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Na longa Semana Santa de São João del-Rei, hoje é Sexta-Feira das Dores

 Hoje, quarta sexta-feira da Quaresma, celebra-se em São João del-Rei uma solenidade muito tradicional na Semana Santa são-joanense: o Depósito de Nossa Senhora das Dores da Catedral Matriz do Pilar para a igreja do Carmo.
É o primeiro momento do segundo ciclo das Comemorações dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo a Caminho do Calvário. Propriamente conhecido como Festa de Passos, é composto pelo depósito das imagens de Nossa Senhora e de Bom Jesus dos Passos, seguido, no domingo, pela Procissão do Encontro. Os outros dois momentos são três Vias Sacras e o Setenário das Dores.
Os depósitos das Dores e dos Passos têm características litúrgicas especiais. Durante todo o dia as imagens são expostas na Matriz do Pilar cobertas de roxo por um velário, ou seja, por uma tenda de tecido. É desta forma que à noite elas são transportadas em procissão, no caso do Depósito das Dores, para a igreja do Carmo, ondeao chegar – o velário é retirado enquanto a Orquestra Ribeiro Bastos executa um moteto próprio e o Miserere (vídeo abaixo).
Tanto na sexta quanto no sábado, as procissões saem da Matriz do Pilar conduzidas apenas pela Irmandade dos Passos, ao som da Banda Teodoro de Faria. Na metade do percurso até a igreja onde as imagens serão depositadas, acontece o encontro com a irmandade anfitriã (hoje, irmandade do Carmo; amanhã, de São Francisco) e com a banda por ela contratada (hoje, Banda da Prefeitura; amanhã, Banda do Quartel).
O encontro das irmandades é feito com uma evolução marcial, austera, onde a irmandade anfitriã entra “por dentro” das alas da Irmandade dos Passos e depois dá sequência a elas, até fazer guarda ao andor. O andor de Nossa Senhora das Dores tem à frente, como figurados vivos, jovens vestidos como Maria Madalena, com uma "naveta" de perfume, e como São João Evangelista, simbolicamente escrevendo seu evangelho sobre um livro de madeira com pena de prata.
Veja, abaixo, um vídeo sobre a chegada do Depósito das Dores na igreja do Carmo, quando a orquestra executa o Miserere.


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