Barroca como a alma do lugar, a história de São João del-Rei é cheia de voltas, volutas e curvas. Tem fatos inusitados, pitorescos e curiosos que poucas pessoas conhecem e que - quando são descobertos - tornam ainda mais colorida, extraordinária e fascinante a vivência e a vida daquele lugar.
Você imagina, por exemplo, que a Prefeitura Municipal de São João del-Rei quase foi uma igreja? Isso mesmo. Por pouco, exatamente naquele local privilegiado, em frente à Ponte da Cadeia, no começo do século XIX ali não foi construída a igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, para sediar a Confraria, que era proprietária daquele terreno.
A Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte é das mais antigas da cidade e também rica de peculiaridades. Seu Compromisso data de 1786, mas há indicativos de que, naquela época, a irmandade já existia há mais ou menos 50 anos. Tornando-se confraria em 1858, seus irmãos usam hábito talar preto, com escapulário azul onde se estampam as letras B M A M (Boa Morte Ave Maria), capa creme e cinto de couro preto com fivela redonda de osso ou marfim. Seu altar é o mais elaborado da Matriz do Pilar e o douramento ficou pronto em 1782.
A maioria dos músicos coloniais são-joanenses era filiada à Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte e alguns até pagavam suas anuidades com serviços musicais. As celebrações da Boa Morte e da Assunção eram tão imponentes que chegaram a ser chamadas de Segunda Semana Santa e de Semana Santa dos Mulatos, esta segunda porque era muito grande o número de mulatos naquela Confraria.
Os resplendores de prata das imagens pertencentes à Confraria da Boa Morte destacam-se entre os mais requintados de Minas Gerais e são obra do prateiro são-joanense Joaquim Francisco de Assis Pereira. No conjunto da Santíssima Trindade, o resplendor do Filho tem, no centro, um sudário com as cinco chagas de Cristo; o do Pai Eterno, de forma triangular, é ornamentado com raios, volutas, rocailles e tem, no centro, outro triângulo em prata dourada, onde pousa um Espírito Santo em forma de pomba. O diadema de Nossa Senhora da Assunção é um aro com doze estrelas e a maior está disposta no centro, sobre uma raiada de prata dourada. Quando sai em procissão, esta imagem apoia um pé sobre uma grande e bela lua crescente de prata, cinzelada com muita arte.
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Fonte: http://www.sjdr.com.br/historia/igrejas_monumentos/matriz/irmandade.html
Foto: detalhe da fachada principal da Prefeitura Municipal de São João del-Rei (foto do autor)
Você imagina, por exemplo, que a Prefeitura Municipal de São João del-Rei quase foi uma igreja? Isso mesmo. Por pouco, exatamente naquele local privilegiado, em frente à Ponte da Cadeia, no começo do século XIX ali não foi construída a igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, para sediar a Confraria, que era proprietária daquele terreno.
A Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte é das mais antigas da cidade e também rica de peculiaridades. Seu Compromisso data de 1786, mas há indicativos de que, naquela época, a irmandade já existia há mais ou menos 50 anos. Tornando-se confraria em 1858, seus irmãos usam hábito talar preto, com escapulário azul onde se estampam as letras B M A M (Boa Morte Ave Maria), capa creme e cinto de couro preto com fivela redonda de osso ou marfim. Seu altar é o mais elaborado da Matriz do Pilar e o douramento ficou pronto em 1782.
A maioria dos músicos coloniais são-joanenses era filiada à Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte e alguns até pagavam suas anuidades com serviços musicais. As celebrações da Boa Morte e da Assunção eram tão imponentes que chegaram a ser chamadas de Segunda Semana Santa e de Semana Santa dos Mulatos, esta segunda porque era muito grande o número de mulatos naquela Confraria.
Os resplendores de prata das imagens pertencentes à Confraria da Boa Morte destacam-se entre os mais requintados de Minas Gerais e são obra do prateiro são-joanense Joaquim Francisco de Assis Pereira. No conjunto da Santíssima Trindade, o resplendor do Filho tem, no centro, um sudário com as cinco chagas de Cristo; o do Pai Eterno, de forma triangular, é ornamentado com raios, volutas, rocailles e tem, no centro, outro triângulo em prata dourada, onde pousa um Espírito Santo em forma de pomba. O diadema de Nossa Senhora da Assunção é um aro com doze estrelas e a maior está disposta no centro, sobre uma raiada de prata dourada. Quando sai em procissão, esta imagem apoia um pé sobre uma grande e bela lua crescente de prata, cinzelada com muita arte.
Fonte: http://www.sjdr.com.br/historia/igrejas_monumentos/matriz/irmandade.html
Foto: detalhe da fachada principal da Prefeitura Municipal de São João del-Rei (foto do autor)
Oi Antônio Emílio, muito interessante essa matéria sobre a Confraria da Boa Morte, principalmente a informação de que se cojitou erguer uma igreja no terreno da atual prefeitura, nunca tinha ouvido falar sobre. Sempre é um prazer dar uma passadinha por aqui.
ResponderExcluirPois é, Andrea, por mais que a gente imagine que a história de São João é bastante conhecida, sempre aparece uma coisa nova a nos surpreender.
ResponderExcluirQue bom que seja assim, não é mesmo? Bom também é saber que volta e meia você folheia este almanaque eletrônico. Grande abraço!