O sol que anunciou em alvorada o amanhecer do dia 8 de dezembro de 1713 iluminou também uma nova era para o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes. Naquela data, o movimentado e próspero aglomerado urbano que desde 1703 se formara à sombra da Serra e às margens do Córrego do Lenheiro, tendo se recomposto do incêndio que assinalara o fim da sangrenta e cruel Guerra dos Emboabas, foi elevado à categoria de Vila. Seu nome, São João del-Rei, em homenagem a El-Rey Nosso Senhor Dom João V.
Nascia ali, assim, a quarta vila do ouro das Minas Gerais, conforme o Auto de Levantamento da Vila de São João del'Rey, lavrado naquela data:
"Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil sete centos e treze annos, aos oito dias do mez de dezembro do dito anno neste Arraial do Rio das Mortes, onde veiu por ordem de Sua Majestade, que Deus Guarde, Dom Braz Balthazar da Silveira, Mestre de Campo General dos seus exércitos, Governador e Capitão Geral da Cidade de São Paulo, e Minas, para effeito de levantar Villa o dito Arraial; e logo em virtude da dita Ordem, que ao pé deste Auto vai registrada, o criou em Villa com todas as solenidades necessárias, levantando o Pelourinho no lugar, que escolheu para a dita Villa a contento, e com aprovação dos moradores della, a saber na xapada do morro que fica da outra parte do córrego para a parte da Nascente do dito Arraial, por ser o citio mais capaz e conveniente para se continuar a dita Villa, a qual elle dito Mestre de Campo General, e Governador e Capitão General appelidou com o nome São João del'Rey, e mandou , que com este título fosse de todo nomiado em memória de El Rey Nosso Senhor por ser a primeira Villa que nestas Minas elle dito Governador e Capitão General levanta assistindo a esta nova erécção o Dezembargador Gonçalo de Freitas Baracho, como Menistro do dito Senhor que se acha Ouvidor Geral desta dita Villa, como tão bem assistido toda a nobreza, e Povo della, e se levantou com effeito o dito Pelourinho, e ouve elle dito Governador e Capitão General por erecta a dita Villa, creando nela os Officiaes necessários, assim os Milicias, como de Justiça conducentes ao bom regimen della, e mandou se procedesse a elleição dos pelouros para os Officiaes da Camara na forma da Ley, e de tudo mandou fazer este Auto que assignou com o dito Dezembargador, Ouvidor Geral, e eu Miguel Machado de Avelar Escrivão da Ouvidoria Geral que o escrevy - Dom Braz Balthazar da Silveira - Gonçalo de Freitas Baracho."
Esta é a Certidão de Nascimento de São João del-Rei, em transcrição feita de registro colhido pelo dedicado e saudoso historiador são-joanense Sebastião de Oliveira Cintra.
Nascia ali, assim, a quarta vila do ouro das Minas Gerais, conforme o Auto de Levantamento da Vila de São João del'Rey, lavrado naquela data:
"Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil sete centos e treze annos, aos oito dias do mez de dezembro do dito anno neste Arraial do Rio das Mortes, onde veiu por ordem de Sua Majestade, que Deus Guarde, Dom Braz Balthazar da Silveira, Mestre de Campo General dos seus exércitos, Governador e Capitão Geral da Cidade de São Paulo, e Minas, para effeito de levantar Villa o dito Arraial; e logo em virtude da dita Ordem, que ao pé deste Auto vai registrada, o criou em Villa com todas as solenidades necessárias, levantando o Pelourinho no lugar, que escolheu para a dita Villa a contento, e com aprovação dos moradores della, a saber na xapada do morro que fica da outra parte do córrego para a parte da Nascente do dito Arraial, por ser o citio mais capaz e conveniente para se continuar a dita Villa, a qual elle dito Mestre de Campo General, e Governador e Capitão General appelidou com o nome São João del'Rey, e mandou , que com este título fosse de todo nomiado em memória de El Rey Nosso Senhor por ser a primeira Villa que nestas Minas elle dito Governador e Capitão General levanta assistindo a esta nova erécção o Dezembargador Gonçalo de Freitas Baracho, como Menistro do dito Senhor que se acha Ouvidor Geral desta dita Villa, como tão bem assistido toda a nobreza, e Povo della, e se levantou com effeito o dito Pelourinho, e ouve elle dito Governador e Capitão General por erecta a dita Villa, creando nela os Officiaes necessários, assim os Milicias, como de Justiça conducentes ao bom regimen della, e mandou se procedesse a elleição dos pelouros para os Officiaes da Camara na forma da Ley, e de tudo mandou fazer este Auto que assignou com o dito Dezembargador, Ouvidor Geral, e eu Miguel Machado de Avelar Escrivão da Ouvidoria Geral que o escrevy - Dom Braz Balthazar da Silveira - Gonçalo de Freitas Baracho."
Esta é a Certidão de Nascimento de São João del-Rei, em transcrição feita de registro colhido pelo dedicado e saudoso historiador são-joanense Sebastião de Oliveira Cintra.
Como sempre um fato interessante publicado. Pesquisa histórica, o diferencial desse espaço dedidado à minha querida São João del-Rei, que essa semana está em festa.
ResponderExcluirEstimada Andrea,
ResponderExcluircomo gratifica ler / ouvir "minha querida São João del-Rei". É pretensão do almanaque eletrônico Tencões & terentenas contribuir para a elevação da auto-estima são-joanense e para a expansão / consolidação do sentimento de pertencimento do povo desta 'terra adorada'.
Grande abraço.
Parabéns pela pesquisa e informação relevante. Excelente!
ResponderExcluirDe fato, é a quarta das Vilas do Ouro: Mariana (Vila de N.Sa. do Ribeirão do Carmo); Ouro Preto (Vila Rica); Caeté (Vila Nova da Rainha); São João del-Rei (Vila de São João del-Rei); Catas Altas (Vila de Catas Altas do Mato Dentro); Pitangui (Vila de N.Sa. da Piedade); Sabará (Vila Real de N.Sa. da Conceição do Sabarabuçu); Serro (Vila do Príncipe); Tiradentes (Vila de São José do Rio das Mortes); e Diamantina (Vila do Tejuco). Considerando só a elevação a Vila já estruturada, com Ato Formal lavrado, assinado e registrado em nome da Corte.
Quanto à formação anterior, como "Arraial", é praticamente impossível a datação e determinação da antiguidade relativa (entre 1680 e 1710). Porque Arraial era qualquer ajuntamento de 2 ou 3 famílias casadas entre si, à beira de rio com trilha, com roças e criações, capela, armazém e birosca, galpão para tropeiros e viajantes, parteira/ benzedeira /socorrista, defesa contra assaltantes e índios, perdido na imensidão desse sertão das Minas.
Obrigado, JACN-BH, pela sua consideração e tempo dedicado à leitura deste post. Obrigado também pela observação detalhada sobre o que, "entre 1680 e 1710", era considerado arraial, o que flexibiliza as datas tidas como origem do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar!
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