Hoje, quando acontecem, as coroações são mais raras. Há poucos anjos no mundo. O Céu não desce à Terra tão facilmente. Está mais distante.
Mas pode ser diferente. Numa cidade tão rica culturalmente e tão fervorosa como São João del-Rei, resgatar, nos meses de maio, as coroações dominicais de Nossa Senhora nas igrejas do centro histórico seria recuperar uma tradição de efeitos múltiplos sobre a vida e a identidade são-joanense. Isto não é difícil, São João del-Rei tem gente de fibra, devoção, coragem, dedicação e competência para isso.
Dona Júlia Lacerda, por exemplo, da Ponte das Águas Férreas, certamente não se negaria a cumprir com louvor mais esta missão. Inspirada em lembranças de sua infância e impulsionada pela solidariedade humana, com a cumplicidade e ajuda do marido, Geraldo Eloy, há trinta anos criou e põe às ruas, na ocasião do Natal e no Jubileu do Divino Espírito Santo, as Pastorinhas do Menino Jesus. Quem, melhor do que ela, pode ser o anjo determinado a buscar na memória afetiva a luz e a energia necessárias para recuperar tão importante tradição religiosa e cultural?
Fica a ideia lançada. Trabalhemos por ela. Quem sabe, no próximo ano, em maio, muitos são-joanenses já possam ter essa saudável alternativa para os pânicos e videocassetadas dominicais?
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Ilustração:Arredores da igreja do Carmo de São João del-Rei (foto do autor)
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