Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Vênus são-joanense: ser "Miss São João del-Rei" foi mais difícil do que ser "Miss Minas Geraes"

28 de fevereiro de 1929. Nessa data, Geraldina das Dores Castro foi eleita Miss São João del-Rei, ficando em segundo lugar Jesuina Pimentel Marinho. Mas a sorte virou o jogo, no concurso As Mais Belas de Minas Gerais, e a estrela da segunda colocada brilhou mais do que o sol da primeira. Apesar de inesperado, o fato tem explicação. O regulamento do concurso estadual previa que as duas primeiras colocadas nas cidades participantes encaminhassem fotos de corpo inteiro, de frente e de perfil, para a redação do jornal Correio Mineiro , em Belo Horizonte. Na capital das alterosas, um júri qualificado, formado por um escultor, um pintor, um fotógrafo, um crítico de arte e um jornalista, a partir das fotografias, escolheria as dez moças mais bonitas e elegantes do Estado montanhês. Não deu outra: para surpresa de todos, foi a segunda colocada no concurso de beleza de São João del-Rei, Jesuína Pimentel Marinho, quem se consagrou Miss Minas Gerais! Mesmo 83 anos depois, palmas para ela...

São João del-Rei guarda precioso tesouro da Revolução Francesa

De um modo geral, não se tem noção de quão vasto e precioso é o patrimônio cultural de São João del-Rei. Um exemplo disso é a coleção de jornais Le moniteur universel , publicada em Paris na época em que Joaquim José da Silva Xavier, nosso herói Tiradentes, subia e descia montanhas de Minas difundindo com inflamado entusiasmo os ideais da Inconfidência Mineira. Desde 1827 a coleção pertence ao acervo da Biblioteca Baptista Caetano de Almeida - a primeira biblioteca pública de São João del-Rei e de Minas Gerais. Sobre ela o Jornal do Brasil publicou, há 20 anos, o texto transcrito abaixo, assinado pelo jornalista Wilson Coutinho. Classificado como "Recado", pedia proteção e cuidados visando a conservação e preservação daquela preciosidade: Salvem ‘Le moniteur universel’ Em São João D’El Rey, uma rara coleção do jornal da Revolução Francesa precisa de cuidados Wilson Coutinho A Biblioteca Baptista Caetano d’Almeida, em São João D’El Rey, guarda uma relíquia em suas estant

Lembranças dos velhos, alegres e cordiais carnavais de São João del-Rei

Rei Momo já foi deus em São João del-Rei - No ano de 1879, o Carnaval aconteceu no dia 27 de fevereiro e, segundo o jornal são-joanense  Arauto de Minas , que noticiou o acontecimento, quem " incumbiu-se de festejar ao deus Momo foi a Sociedade Juvenil. A Rua Direita converteu-se em bosque e aí, ao som da música, postada em um palanque, se divertiam os mascarados, distribuindo graças e flores ". Esta descrição, divulgada pelo historiador Sebastião de Oliveira Cintra, aponta alguns aspectos interessantes. Primeiro, a expressão "deus Momo", que dá à majestade carnavalesca a condição de divindade. Isso, de algum modo, reforça a religiosidade do Carnaval. Segundo, destaca o tom lúdico, divertido e cordial da festa, visível principalmente na atuação dos mascarados (em algumas culturas usar máscara permite dar passagem para um ser sub ou sobre humano), que distribuíam graças (divertidos agrados? brincadeiras bem-humoradas?) e flores. Quando o Rei Momo dançou vals

Tristes capítulos da história de São João del-Rei

Nem todas as letras são brilhantes e gloriosas nas páginas da história de São João del-Rei. Se por um lado, por meio da arte e da cultura, desde suas remotas origens até os dias atuais, a sociedade são-joanense é reconhecida nacionalmente pela riqueza de seu patrimônio material e imaterial, especialmente por seu amor e zelo às tradições, por outro ela foi e é vítima de seu próprio tempo. Assim, também nas sombras da Serra do Lenheiro em séculos passados, se praticou muitas atrocidades - atos bárbaros executados e incentivados pelo poder público, que com certeza foram repetidos com crueldade e gosto por representantes civis da aristocracia e por pessoas das classes dominantes. Em fevereiro de 1772, por exemplo, a Câmara da Vila de São João del-Rei registrou, no dia 22, triste e imperativa correspondência recebida do Conde de Valadares. Na carta, a importante autoridade determinava que fosse feito um ferro, semelhante ao de marcar cavalos, tendo na ponta a letra F . Ele deveria ser u

Semana Santa 2012 São João del-Rei - Programação da Festa de Passos

Sino da igreja do Rosário. Ao fundo, Rua Sto Antonio (2011) Foto do autor Certamente em muy poucos lugares, em todo o mundo, a Paixão de Cristo é vivida de modo tão intenso, profundo, artístico e cultural quanto em São João del-Rei. Se pela própria natureza não se constituíssem unidade, se poderia dizer que em São João del-Rei, principalmente na Quaresma, a estética, o sentimento, a tradição e a religião se fundem para resgatar do tempo longínquo e dar vida a um capítulo muito singular da história universal. Na " terra onde os sinos falam ", Quaresma significa quarenta exatos dias de Vias Sacras internas e externas, eruditas e populares, procissões, rasouras, depósitos, missas, Encomendações de Almas - tudo comandado pelo toque dos sinos e conduzido pela música barroca, composta na região nos séculos XVIII e XIX. Na prolongada celebração religioso-artístico-cultural, nenhum sentido, lembrança ou emoção é desprezado. Ao contrário, visão, audição, tato, olfato, paladar,

Semana Santa 2012 São João del-Rei: Quarta Feira de Cinzas começou na Terça Feira Gorda

 Talvez no auge da euforia e do batuque das horas finais do Carnaval de Terça Feira Gorda em São João del-Rei, pouca gente tenha se dado conta que, às nove horas da noite de ontem, o sino do Santíssimo Sacramento da Matriz do Pilar lançava sobre todas as coisas um sinal sonoro diferente: o dobre de Cinzas . Compassado e vigoroso, o dobre é duplo e dura cerca de dez minutos, avisando que em breve já será Quarta Feira de Cinzas e que, na Quaresma, o tempo vira em São João del-Rei . E vira mesmo, desde o primeiro amanhecer. Por volta das seis da manhã, nos becos, esquinas e ruelas, foliões que voltam do Carnaval se encontram com fiéis que seguem para alguma igreja, em busca das primeiras cinzas que em cruz lhe marcarão a testa. Por várias vezes durante o dia o sino tocará pungente, marcando outras eras e outras horas . Na sacristia dos Passos, Matriz do Pilar, ainda pela manhã, é com contrição que preparam a grande cruz quaresmal e tiram do armário o crucificado misericordioso que, à

1809 - mais uma vez São João del-Rei brilhou mais do que uma noite de céu estrelado!

São João del-Rei sempre soube celebrar, com pompa e entusiasmo, os acontecimentos importantes. Nos séculos XVIII e XIX, grandes fatos eram comemorados com cerimônias religiosas e com especial e ostensiva iluminação pública. No dia 19 de fevereiro de 1809, por exemplo, a Câmara da Vila de São João del-Rei mandou oficiar, na Matriz do Pilar, Te Deum Laudamus pela restauração dos reinos de Portugal e Algarves. Pelo mesmo motivo, determinou que, por três noites sucessivas, todas as casas do lugar iluminassem suas fachadas.

Cidadão divertido e ilustre está desaparecido no Carnaval de São João del-Rei

Um personagem importante no Reino de Momo anda desaparecido no Carnaval de São João del-Rei. O nome dele? Zé Pereira. Apesar de não ter registro civil nem domicílio fixo e declarado, ele divertiu muitos foliões são-joanenses em vários carnavais, mas não é visto na cidade desde a metade dos anos sessenta. Mas afinal quem era esse tal Zé Pereira? Eram blocos carnavalescos espontâneos e independentes que, segundo jornais que circularam na cidade no início do século XX (Passarelli, 2005), eram capitaneados pelas bandas de música, reuniam muitos brincantes, tinham estandartes e carros alegóricos montados sobre carroças e puxados por animais, quando não empurrados pelos próprios foliões. Há notícias de que em 1921, em nossa cidade, um Zé Pereira foi puxado pela " Banda de Música do 11º Regimento, uniformizada a caráter ". Com o passar do tempo, a urbanização, a industrialização, a proletarização e o enrijecimento das estruturas socioeconômicas, as agremiações Zé Pereira foram

Fogo, sangue e morte na São João del-Rei de 1709

Quem, neste 15 de fevereiro, caminhar pelas ruas de São João del-Rei, dificilmente vai imaginar que nestas paragens, há 303 anos, o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar ardeu em chamas, se dissolvendo em nuvens de fumaça, pondo fim - com a derrota dos paulistas no Capão da Traição - à cruel e sangrenta Guerra dos Emboabas. A data foi apurada, segundo o historiador são-joanense Sebastião de Oliveira Cintra, por outro historiador, e também folclorista, do século XIX: o valoroso, mas pouco conhecido e reconhecido intelectual  são-joanense, Basílio de Magalhães. A Guerra dos Emboabas foi um dos primeiros e mais graves conflitos ocorridos no chão de Minas Gerais no alvorecer do século XVIII, motivada pela ambição e pela cobiça por poder e riquezas. Naquela época, a descoberta do ouro abundante a todos parecia indicar o surgimento de um novo Eldorado, atraindo para a região desclassificados rudes e aventureiros inescrupulosos e vorazes, todos  vindos de toda parte. Neste ambiente, a i

Poesia e beleza que se revelam nas misteriosas entrelinhas de São João del-Rei

São João del-Rei é cidade aliciante e sedutora, porém recatada. Não é óbvia.  Não exibe suas belezas todas nem na primeira vez, nem de uma vez só. É aos poucos que se mostra cenário delicado e poético. Devagar e na sombra é que seu encantamento atravessa pontes, cruza praças e largos. Às vezes segue por ruelas distraídas, faz curva em becos que quase parecem querer escapulir da vista de quem, distraído, perde o olhar mirando anjos, frontispícios e torres das imponentes igrejas. A beleza, o encantamento e a poesia de São João del-Rei voam como pássaros sob o céu azul.  Pousam, com suavidade e em silêncio, onde muitas vezes só com olhos contemplativos de admiração se consegue ver. Beco da Romeira, Rua das Flores, Ponte dos Suspiros, Beco do Cotovelo, Rua da Prata, Rua da Cachaça, Rua das Mônicas, Beco do Bispo, do Salto, do Pecado, do infernal Capitão do Mato, da Matriz, do Agá, Muxinga, Largo da Cruz. Pulando muros ou por detrás dos portões de ferro, buganvílias, azaleias, alfazemas,

Na véspera do Carnaval, São João del-Rei se vestiu para a barroca Procissão de Cinzas. Há 231 anos...

 Por mais estranho que possa parecer, há um elo forte a unir carnaval, fé e religião em São João del-Rei. Certamente não é sem razão que as escolas de samba e os blocos se concentram no centro histórico em território sagrado, delimitado por três das mais importantes e antigas igrejas da cidade- Rosário, Pilar e Carmo. Se na terra, batucando, o couro come, nos ares, dobrando, os sinos falam. Tudo ao mesmo tempo. Há blocos que até, passando em desfile pela Rua Direita, se deslocam alguns metros da rota só para respeitosamente e com orgulho posar (e pousar!) na escadaria da Matriz do Pilar (1). Voltando no tempo ao distante 1781, encontra-se o registro histórico de um fato interessante, que materializa muito bem esta afirmação: o Edital, publicado no dia 11 de fevereiro daquele ano pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis, fixando as normas da Procisão da Quarta Feira de Cinzas. Como se percebe, era uma encenação teatral dramática, em forma de cortejo, mais extremada e alegórica d

A Música vai virar cambalhota no Carnaval de São João del-Rei

São João del-Rei não perde tempo. Nem oportunidade. Graças a Deus. Ainda mais quando é para valorizar e cultivar o amor pelas tradições culturais próprias desta terra, aqui nascidas logo no amanhecer do século XVIII e perpetuadas ao longo de três séculos. Neste caso, então, nem Carnaval escapa. Entre as mais importantes e mais antigas expressões culturais de São João del-Rei, destaca-se a Música. Consta que ela aqui fixou morada nos idos de 1717, com uma missão muito elevada: homenagear o Conde de Assumar, na sua primeira visita à Vila de São João. Daqui a Música não saiu mais, ganhando as mais diversas formas: orquestras barrocas, sinfônicas, folias diversas, toques de sino, bandas, baterias de escola de samba, corais, conjuntos e muitas outras. No Carnaval 2012, os trezentos anos da Música em São João del-Rei serão homenageados pelo Bloco Unidos da Cambalhota, que virará o centro histórico são-joanense de pernas para o ar com o tema Alma Barroca, Sagrada e Profana . Veja, abaix

No Carnaval de São João del-Rei, não tem "Surpresa". "Tudo é Ilusão". Triângulo amoroso no samba.

Não é segredo para ninguém. Mesmo nas melhores famílias, de vez em quando um triângulo amoroso acontece, transformando em infortúnio e desgosto uma história de amor que tinha tudo para chegar ao final feliz. A vida é assim. Ainda mais quando o samba está por perto. Que o digam Paulinho da Viola, João Bosco, Chico Buarque e Aldir Blanc. Há tempos atrás, um estranho triângulo amoroso aconteceu em São João del-Rei e, certamente, o fato ainda hoje é lembrado por são-joanenses que já cruzaram a faixa dos cinquenta anos. Os personagens? O compositor-coveiro-carnavalesco Agostinho França , a música Surpresa e a indústria fonográfica. Para os são-joanenses o samba Surpresa , normalmente cantado nos desfiles carnavalescos dos anos sessenta como hino da Escola de Samba Depois Eu Digo, fora composto por Agostinho França . Tanto que a letra, conhecida de cor na cidade pelos mais antigos, finalizava com a sequinte quadra:                               "Toda vida trago comigo      

São João del-Rei abre alas e alegremente saúda a passagem do Carnaval de Antigamente

O carnaval de São João del-Rei tem de tudo. De tudo de bom e do melhor. Tem até o que ninguém imagina... Já pensou em um bloco que, relembrando os velhos carnavais, vale-se da alegria, da cordialidade, da gentileza, da amizade e da democrática inserção para difundir mensagens de preservação do patrimônio cultural da cidade onde os sinos falam? Pois é, em São João del-Rei tem. É o Carnaval de Antigamente, que se concentra na tarde do domingo de Carnaval no Largo do Rosário, juntando ágeis malabaristas, altas pernas-de-pau, alegorias, sorridentes palhaços, corso de carros antigos enfeitados, estandartes, doces delícias, simpáticos mascarados, gente bonita, importantes personagens do carnaval são-joanense de ontem e de hoje. Seu lema é permanente, assim como a mensagem que difunde: Preservar é preciso! No Carnaval de Antigamente não tem som mecânico. O bloco desfila no ritmo de conhecidas marchinhas, alegremente tocadas pela tradicional Banda Theodoro de Faria, ora se intercalando,

Ainda arraial, São João del-Rei deu à luz, há 301 anos, a uma das mais antigas irmandades religiosas de Minas Gerais

8 de fevereiro é um dia especialmente importante no calendário histórico-cultural de São João del-Rei. Nele, há 301 anos, em 1711, foi fundada a Irmandade do Santíssimo Sacramento no Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes, dois anos antes de sua elevação à categoria de Vila. Irmandade "fabriqueira" (provê todo o necessário para o Culto Divino e mantém a Igreja) da Matriz do Pilar, era uma agremiação da elite são-joanense e, em sua origem, só admitia o ingresso de pessoas brancas e de boa condição socioeconômica ou destacada projeção política ou social. Atualmente é responsável pela promoção das cerimônias da Semana Santa, de Corpus Christi e de várias outras celebrações em louvor a devoções diversas, como São Sebastião, Coração de Jesus, a padroeira Nossa Senhora do Pilar e outros santos. A opa que a distingue das demais irmandades é vermelha, vestida pelos irmãos sobre o traje social completo. De presença mais recente nas alas das procissões, as mulhere

Bloco dos Caveiras de São João del-Rei. Primeiro foi devoção. Agora é debochada diversão...

Nos quintais dos casarões coloniais do Largo da Cruz, do Largo do Carmo, do Largo das Mercês, do Largo do Rosário, sob a imponência das torres das belas igrejas e ao som quartorário de seus sinos, caveiras brancas estão secando ao sol. Grandes túnicas pretas e roxas estão sendo costuradas. Letras tornam altos estandartes mensageiros de legendas funestas, advertências ameaçadoras. Ossos animais se descarnam ao tempo para mostrar, em certa noite carnavalesca suas cruentas articulações. Uns, murchos e amarrotados nos cantos, outros, jogados sobre caixões funerários, diabos vermelhos, despegados de seus tridentes, aguardam a hora de se inflamar e ganhar vida. A comprida e prateada foice da morte, caída no chão e previamente manchada de sangue, sem pressa sonha erguer-se no escuro e, em lentas curvas, ceifar pescoços. Assim são os espaços onde, em São João del-Rei, se preparam as máscaras, roupas, carros e adereços do Bloco dos Caveiras -cinquentona instituição carnavalesca que, tempos at

Carnaval poéticoimaginário de São João del-Rei

 Não é de hoje que os personagens anônimos do carnaval de São João del-Rei - reais, fictícios ou imaginários - inspiram poemas, contos, fotografias, ensaios e muitos outros gêneros de produções culturais. O despretensioso e despontuado poeminha abaixo, por exemplo, foi rabiscado nos idos de 1978, para integrar uma publicação marginal da geração mimeógrafo, chamada Ossuário Geral , depois de 34 anos ainda inédita. Conheça em primeira mão...                       Carnavanônimo                                     Com a barriga vazia                              e duas doses na cabeça                              esqueceu-se de tudo                              cobriu o corpo de sonhos                              e saiu de odalisca                              sem véu nem sultão                              na escola de samba                              Depois eu Digo.

Mestre do Carnaval de São João del-Rei, Quati ensina: "Recordar - e criar! - é viver..."

Recordar é viver , ensina Mestre Quati, já no grande e alto estandarte vermelho que anuncia a passagem de seu bloco no carnaval de Segunda Feira Gorda, em São João del-Rei. Recordar é viver, ensina o cidadão são-joanense Benedito Reis de Almeida, ícone do carnaval da terra onde os sinos falam, sempre que se lembra dos tempos em que a festa de Momo em São João del-Rei era considerada o melhor carnaval do interior do país. Quase octogenário, Benedito Reis de Almeida, ou Mestre Quati, não vive só de lembranças. Pelo contrário, utiliza a experiência vivencial de suas muitas décadas para continuar criando e recriando. Foi assim que há alguns anos resgatou de sua lembrança os antigos Zé-Pereira's e deu vida aos cabeções: grandes, alegres e coloridos bonecos que hoje dão vida, leveza e alegria ao Carnaval de rua de São João del-Rei. Assim nasceu o bloco Recordar é Viver. Os bonecos de Mestre Quati fazem lembrar o Homem da Meia Noite e a Mulher do Meio Dia - bonecões típicos do carnava