Pular para o conteúdo principal

Tencões & terentenas 365 dias. 294 publicações. Quase 23 mil vezes São João del-Rei!


Neste 4 de janeiro, o almanaque eletrônico Tencões & terentenas completa o seu primeiro aniversário. Precisamente às 13 horas e 27 minutos, quando foi publicada a primeira postagem "Democratizar mais a cultura de São João del-Rei" (link abaixo). De lá pra cá, sempre autônomo e independente, "livre e desimpedido" o blog não parou mais: publicou 294 posts (a intenção era ter publicações diárias, mas ninguém é de ferro!), foi visitado 22.700 vezes e acessado em todos os continentes, principalmente - além das terras brasileiras -  nas Américas e na Europa, de norte a sul, de leste a oeste. Mas o ranking inclui também o Oriente Médio e países como Camboja, Índia, Filipinas e outros. Seus posts receberam 125 comentários e, pelo ineditismo de sua proposta, Tencões & terentenas foi citado em diversos blogs são-joanenses, mineiros e até portugueses.

Divulgou o retrato poético de São João del-Rei na poesia de grandes nomes, como Carlos Drummond e Oswald de Andrade, e na música de Luiz Gonzaga Rei do Baião. Divulgou documentos históricos raros, como o Auto da Elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes à Vila de São João del-Rei (1713), resgatou detalhes das Exéquias de Dom João V celebradas na Matriz do Pilar em 1750. Descobriu e divulgou fotos, filmes, clipes e vídeos desconhecidos e raros sobre a cidade e sua gente.

Desvelou o anteontem e o ontem seculares sem desprezar o hoje, na figura dos artistas, dos músicos, dos sineiros, dos artesãos; reverenciou os mortos sem se esquecer dos vivos, valorizou as mais diferentes expressões culturais que formam a identidade são-joanense, na tentativa de humildemente minimizar injustiças que toda História produz e que o tempo alimenta.

Um ano se passou, aumentando a todo instante o volume de visitas ao almanaque eletrônico Tencões & terentenas.

- Mas o que são 365 dias diante dos 310 anos de São João del-Rei? - pode-se perguntar.

- Bem, se a medida for apenas cronológica, então, de fato, não é nada. Porém, percepção mais apurada nos mostra que outras medidas existem quando a questão é comunicação, principalmente nos dias atuais. No exato tempo que a Terra gasta para dar uma volta em torno do Sol, planetariamente, incontadas mil pessoas navegaram neste Tencões & terentenas, somando quase 23 mil visitas - grande demonstração de  interesse por São João del-Rei, por sua gente e por sua cultura.

Muitos são-joanenses, certamente  "folheando" este almanaque eletrônico, melhor conheceram suas raízes históricas, souberam de fatos interessantes da infância de sua terra natal, foram apresentados a coisas que tornam São João del-Rei um lugar ímpar no mundo - inclusive em relação às demais cidades coloniais mineiras. Tiveram acesso a um patrimônio informacional de conhecimento e saber que os seduz e impulsiona a se apoderarem da própria história e a desejarem protagonizá-la, no tempo atual e no futuro, resgatados em sua auto-estima.  

Tencões & terentenas tem uma ambição: um dia servir como recurso didático-pedagógico nos níveis fundamental e médio de Educação Patrimonial para ensino da história e da cultura de São João del-Rei a crianças e jovens.

Muitos sonhos viram realidade. Sendo assim, que venham então os próximos 365 dias! E muitos outros...

Leia, no link a seguir, a primeira publicação do almanaque eletrônico Tencões & terentenas (http://diretodesaojoaodelrei.blogspot.com/2011/01/democratizar-mais-cultura-de-sao-joao.html
........................................................................
Ilustração: Detalhe da portada da Igreja do Carmo de São João del-Rei (foto do autor)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Debaixo de São João del-Rei, existe uma São João del-Rei subterrânea que ninguém conhece.

Debaixo de São João del-Rei existe uma outra São João del-Rei. Subterrânea, de pedra, cheia de ruas, travessas e becos, abertos por escravos no subsolo são-joanense no século XVIII, ao mesmo tempo em que construíam as igrejas de ouro e as pontes de pedra. A esta cidade ainda ora oculta se chega por 20 betas de grande profundidade, cavadas na rocha terra adentro há certos 300 anos.  Elas se comunicam por meio de longas, estreitas e escuras galerias - veias  e umbigo do ventre mineral de onde se extraíu, durante dois séculos, o metal dourado que valia mais do que o sol. Não se tem notícia de outra cidade de Minas que tenha igual patrimônio debaixo de seu visível patrimônio. Por isto, quando estas betas tiverem sido limpas e tratadas como um bem histórico, darão a São João del-Rei um atrativo turístico que será único, no Brasil e no mundo. Atualmente, uma beta, nas imediações do centro histórico, já pode ser visitada e percorrida. Faltam outras 19, já mapeadas, dependendo da sensi

Em São João del-Rei não se duvida: há 250 anos, Tiradentes bem andou pela Rua da Cachaça...

As ruas do centro histórico de São João del-Rei são tão antigas que muitas delas são citadas em documentos datados das primeiras décadas do século XVIII. Salvo poucas exceções, mantiveram seu traçado original, o que permite compreender como era o centro urbano são-joanense logo que o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes tornou-se Vila de São João del-Rei. O Largo do Rosário, por exemplo, atual Praça Embaixador Gastão da Cunha, surgiu antes mesmo de 1719, pois naquele ano foi benta a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, nele situada e que originalmente lhe deu nome. Também neste ano já existia o Largo da Câmara, hoje, Praça Francisco Neves, conforme registro da compra de imóveis naquele local, para abrigar a sede da Câmara de São João del-Rei. A Rua Resende Costa, que liga o Largo do Carmo ao Largo da Cruz, antigamente chamava-se Rua São Miguel e, em 1727, tinha lojas legalizadas, funcionando com autorização fornecida pelo Senado da Câmara daquela Vila colonial.  Por

Padre José Maria Xavier, nascido em São João del-Rei, tinha na testa a estrela da música barroca oitocentista

 Certamente, há quase duzentos anos , ninguém ouviu quando um coro de anjos cantou sobre São João del-Rei. Anunciava que, no dia 23 de agosto de 1819, numa esquina da Rua Santo Antônio, nasceria uma criança mulata, trazendo nas linhas das mãos um destino brilhante: ser um dos grandes - senão o maior - músico colonial mineiro do século XIX . Pouco mais de um mês de nascido, no dia 27 de setembro, (consagrado a São Cosme e São Damião) em cerimônia na Matriz do Pilar, o infante foi batizado com o nome  José Maria Xavier . Ainda na infância, o menino mostrou gosto e vocação para música. Primeiro nos estudos de solfejo, com seu tio, Francisco de Paula Miranda, e, em seguida dominando o violino e o clarinete. Da infância para a adolescência, da música para o estudo das linguas, José Maria aprendeu Latim e Francês, complementando os estudos com História, Geografia e Filosofia. Tão consistente era seu conhecimento que necessitou de apenas um ano para cursar Teologia em Mariana . Assim, j