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Mostrando postagens com o rótulo coisas típicas

Cruz enfeitada: lembrança desbotada pelo tempo na paisagem colonial de São João del-Rei

Três de maio é o Dia da Santa Cruz - uma data comemorativa outrora muito marcante no calendário religioso de São João del-Rei. Entretanto, nas últimas décadas, uma bela tradição relativa a este dia praticamente desapareceu da área urbana são-joanense, principalmente no centro histórico: a colocação de cruzes enfeitadas na porta das casas. Geralmente adornadas com flores naturais (crisântemos pequenos, em São João del-Rei antigamente conhecidos como "monsenhor") ou de papel crepom, ou simplesmente cobertas com papel de seda repicado, eram adereços coloridos que - em contraste com as portas azuis, vermelhas, verdes, cinzas, amarelas ou marrons - davam viva alegria à paisagem colonial de nossa cidade. As cruzes enfeitadas ficavam nas fachadas até que se desbotassem pela exposição ao sol, à chuva e ao sereno do inverno, que em São João del-Rei já começa forte nesta época do ano. Funcionavam como a guirlanda natalina, porém pendurada na porta no terceiro dia de maio, como d...

Ti-ti-ti da alegria com a morte? Só mesmo no Carnaval de São João del-Rei...

Em São João del-Rei, quando o assunto é Carnaval, a alegria não escolhe lugar.  Insubordinada na sua emoção despreocupada e expansiva, ignora restrições, subverte convenções, extrapola limitações - toma conta de todos. Em toda parte... Democrática, dialoga com todos, rompendo barreiras possíveis e inimagináveis. E nem espera a chegada de Momo. Mal janeiro vira as costas, largos, praças, cantos, becos viram campos de artilharia das baterias de escolas de samba. Nem o Largo do Carmo, com sua pompa e circunstância, escapa.  Pelo contrário, é exatamente no portão do solene e altivo Cemitério do Carmo que uma bateria se instala. Dali, do por do sol ao primeiro cantar do galo, vibra suas caixas, surdos, metais e chocalhos, hipnotizando em frenesi o requebrar alucinante das mulatas, o gingar gracioso das cabrochas, o deslizar dolente das pastoras, o gira-girar rendado das baianas. Toda noite. Tudo com o maior respeito. Quem disse que a alegria não combina com a lembr...

São João del-Rei. Sinfonia do tempo!

Barroquice contemporânea, São João del-Rei é uma sinfonia do tempo. Poética dinâmica, trissecular. A história viva levando à cabeça, numa trouxa azul, o passado a passear, de mãos dadas com o presente. Entre sinos, smartphones , sonetos, sentimentos, suplementos, sacadas, saraus , sushis, seveiras, seteiras , sex shops, passinhos,  pelourinhos, poemas, pontes de pedra, presépios, preces, platibandas, partituras, procissões, paixões, pensamentos, pressentimentos, passamentos, picolé do seu Amado, pastel do Sô Geraldo, pão de queijo do Lelé, terreiros, cruzeiros, canteiros, jardins, alecrins, bugarins, lambrequins, botequins, quinquenas, trezenas, novenas, terentenas - todo o encantamento e o mistério que são a alma deste lugar. Este vídeo  http://vimeo.com/81501937  mostra isto!