Como todas as cidades coloniais - notadamente aquelas que nasceram com o brilho do ouro que reluziu em Minas Gerais a partir do século XVIII e floresceram impulsionadas pela cobiça, oprimidas pelo punho português e iludidas pela fantasia barroca - São João del-Rei desde sua gênese sempre revelou antagonismos e contrastes.
O viajante austríaco Johann Baptist Emanuel Pohl (reprodução), quando aqui chegou em 15 de outubro de 1818 integrando a Missão Austríaca que pesquisou a mineralogia e a botânica local, assim descreveu sua acolhida em nossa cidade e uma visão aterrizadora que testemunhou da janela do quarto onde ficou hospedado:
" Esta cidade figura entre as mais limpas e alegres que já encontrei no Brasil. Situada em clima suave, apresenta uma vista risonha com as suas mil casas, na maioria de um andar só, limpamente caiadas de branco e pomares de cujo verde viçoso se erguem belas bananeiras.
As igrejas, inteiramente construídas de pedra, com torres bem proporcionadas, algumas ornadas com relógios, o que é uma raridade no país, sobrepujam as próprias igrejas do Rio de Janeiro (...)
Fiquei numa hospedaria não longe da entrada da cidade. Deram-me um quarto limpo, pintado, com cama, mesa e cadeiras, como há muito tempo eu não vira no Brasil. Mas o primeiro olhar que deitei pela janela me transtornou o ânimo alegre que essas comodidades me haviam proporcionado.
Descobri com horror num alto, apenas a 16 passos de mim, enfiados numa vara, em torno da qual adejavam milhares de moscas, a cabeça e a mão de um negro. Pouco tempo antes este infeliz matara o seu tirano, dono da estalagem. Fugira para longe, fora preso e executado. Mas a cabeça e a mão haviam sido trazidas para aqui, a fim de ser expostas, como exemplo, no local do crime."
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Fontes:
CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei. Volume II. 2a edição revista e aumentada. Imprensa Oficial. Belo Horizonte, 1982.
GAIO Sº, Antonio. Sanjoanidades - Um passeio histórico e turístico por São João del-Rey. Editora A Voz do Lenheiro. São João del-Rei. 1996.
O viajante austríaco Johann Baptist Emanuel Pohl (reprodução), quando aqui chegou em 15 de outubro de 1818 integrando a Missão Austríaca que pesquisou a mineralogia e a botânica local, assim descreveu sua acolhida em nossa cidade e uma visão aterrizadora que testemunhou da janela do quarto onde ficou hospedado:
" Esta cidade figura entre as mais limpas e alegres que já encontrei no Brasil. Situada em clima suave, apresenta uma vista risonha com as suas mil casas, na maioria de um andar só, limpamente caiadas de branco e pomares de cujo verde viçoso se erguem belas bananeiras.
As igrejas, inteiramente construídas de pedra, com torres bem proporcionadas, algumas ornadas com relógios, o que é uma raridade no país, sobrepujam as próprias igrejas do Rio de Janeiro (...)
Fiquei numa hospedaria não longe da entrada da cidade. Deram-me um quarto limpo, pintado, com cama, mesa e cadeiras, como há muito tempo eu não vira no Brasil. Mas o primeiro olhar que deitei pela janela me transtornou o ânimo alegre que essas comodidades me haviam proporcionado.
Descobri com horror num alto, apenas a 16 passos de mim, enfiados numa vara, em torno da qual adejavam milhares de moscas, a cabeça e a mão de um negro. Pouco tempo antes este infeliz matara o seu tirano, dono da estalagem. Fugira para longe, fora preso e executado. Mas a cabeça e a mão haviam sido trazidas para aqui, a fim de ser expostas, como exemplo, no local do crime."
Fontes:
CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei. Volume II. 2a edição revista e aumentada. Imprensa Oficial. Belo Horizonte, 1982.
GAIO Sº, Antonio. Sanjoanidades - Um passeio histórico e turístico por São João del-Rey. Editora A Voz do Lenheiro. São João del-Rei. 1996.
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