e autoabandono que suas casas quase se autoarruinaram. Hoje, com restaurações, estão novamente reforçando sua face de outros tempos. A memória nacional ganha com isto. Personagens famosos, verdadeiramente importantes na cultura musical de São João del-Rei, moradores de um pequenino sobrado no Beco do Salto, foram o violinista Geraldo Ivon da Silva, o Geraldo Patusca, e sua primeira esposa, Maria José, a Maricota - ambos músicos da Orquestra Lira Sanjoanense. Ali, sob esta...