Corre, até o dia 4, a novena barroca e procissão de São Francisco de Assis. Encerram-se, no dia 2, as homenagens aos Anjos Custódios. Dia 12 tem a festa da padroeira, Nossa Senhora do Pilar. Apesar de tantas festas, outubro, em São João del-Rei é, principalmente, o mês do Rosário. Da santa que, nas cidades nascidas do brilho do ouro, é protetora do povo negro.
Mês etnicamente negro em São João del-Rei, outubro tem musicalidade diferente, ancestral. Nos distritos e na própria cidade, ganham ruas, largos e igrejas os ternos de Congada, com seus chapéus e coroas enfeitados de flores de papel colorido, fitas e espelhos, seus longos rosários de contas de lágrima cruzados no peito e nas costas, seus estandartes azuis e vermelhos, seus bastões, espadas, capitães, reis e rainhas, chocalho nos pés, percussões - louvação a Deus em um canto gutural que sai, parece, do início dos tempos, do fundo da terra, de além-mar, África.
No bairro de São Dimas, de São Geraldo, no Bonfim, no Tejuco, no Senhor dos Montes, no Caburu, no Cajuru, em Arcângelo, no Rio das Mortes, caixas, reco-recos e tambores já estão tocando. Resgatam dos séculos passados reinos ancestrais e distantes, do Congo, e no mês de outubro os implantam em São João del-Rei, criando ao redor da Serra do Lenheiro, em pleno século XXI, outra temporalidade e outra territorialidade. Às vezes, até novembro é assim.
Mês etnicamente negro em São João del-Rei, outubro tem musicalidade diferente, ancestral. Nos distritos e na própria cidade, ganham ruas, largos e igrejas os ternos de Congada, com seus chapéus e coroas enfeitados de flores de papel colorido, fitas e espelhos, seus longos rosários de contas de lágrima cruzados no peito e nas costas, seus estandartes azuis e vermelhos, seus bastões, espadas, capitães, reis e rainhas, chocalho nos pés, percussões - louvação a Deus em um canto gutural que sai, parece, do início dos tempos, do fundo da terra, de além-mar, África.
No bairro de São Dimas, de São Geraldo, no Bonfim, no Tejuco, no Senhor dos Montes, no Caburu, no Cajuru, em Arcângelo, no Rio das Mortes, caixas, reco-recos e tambores já estão tocando. Resgatam dos séculos passados reinos ancestrais e distantes, do Congo, e no mês de outubro os implantam em São João del-Rei, criando ao redor da Serra do Lenheiro, em pleno século XXI, outra temporalidade e outra territorialidade. Às vezes, até novembro é assim.
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Foto: Rua Santo Antônio, vendo-se ao fundo as torres da igreja do Rosário (foto do autor)
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