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Mostrando postagens com o rótulo patrimônio vivo

Vamos ao Presépio da Muxinga? Fica no coração de São João del-Rei

Jesus sorri, os anjos cantam, a estrela brilha, os sinos dobram, a criança brinca, a luz acende, o carrossel gira, a negra passa  roupa com o ferro de brasa, o homem pesca, o jacaré abre a boca, o cachorro late, o passarinho voa, o marceneiro serra madeira, o ferreiro forja o ferro da ferradura que põe no cavalo, a carroça passa, a mulher corre atrás do gato que roubou a carne, o trem faz a curva e atravessa o túnel. A vida passa devagar nessa pequenina cidade qualquer do interior de Minas, no começo do século 20. Que bem podia ser, ou em sonho foi, São João del-Rei, por exemplo. Pequenina cidade, não, minúscula. Tão diminuta que cabe em um tablado alto, do tamanho de uma mesa grande, com borda de chitão estampado de grandes flores coloridas. Um mundo tão pequeno que só cabe na infância, mas que encantadamente é infinito e dura para sempre na imaginação e na lembrança de adultos e velhos, como um atestado de viva existência. - Do que estamos falando? - Ora, do Presépio da...

Dia do Sineiro fará bater ainda mais sonoro e feliz o coração de São João del-Rei

Ninguém duvida: os sinos são um dos mais importantes, consagrados, conhecidos e reconhecidos símbolos de São João del-Rei. Não precisa nem olhar para o alto nem estar perto de alguma igreja do centro histórico para perceber. Eles falam por si.Todo dia - uns mais outros menos - toda hora, sua metade e quartos, eles estão ali, marcando o tempo e as eras, tocando, dobrando, mandando mensagens, quase todas falando de Deus. Alguns, toques alegres, entusiasmados, festivos, outros, dobres dolentes, reflexivos, pungentes, tristes, fúnebres. Chamadas para missas, momento do glória e da consagração, aviso de novena, saída, passagem e chegada de procissão, Te Deum, ofícios e funções litúrgicas especiais. Falecimentos. Enterros. Em São João del-Rei nada acontece sem a presença e a voz do sino. Até o Carnaval, quando várias vezes ele chama para as Quarenta Horas de Adoração ao Santíssimo Sacramento e avisa, às nove da noite da Terça-Feira Gorda, que dentro de três horas a Quarta-Feira de Cinza...

Pai da Música é "patusca"* e vive em São João del-Rei

A arte eterniza, desafia o tempo . Ainda mais a Música, que é etérea - puro sentimento. São João del-Rei sabe isso de cor e tem como prova incontestável o violinista Geraldo Ivon da Silva, o popular Geraldo Patusca . Às vésperas de completar, em 10 de julho próximo (1911), o seu 95º aniversário, Geraldo Patusca tem de música muito mais do que muita gente bem vivida tem de idade .  Mais de oitenta anos (exatamente  80 anos, 7 meses e 15 dias) dedicados  a tocar violino na Orquestra Lira Sanjoanense e na Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei. Assim, este são-joanense mulato, místico, religioso e cortês, sempre vestido de terno azul marinho, deve ser um dos músicos mais velhos de Minas Gerais. Sobre o começo da carreira musical de Geraldo Patusca, quando o violinista completou o seu 80º aniversário, em 1996, o historiador Sebastião de Oliveira Cintra escreveu: " Foi a 15 de setembro de 193...