Desde a alvorada de sua história, São João del-Rei é uma cidade movimentada, sempre pronta para o que der e vier. Seguindo a filosofia mineira de que "entender logo é muito tarde; que bom mesmo é antecipar", os são-joanenses evitam ao máximo "ser pegos de calça curta". Quem ensinou isto? A história e o tempo...
Antes mesmo de ser elevada à categoria de Vila, em 1713, o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes foi palco da sangrenta Guerra dos Emboabas. Em consequência, foi incendiado em 1709, pouco restando além da riqueza mineral e da persistência de construir, à sombra da Serra do Lenheiro, uma cultura singular.
Reerguendo-se das cinzas, os primeiros são-joanenses aprenderam que a guerra existe e que é preciso se preparar para ela. Assim, nem completados dez anos da Guerra dos Emboabas, São João del-Rei já procurava construir fortificações e dispor de forças militares, conforme comprovado em correspondência do dia 25 de agosto de 1719. Nela, o Conde de Assumar, que se encontrava na vila, informa ao Senado da Câmara local que já estavam no Rio de Janeiro as tropas que serviriam no quartel de São João del-Rei. Estariam aí as primeiras sementes do 11º Batalhão de Infantaria?
Segundo Dom Pedro de Almeida de Portugal, o Conde de Assumar, os militares ficariam alojados nas residências particulares - até que terminassem a construção das edificações militares -, mas os administradores deveriam apressar o andamento das obras para evitar "a grande opressão, ficando Sua Majestade servida e os povos sem vexação".
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Fonte: CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei. 2a edição revista e aumentada. Volume 2. Imprensa Oficial de Minas Gerais. Belo Horizonte: 1982
Ilustração: Detalhe do chafariz de ferro do Largo do Carmo (foto do autor)
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