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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Em São João del-Rei, na Rua da Prata, a cultura vale ouro!

Caminhar pela Rua da Prata, em São João del-Rei, vindo do Largo São Francis co ou tendo atravessado a Ponte do Rosário, é sempre um passeio poético e irrecusável. Lem br ando no antigo nome um metal precioso - e no atual homenageando o também precioso compositor sacro Padre José Maria Xavier - aquela rua é um dos endereços nobres  da cultura são-joanense. Vizinha à casa de Bárbara Heliodora e à Biblioteca Batista Caetano de Almeida, é cheia de românticas e históricas construções, que se enfileiram como reticências do tempo. Entre elas, o “Passinho da Via Sacra”, o so br adão que hospedou Dom Pedro II,  o Conservatório de Música, o solar do Mosteiro das Carmelitas sempre em adoração, a casa da água-furtada e o casarão de esquina onde funciona o Memorial Tancredo Neves. Para deleite de todos, em especial de quem não mora na cidade, o Memorial Tancredo Neves pode ser visitado a qualquer hora, virtualmente. Pela Internet, é possível andar pelas suas salas para conhecer, por meio de

São João del-Rei: aos domingos, país de memória e sentimento

" A vida necessita de pausas ", sentenciou Carlos Drummond de Andrade. Por isso, é bom que exista o dia de domingo e que o domingo possa ser uma das pausas reivindicadas pelo poeta. Falando sobre os domingos, Adélia Prado fez o  seguinte poema, que parece ser um retrato nostálgico das antigas e distantes tardes dominicais de São João del-Rei: Para comer depois Na minha cidade, nos domingos de tarde, as pessoas se põem na sombra com faca e laranjas. Tomam a fresca e riem do rapaz de bicicleta, a campainha desatada, o aro enfeitado de laranjas: 'Eh bobagem!' Daqui a muito progresso tecno-ilógico, quando for possível detectar o domingo pelo sumo das laranjas no ar e bicicletas, em meu país de memória e sentimento, basta fechar os olhos: é domingo, é domingo, é domingo. Pra completar a mansidão desta tarde de domingo, nada melhor do que Retrato em Branco e Preto ( Portrait in black and white ) na profunda e nostálgica interpretação de Chet Baker .

São João del-Rei no Festival Internacional de Marseille, na França

São João del-Rei está muito mais em evidência do que se pode  imaginar . A cidade e sua cultura são temas de tantas produções artístico-culturais e de tantas obras acadêmicas, locais ou produzidas em outras universidades, que é muito difícil acompanhar tudo o que versa sobre sobre nossa terra. Possivelmente porque ainda não existe consciência do real valor desta informação, assim como - é bem verdade - faltam instrumentos, técnicos capacitados e organismos que tenham, entre suas responsabilidades, a função de monitorar, catalogar e divulgar produções e "produtos" que se refiram a São João del-Rei. O filme O fim do sem fim , exibido esta noite (25/02) no Canal Brasil, é um documentário nem tão recente (2000), muito premiado no Brasil e no exterior, onde recebeu, na França, o Prêmio Georges de Beauregard - Festival Internacional de Marseille . Foi gravado em dez estados brasileiros, com depoimentos colhidos em 40 cidades, entre elas São João del-Rei. O primeiro depoimento é

Carnaval 2011 de São João del-Rei nos grandes jornais de Beagá e Sampa

Evoluindo, porém mantendo a tradição . Aos poucos, resgatando sua antiga fisionomia e também o prestígio de velhos tempos. Além de promover o entusiasmo e a alegria, difundindo também o compromisso e a responsabilidade. Assim caminha o carnaval 2011 de São João del-Rei . Este processo ganha cada vez mais visibilidade nacional e, em pouco mais de uma semana, foi destaque nos jornais Folha de São Paulo e Estado de Minas (links no final deste post ). Um ponto importante a se destacar no carnaval de São João del-Rei deste ano é que a folia servirá também como um instrumento de valorização do patrimônio cultural de nossa cidade. O bloco Carnaval de Antigamente , por exemplo, aproveitará o Reinado de Momo para divulgar o slogan Preservar é preciso , chamando carnavalescamente a atenção de todos para a riqueza cultural são-joanense e para a responsabilidade individual e coletiva na defesa, proteção e preservação do patrimônio material e imaterial de São João del-Rei. É a cultura em fes

Saudades de São João del-"Rei do Baião" Luiz Gonzaga

São João del-Rei é uma cidade de sorte. Foi a primeira (e única!) cidade brasileira homenageada no primeiro disco-solo do 'rei do baião' Luiz Gonzaga . Servindo ao 11o. Regimento de Infantaria, ele viveu em São João del-Rei por algum tempo, nos últimos anos da terceira década do século passado. Por ser excelente corneteiro, foi apelidado " Bico de Aço ". A valsa  Saudades de São João del-Rei foi composta por Simão Jandi, também conhecido como Turquinho, e gravada por Luiz Gonzaga em 1941, no disco Sanfona Dourada. É a música mais antiga da trilogia que se completou mais tarde com as também conhecidas Saudades de Matão e Saudades de Ouro Preto . Para ouvir Saudades de São João del-Rei , na sanfona dourada do 'rei do baião' , clique na imagem abaixo e volte 70 anos no tempo.  

Em São João del-Rei, Bate-Paus são do bem, com B e P maiúsculos!

Quem não é de São João del-Rei nem da região, certamente deve ficar apavorado quando ouve dizer que a cidade possui uma escola de samba chamada Bate-Paus. É que em outras regiões brasileiras, e até mesmo em outros países, a expressão designa pessoas ligadas à violência e à desordem, que geralmente agem por mando de terceiros. Guimarães Rosa, por exemplo, nas consagradas obras Sagarana e A hora e a vez de Augusto Matraga, usou a expressão "bate-paus" como sinônimo de jagunços e capangas. Em notícias recentes sobre os conflitos que este mês derrubaram o ditador egípcio Hosni Mubarak, jornais internacionais deram à expressão o sentido de grupos policiais e paramilitares, contrados para espalhar o terror e conter, à força, a população. Em São João del-Rei, Bate-Paus é outra coisa. É uma comunidade unida, que age com  objetivo totalmente oposto ao que os bate-paus, com iniciais minúsculas, fazem pelo Brasil e pelo mundo afora: de verde e rosa, no compasso de belos sambas, a

Em São João del-Rei, Maria Fumaça é um apaixonado caso de amor

Não é sem motivo que, em São João del Rei, tudo o que envolve a estrada de ferro constitui um dos mais ricos e vivos patrimônios culturais da cidade. Patrimônio cultural tanto material quanto imaterial. Qual são-joanense, de hoje ou de ontem, não tem na memória afetiva a lembrança do sino, do apito, do cheiro e da imagem/movimento da Maria Fumaça nas nebulosas manhãs de inverno, nos amenos dias outonais ou primaveris, nas tardes luminosas de verão? Se para a população de São João del-Rei o trem de ferro corre nas veias, imagine o que representa para maquinistas, foguistas, bilheteiros e mecânicos, ter trabalhado  uma vida dentro da cabine, impulsionando e conduzindo a máquina, ou fora, dando todo o apoio necessário, para que a Maria Fumaça levasse em seus vagões, ao longo do Rio das Mortes, entre lagoas, à sombra das montanhas, as pessoas - com seus sonhos, sentimentos, sua imaginação e encantamentos.  Lembrando poema de Adélia Prado que diz "Um trem-de-ferro é um

"Bacia das Almas" em São João del-Rei

Segunda-feira, Dia das Almas em Minas, também pode ser dia de muito humor. Por que não? O riso, muitas vezes ajuda a rever posturas, atitudes, crenças, medos e mitos, deixando-nos mais livres, flexíveis e dispostos a adotar outros valores e a viver uma vida melhor. A anedota abaixo, pela religiosidade, inventividade e secreto gosto dos são-joanenses pelos mistérios daqui e do além, se fosse verdade, bem poderia ter acontecido em São João del-Rei. Lá pelos lados das Mercês, da Muxinga ou da Rua das Flores. Confira e se divirta: "Naquela cidade antiga, um cemitério era vizinho das casas, numa rua estreita e deserta. Em um lado e nos fundos, dividia o muro com quintais e pomares, cheios de velhas jabuticabeiras, cheirosas laranjeiras, floridas pitangueiras, preguiçosas bananeiras e imponentes abacateiros, cujos galhos, de tão grandes e carregados, avançavam e se debruçavam arcados para o lado do campo-santo. Sepultado o último cristão do dia, fechado o portão, noite sem lua

Em 2013, a Alemanha pode vir a São João del-Rei

Em 2013 , São João del-Rei celebrará seus 300 anos de elevação à categoria de vila. 2013 será o Ano da Alemanha no Brasil , anunciou semana passada, em São Paulo, o cientista alemão Klaus-Dieter Lehmann, diretor mundial do Instituto Goethe. Falando para o jornal O Estado de São Paulo, Lehmann declarou que "para nós [Alemanha], é importante integrar e apresentar as novidades culturais com formatos diferentes de eventos", reconheceu que o Brasil possui instituições culturais de altíssimo nível  e explicou que os campos mais férteis para projetos de cooperação, entre outros, incluem questões ambientais e sociologia de cidades. A convergência dos dois fatos em 2013 cria uma boa oportunidade para as comemorações dos 300 anos de elevação de São João del-Rei à categoria de vila se beneficiarem de alguns eventos da programação do Ano da Alemanha no Brasil. Apesar de serem tão diferentes as duas culturas, há um forte ponto de intersecção entre elas: a música . Enquanto a A

Lendas, medos, mistérios e segredos na noite de São João del-Rei

Antigamente, a noite de São João del-Rei era cheia de mistérios . Mulher de padre virava mula-sem cabeça. Quem assoviava de noite, chamava o Saci.  Bastava olhar para a lua cheia para ver São Jorge esporear o cavalo branco e ferir de morte, com sua lança de prata, o perigoso dragão do mal. Andar em becos escuros era perigoso: escravos torturados gemiam nos ermos. Não se abria porta ou janela quando a Encomendação de Almas passava, podia-se ver caveiras. Não se fazia qualquer esforço desnecessário na Sexta-Feira da Paixão, sequer se varria a casa. Na igreja do Carmo, quem deitasse no chão e encostasse o ouvido nas tábuas, ouvia o murmurar das águas do Rio Jordão e o movimento da "Serpente" que tentou Adão e Eva. Naquele tempo, depois que o sol caía pelos lados da Serra do Lenheiro, atrás da Rua do Ouro, não tinha nada para preencher o tempo com preocupações, incômodo e lazer. Daí, sobrava espaço para a imaginação... Atualmente, em algumas noites de sexta-feira e sábado, o

São João del-Rei tem "Carnaval de Antigamente"

Em São João del-Rei, o passado e o presente brincam carnaval de mãos dadas no bloco vespertino Carnaval de Antigamente Atitude Cultural . Ao som de velhas marchinhas, tocadas pela Banda Musical Theodoro de Faria, um corso de carros antigos - puxando bonecos gigantes do Mestre Quati, estandartes coloridos, malabaristas, alegres mascarados, pernas de pau, palhaços, arlequins, colombinas, crianças, jovens e maduros - percorre as principais ruas do centro histórico da cidade, até o sol se por . É bonito de ver. Mais bonito ainda é deixar-se levar pela alegria contagiante e carnavalescamente lírica, que brota do calçamento de pedras, se debruça nos janelões coloniais, escorre dos telhados de beira-seveira, salta das torres das igrejas e vem se juntar a confetes e serpentinas, para encantamento de quem é da terra e também para quem nela vem festejar. O reinado de Momo dura só três dias, mas a Atitude Cultural aproveita o Carnaval de Antigamente para vencer o tempo passado e trazer para

São João del Rei restaura e revitaliza joia rara da música colonial

    Minas Gerais possui três órgãos musicais de tubos construídos no período colonial, mas o de São João del-Rei é especial por duas particularidades: é o único que foi confeccionado no Brasil (manualmente e com matérias primas nacionais - madeiras e metais), e também o único que não se destinava para uso religioso, ou seja, sua finalidade era alegrar e preencher, com boa música, salões de residências e espaços públicos da cidade, nos séculos XVIII e XIX. Depois de oitenta anos paralisado por desgaste e perda de algumas peças, recentemente o órgão musical foi restaurado e entregue à comunidade são-joanense em fins do ano passado. Agora, o instrumento, que curiosamente, quando fechado, mais parece um armário doméstico para guarda de louças - pode ser visitado no Museu Regional de São João del-Rei, de terça a domingo, das 12h30 às 17h30. É intenção que, em breve, ali sejam realizados concertos musicais. Enquanto isso não acontece, veja e ouça, no vídeo abaixo, uma animação contempo

São João del-Rei, mais uma vez, no Sambódromo carioca

São João del-Rei rima com samba e com carnaval. Prova disso é que, fazendo uma revisão histórica nos sambas-enredo do carnaval carioca, notamos que vários deles contam fatos acontecidos em nossa cidade, alguns até citando explicitamente o nome São João del-Rei. Um exemplo é o samba-enredo que a Escola de Samba Unidos da Ponte levou para o sambódromo da Marquês de Sapucaí, no carnaval de 2002. Veja a letra, dos compositores Dudu das Candongas e Pardal: Enredo: De Minas para o Brasil  Tancredo Neves, o mártir da Nova República Vai brilhar Uma luz sobre a Ponte Surge um belo horizonte O sol da liberdade vai raiar Anunciando um novo dia O filho da democracia Quantas saudades nos traz O mártir de Minas Gerais Oh, Minas Gerais Oh, Minas Gerais (bis) Tancredo de novo, nos braços do povo Não te esquecerei jamais De braços dados vai lutar E caminhando vai traçando a própria história O pacato mineiro toma a decisão Ser a voz das diretas Com as indiretas nas mãos O estadi

Lembrança amorosa de São João del-Rei

Declaradamente apaixonado por São João del-Rei, o professor Antonio Gaio Sobrinho é autor de uma vasta, rica e muito agradável  produção histórico-literária sobre  nossa cidade. Sua produção garimpa e lapida informações históricas com grande esmero e generosidade poética, a exemplo do belo texto que colhemos em um de seus livros e reproduzimos abaixo. Vamos com ele neste passeio, pela cidade que é prazeroso e iluminado cartão-postal ... Emoções e sentimentos Contempla estas ruas, vê quantas igrejas, erguidas à custa de negras pelejas, em pedra sabão! Divaga teus olhos nas serras e montes, na lua que sobe, além, no horizonte, num lindo clarão. Escuta os foguetes que estouram no espaço e a banda que passa, marcando o compasso, seguindo o andor! Afina os ouvidos no toque dos sinos, chamando-nos todos aos cultos divinos de Nosso Senhor! Aspira o perfume cheiroso do incenso, de todas as flores que enfeitam o imenso, terrestre jardim! Aguça o olfato, aprecia o cheirinho

São João del-Rei pode unir o útil ao agradável

São João del-Rei, domingo, samba, alegria, história, cultura e carnaval . Quer mistura melhor do que esta? Pois é, no clima das bandas e blocos carnavalescos, conheça a letra de um samba-enredo da Escola de Samba Império Serrano , composto em 1949 por Mano Décio da Viola, Estanislau Silva e Penteado. É uma autêntica lição da história  de São João del-Rei e um recado importante para todos os brasileiros: Homenagem a Tiradentes Joaquim José da Silva Xavier Morreu a 21 de abril Pela Independência do Brasil Foi traído e não traiu jamais A Inconfidência de Minas Gerais (bis) Joaquim José da Silva Xavier Era o nome de Tiradentes Foi sacrificado pela nossa liberdade Este grande herói Pra sempre há de ser lembrado Depois, aprenda o ritmo nesta magistral e empolgante apresentação de Zé da Velha e Silvério Pontes. Aí então é só se preparar para a folia, que nas ruas começa em breve. Mas como carnaval, do mesmo modo que "educação começa em casa", por que não formar um

Em São João del-Rei, brilhou o Astro de Minas

Sempre em posição de destaque no Estado de Minas Gerais, São João del-Rei foi a segunda cidade mineira a ter imprensa periódica, quando Batista Caetano de Almeida fundou e editou o jornal Astro de Minas . Era 20 de novembro de 1827, ou seja,  a pimeira edição do primeiro periódico são-joanense foi lançada há 184 anos atrás. Trinta e cinco anos após a Inconfidência Mineira, cinco anos após a Independência do Brasil e 81 anos antes da Abolição da Escravatura no país. Por quase doze anos, o jornal Astro de Minas circulou ininterruptamente às terças, quintas e sábados, colocando nas ruas 1769 edições. Como todo bom jornal, tinha linha editorial bem definida: além de informar fatos relevantes da cidade e da região, seu discurso procurava defender e fortalecer a legalidade, que na ocasião estava muito fragilizada em Minas Gerais. Ao brilhar no céu de São João del-Rei, o Astro de Minas iluminou o caminho fértil pelo qual passaram, em 124 anos (de 1827 a 1951), 128 jornais, muitos com

São João del-Rei põe seus 48 blocos na rua

Ciganas , enfeitem seus pandeiros. Piratas , procurem suas lunetas. Baianas , armem suas saias e seus turbantes. Havaianas , caprichem nos sarongues. Índios , não descuidem dos cocares. Odaliscas , perfumem seus véus. Todo mundo que é da festa, da paz, do bem, da fantasia e do entusiasmo, atenção: o carnaval 2011 de São João del-Rei promete! Se depender da programaçào divulgada pela Secretaria de Cultura, em São João del-Rei, no período de 19 de fevereiro a 8 de março, só vai ficar parado quem quiser . Quarenta e oito blocos movimentarão as praças, becos,  largos, esquinas e ruas da cidade, do centro histórico aos bairros e distritos, espalhando confetes, serpentinas, ilusão, alegria, amizade e descontração. Tanto aos foliões quanto a quem for só para assistir, o bom-senso pede que, irreverência, levem apenas aquela saudável, que é própria do carnaval de nossa cidade. Que o respeito ao próximo e ao patrimônio público não seja esquecido. Que a gentileza, a cortesia e a boa-ed

Minas Gerais celebrará, em São João del-Rei, o Dia da Liberdade

São João del-Rei acaba de ganhar mais uma importante oportunidade para rememorar sua história e valorizar sua cultura , desta vez com a promoção de eventos histórico-artístico-culturais diversos, promovidos e apoiados oficialmente pelo Governo de Minas Gerais, para celebrar na cidade, em nível estadual, o Dia da Liberdade . A programação será desenvolvida todo ano, no dia 12 de novembro , especialmente em nossa cidade, lembrando o nascimento e batismo de Tiradentes em São João del-Rei, conforme decreto assinado pelo governador Antonio Anastasia, no dia 11 de janeiro passado * . Todo incentivo à preservação e divulgação da história e da cultura de São João del-Rei é muito bem-vindo, ainda mais porque estimula o poder público local, as instituições ligadas à memória e à cultura, os intelectuais, a sociedade civil e a comunidade em geral a reiterarem seus compromissos com a causa do patrimônio e da memória são-joanenses. Assim, é de se esperar que as comemorações do Dia da Liberd

São João del-Rei no cinema

 Até hoje lembradas pelos são-joanenses, as gravações do filme Amor & Cia ., de Helvécio Ratton, há onze anos movimentaram as ruas históricas de São João del-Rei e revelaram, belos e pouco desconhecidos ângulos da paisagem local. Também apresentaram alternativas interessantes para a decoração e ambientação interna e externa do comércio, por resgatar a estética de São João del-Rei em fins do século XIX (época em que se passa a estória), muito interessante para fins turísticos e promocionais. A locação foi  feita nos sobradões, armazéns da Estação Ferroviária, Rua da Cachaça, Ponte da Cadeia, Rua da Prata, becos e ruelas da cidade, com móveis e utensílios emprestados por famílias são-joanenses. As famílias  “emprestaram até os figurantes", que atuaram ao lado de Patrícia Pilar, Marco Nanini, Alexandre Borges, Rogério Cardoso e outros atores muito conhecidos. Uma curiosidade : a riqueza sonora de São João del-Rei é tão expressiva que permite até saber a hora em que algumas c

Mil vezes* São João del-Rei!

Pouco depois das 2 horas da manhã de terça-feira, 8 de fevereiro, 34 dias após lançado, o almanaque eletrônico Tencões & terentenas atingiu a marca de 1.000 acessos / visitas . É um número simbólico, emblemático, um momento que não pode ser menorizado nem subestimado. Para registrá-lo publico esta música que, para mim, tem dois sentidos: no primeiro, é uma canção passional, primitiva, bruta, declaração quase visceral de amor à terra-mãe; no segundo, sublime, é um pedido, uma oração, uma certeza, uma crença e uma fé libertária. Partilhemos-la! * N o título, a lusão à frase atribuída a Tiradentes: " Se mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria !"

Zé Pereira já morou em São João del-Rei. Você se lembra dele?

Há exatos trinta dias da terça-feira gorda de Carnaval - que é um momento muito especial no calendário cultural de São João del-Rei - é hora de lembrar uma "entidade carnavalesca", que hoje só sobrevive na lembrança de quem já passou dos cinquenta. Zé Pereira , ele se chamava... Apesar do nome, Zé Pereira não tinha registro civil. Sequer era uma pessoa. Eram blocos carnavalescos espontâneos que, segundo jornais são-joanenses do início do século 20 ( Passarelli, 2005 ), eram capitaneados pelas bandas de música, reuniam  muitos brincantes, tinham estandartes e carros alegóricos puxados por animais (certamente montados em carroças e, quem sabe, até em carros de bois) ou empurrados pelos próprios foliões. Há notícias de que, em 1921, em São João del-Rei,  um Zé Pereira foi " puxado pela Banda de Música do 11o Regimento, uniformizada a caracter ". Com o passar do tempo, a urbanização, a industrialização, a proletarização e o enrijecimento das estruturas socioeconôm

Legalidade nos 300 anos de São João del-Rei

E ntre os belos e historicamente importantes monumentos de São Joao del-Rei, especialmente um, nos dias atuais, vive na sombra. É o Chafariz da Legalidade . Não falamos aqui das sombras das árvores que o cercam, nem da sombra do Edifício São João, que lhe proíbe o sol do entardecer. Chamamos de sombra a pouca valorização patrimonial, turística, cultural e comunitária que é dada ao monumento, carente de atenção e de tratamento paisagístico, iluminação e segurança que realcem sua beleza e sua importância. Legalidade . O nome do chafariz bem demonstra seu significado na história da cidade. Erigido em 1834, registra o período de 51 dias em que, durante a Sedição de Vila Rica, em 1833, São João del-Rei foi sede do Governo Legal da Província de Minas Gerais * . As comemorações dos 300 anos da elevação de São João del-Rei à categoria de Vila , em 2013, bem poderiam incluir a revitalização do Chafariz da Legalidade , transformando aquela praça em um equipamento urbano de lazer e contemp

Lombo com tutu: o encanto de Minas em São João del-Rei

Ah, os domingos! Dias felizes para quem vive em sintonia consigo, com seu tempo, seu espaço, com seu ambiente - urbano ou rural - com o universo... Entendiantes, enfadonhos, desgastantes e ameaçadores para quem, nas grandes ou pequenas cidades, perdeu seus elos com o universo individual ou planetário. Mas os domingos nos impõem, face a face, nós e nós mesmos... Mais do que realidade, domingos são lembranças, vividas ou imaginadas. Mais fortes ainda são os domingos "lembranças sonhadas". Aqueles que igual Estrela Dalva anunciam o idílio, o onírico e todas as coisas que, mesmo só existindo no mundo imaginário, não escaparão dos nossos desejos e das nossas procuras. Os domingos, mais do que os dias úteis, têm tempos bem marcados. Acordar, almoço, entardecer, noite. Quase todos são vividos individualmente, mas o almoço é a mais simbólica e a mais coletiva das horas. É a comunhão humana. Em Minas é assim. Sendo domingo e falando de almoços, memórias, lembranças e afetos

Ção João del-Rei canta para o mundo. Em alemão...

Conhecer São João del-Rei é conhecer seus artistas e reconhecer seus valores. Mas os grandes artistas são-joanenses volta e meia se esbarram conosco pelas esquinas, param conosco nos largos, trocam um dedo de prosa, compram queijo no Mercado Municipal, não recusam brindar uma cerveja num boteco despojado. E, encantados pelo convívio, nem percebemos que são artistas...  Os grandes artistas de São João del-Rei não andam com o currículo debaixo do braço e - em nome de sincera modéstia - não ostentam seus históricos nem, gratuitamente, exibem seus títulos. Antes, fazem tudo para sabiamente não perder a identidade de pessoas comuns, pois sabem que a obra é mais importante do que o autor. Além disso, sabem também que a simplicidade é a essência mais pura da verdadeira alma são-joanense. Entretanto, talvez por esta dinâmica, nem sempre tomamos conhecimento da grandeza da obra cultural que alguns são-joanenses executam, muitas vezes maior até do que os limites nacionais e continentais. Um

São João del-Rei sem fronteiras no tempo e no espaço

Hoje , 4 de fevereiro, o almanaque Tenções & terentenas completa um mês de existência. Trinta dias no ar divulgando a cultura e a memória de São João del-Rei, facilitando o acesso planetário a informações, documentos, vídeos, poemas, matérias jornalísticas, fotografias, produções acadêmicas e literárias e outros registros do patrimônio cultural são-joanense. Neste período, foram publicados 33 posts , garantindo atualização diária. O almanaque foi acessado 864 vezes, o que significa 28,8 acessos / dia , ou seja, bem mais do que 1 acesso por hora . Houve dias, inclusive, que o número de acessos variou de 52 a 65, o que representa quase 3 visitas por hora. Além do Brasil, registrou-se acessos feitos em outros países da América do Sul e também oriundos da América do Norte e da Europa. Estes números são muito positivos e mostram bem mais do que um quadro estatístico . Sinalizam especialmente para dois aspectos que merecem ser destacados. São eles: ► Os são-joanenses amam São J

São João del-Rei - 300 anos cabem nos livros?

Os trezentos anos da elevação de São João del-Rei à categoria de Vila, a se contar em 2013, são um fato histórico de grande relevância, que merece comemoração à altura . Para isso, a sociedade / comunidade local é competente e capaz de elaborar e desenvolver uma brilhante programação comemorativa para marcar tal acontecimento, com ganhos em termos de pertencimento e auto-estima cidadã para os são-joanenses e de maior visibilidade estadual, nacional e até internacional para a cidade. Entretanto, como sabemos, para o sucesso dessa empreitada são necessários alguns fatores que vão além da competência e da capacidade. Entre eles, destacam-se a união e o co mprometimento de todos os setores envolvidos (instituições públicas, entidades civis, empresas, ONGs, intelectuais, artistas e comunidade) e o eficaz planejamento que viabilize o desenvolvimento de um projeto amplo, que abranja, integre e sistematize várias atividades nas mais diversas áreas. O planejamento antecipado permite, in

Saber mais para ir mais longe: Seminário sobre Gestão Cultural

Saber não ocupa espaço e ajuda a chegar mais longe. Por um caminho mais curto. Na área cultural não é diferente: quanto mais se conhece, se profissionaliza, se aperfeiçoa e se atualiza, mais competente e eficaz se torna o trabalho e maior o reconhecimento alcançado. Para quem atua com gestão cultural ou se interessa pelo assunto, acontecerá no Museu de Arte de São Paulo - MASP, no dia 28 deste mês, o I Seminário de Gestão Cultural . A programação constará de cinco painéis onde um palestrante internacional e nove conferencistas nacionais, ligados a grandes universidades ou a empresas atuantes no incentivo à cultura e na prática de atividades culturais debaterão temas relevantes, entre eles: a relação das organizações com a cultura no século XXI; legitimidade e reconhecimento do investimento cultural; políticas culturais e cooperação; cultura e interatividade no mundo contemporâneo. O seminário é uma promoção da Aberje e mais informações podem ser obtidas em http://www.aberje.com. br /

São João del-Rei no Fantástico? Isso mesmo. E com muito mistério...

  A inventividade e a criatividade   em São João del-Rei são tamanhas que transcendem até a arte e a cultura. Quebrando a monotonia e trazendo o inusitado, criatividade e inventividade estão presentes em muitos momentos do dia a dia dos são-joanenses, desestabilizando com um novo olhar e uma nova interpretação o que parece imutável, desestruturando a mediocridade própria do que é lugar comum. Esta realidade, de tão verdadeira e tão absoluta, virou até matéria no programa dominical Fantástico , no ano passado, apresentada pelo jornalista Maurício Kubrusly no quadro Me leva Brasil . Pelo aspecto curioso e pitoresco - tanto da linguagem despojada quanto do ineditismo dos assuntos tratados e da condução bem-humorada das reportagens, o quadro Me leva Brasil era dos mais populares. Repercutia nacionalmente durante toda a semana, volta e meia pontuando rodas de conversa de pessoas dos mais diversos níveis e classes sociais. O que Kubrusly encontrou de muito peculiar em São João del-R

Nhá Chica, enfim, será cidadã de São João del-Rei

Que Nhá Chica é são-joanense ninguém duvida.Entretanto, o primeiro e, até hoje, mais importante documento que atesta sua naturalidade é a Certidão de Batismo, realizado na capela de Santo Antônio  do Rio das Mortes Pequeno, em 26 de abril de 1810, conforme Livro de Assentos da Frequesia de Nossa Senhora do Pilar da então Vila de São João del-Rei. Naquela época, as certidões de batismo tinham a força de certidões de nascimento, só que com um porém: escravos e filhos de escravos eram batizados apenas com o pré-nome, informando-se, além da data e do local, o nome de seus pais e avós (que por sinal também não tinham nome que identificasse a que família pertenciam). Então, por não constar dados mais completos e consistentes que permitissem individualização, ficava difícil, ao longo do tempo, saber, unicamente por meio da Certidão de Batismo, informações precisas sobre a pessoa batizada. Para resolver esta questão é que hoje se tem pleiteado registros tardios, como foi feito com a