Quando nasceu o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes, em 1704, o ouro brotava à flor da terra, às margens do riacho e nos cocurutos da Serra do Lenheiro, entre cascalhos, quartzos e raízes, abrindo trilhas que, pouco tempo depois, em 1713, viraram ruas da nascente e fulgurante Vila de São João del-Rei. Metal precioso, o ouro esgotou-se. Mas do solo são-joanense continuou brotando outro ouro, ainda mais brilhante, fino e precioso: um povo cuja alma é iluminada pela fé, pela arte, pelo saber e pela cultura. Duvida? Quem percorre, nas noites de sábado, entre telhados, lampiões, sinos e torres, os largos, becos e ruelas, igrejas e cemitérios do centro histórico de São João del-Rei, acompanhando o espetáculo itinerante Lendas São-Joanenses , não imagina que a estória fantástica do menino perdido que foi devolvido à família por Nossa Senhora, do defunto que o diabo levou para o nunca mais, da mãe morta que voltou ao mundo a pedir comunhão para o filho agoniza...
Almanaque Eletrônico de difusão da cultura, memória e patrimônio vivo de São João del-Rei/MG, sonha ser instrumento didático-pedagógico de educação patrimonial.