Dois mil e onze foi um ano próspero para a cultura de (e em) São João del-Rei. De janeiro a dezembro, das folias de Reis que alegram a cidade no primeiro mês do ano às comemorações natalinas, a cidade desenvolveu uma vasta, rica e complexa programação cultural nas mais diversas frentes - tão extensa e diversificada que é impossível descrevê-la neste espaço.
Tudo com muita autenticidade, resgatando, preservando e mantendo o que precisa ser conservado, acrescentando tons contemporâneos quando não descaracterizam e constituem enriquecimento, abrindo novos horizontes culturais, novos olhares, novos caminhos para o saber. A arte a se firmar como fator de inclusão, não apenas social e econômica, mas também como elemento de re-ligação do homem são-joanense consigo mesmo, com seu mundo e com o "mundo, mundo, vasto mundo", como falou Carlos Drummond de Andrade.
Viu-se a arte e a cultura são-joanenses se expandirem, valorizando a etnicidade da formação cultural de São João del-Rei, sobretudo no que diz respeito à vertente africana. Sem ressentimentos - ao contrário - com grande naturalidade e espontaneidade. Reparação? Não, reconhecimento...
Eventos culturais (no sentido mais amplo do conceito de cultura) quase que diários nas igrejas, nos teatros, nas praças públicas, enfim, em toda parte. Concertos, conferências, lançamento de livros, de CDs, de DVDs, exposições, recitais, novenas, folias, festivais, procissões, palestras, tapetes de rua, toques de sino, gastronomia marcante, restaurações, revitalizações e reapropriações. Poucas cidades do mundo, do porte de São João del-Rei, tiveram e tem programação tão extensa, tão intensa e tão frequente.
A cidade cada vez mais se materializa e ganha presença no universo virtual, propagada e difundida por são-joanenses e visitantes, na forma de vídeos e documentos diversos, nos mais diferentes canais eletrônicos. Isso não pode ser desprezado.
Diante de tanta grandiosidade e de tanta profusão, tão próprias da alma barroca de São João del-Rei, uma iniciativa implementada no mês de dezembro, pela modéstia, simplicidade e singeleza, se destaca: a restauração e revitalização do Presépio da Muxinga.
Em tudo, esta conquista deve servir de exemplo. Desde a espontaneidade da criação do Presépio, pelos irmãos Teixeira, no começo do século XX, até a ação voluntária e cidadã das pessoas que, contemporaneamente, se empenharam e viabilizaram sua restauração e retorno ao local de origem, na ladeira da Muxinga. Voluntariado e cidadania que espelham também a abnegação da família dos criadores Teixeira, ao tornar coletivo um patrimônio particular, possibilitando, inclusive, que o Presépio fique em exposição permanente, aberto para visitas nos feriados e fins de semana, à tarde.
A revitalização do Presépio da Muxinga talvez possa ser considerada um dos mais representativos símbolos das conquistas culturais de São João del-Rei em 2011. Que contemplando esta iniciativa e nela inspirados, todos os são-joanenses se unam para novas conquistas e realizações culturais em 2012!
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Ilustração: detalhe da ferragem da antiga Leiteria de São João del-Rei, hoje agência Bradesco, ao lado do Teatro Municipal
Tudo com muita autenticidade, resgatando, preservando e mantendo o que precisa ser conservado, acrescentando tons contemporâneos quando não descaracterizam e constituem enriquecimento, abrindo novos horizontes culturais, novos olhares, novos caminhos para o saber. A arte a se firmar como fator de inclusão, não apenas social e econômica, mas também como elemento de re-ligação do homem são-joanense consigo mesmo, com seu mundo e com o "mundo, mundo, vasto mundo", como falou Carlos Drummond de Andrade.
Viu-se a arte e a cultura são-joanenses se expandirem, valorizando a etnicidade da formação cultural de São João del-Rei, sobretudo no que diz respeito à vertente africana. Sem ressentimentos - ao contrário - com grande naturalidade e espontaneidade. Reparação? Não, reconhecimento...
Eventos culturais (no sentido mais amplo do conceito de cultura) quase que diários nas igrejas, nos teatros, nas praças públicas, enfim, em toda parte. Concertos, conferências, lançamento de livros, de CDs, de DVDs, exposições, recitais, novenas, folias, festivais, procissões, palestras, tapetes de rua, toques de sino, gastronomia marcante, restaurações, revitalizações e reapropriações. Poucas cidades do mundo, do porte de São João del-Rei, tiveram e tem programação tão extensa, tão intensa e tão frequente.
A cidade cada vez mais se materializa e ganha presença no universo virtual, propagada e difundida por são-joanenses e visitantes, na forma de vídeos e documentos diversos, nos mais diferentes canais eletrônicos. Isso não pode ser desprezado.
Diante de tanta grandiosidade e de tanta profusão, tão próprias da alma barroca de São João del-Rei, uma iniciativa implementada no mês de dezembro, pela modéstia, simplicidade e singeleza, se destaca: a restauração e revitalização do Presépio da Muxinga.
Em tudo, esta conquista deve servir de exemplo. Desde a espontaneidade da criação do Presépio, pelos irmãos Teixeira, no começo do século XX, até a ação voluntária e cidadã das pessoas que, contemporaneamente, se empenharam e viabilizaram sua restauração e retorno ao local de origem, na ladeira da Muxinga. Voluntariado e cidadania que espelham também a abnegação da família dos criadores Teixeira, ao tornar coletivo um patrimônio particular, possibilitando, inclusive, que o Presépio fique em exposição permanente, aberto para visitas nos feriados e fins de semana, à tarde.
A revitalização do Presépio da Muxinga talvez possa ser considerada um dos mais representativos símbolos das conquistas culturais de São João del-Rei em 2011. Que contemplando esta iniciativa e nela inspirados, todos os são-joanenses se unam para novas conquistas e realizações culturais em 2012!
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Ilustração: detalhe da ferragem da antiga Leiteria de São João del-Rei, hoje agência Bradesco, ao lado do Teatro Municipal
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