Pular para o conteúdo principal

Elza Soares: contemporanetnia brasileira no festival Inverno Cultural 2011 de São João del-Rei

Sereia dos rios, das lagoas, dos pântanos, mangues e lodaçais brasileiros, a todos ela encanta, com sua voz que brota das vísceras tupiniquins. Vinda do "planeta fome", como ela mesmo respondeu, desafiando, criticando e condenando Ary Barroso, na primeira vez em que se apresentou como caloura, em um programa de rádio. Ora menina, ora moça, ora mulher, ora matreira, ora trágica, ora política, ora religiosa, ora cotidiana, sempre vanguarda, sempre brasileira, sempre universal. É Elza Soares, que amanhã, 23 de junho de 2011, completa 73 anos.

Não é segredo: sua história sempre passou longe de um conto de  fadas. A vida desde nunca lhe foi madrinha. Mas, "dura na queda", cedo Elza "saltou de banda", descobriu que "a dor não presta" e logo pôs "o sol a ensolarar a estrada d'Elza", cantando como "cigarra" por quem não tem vez nem voz - "guris, puras, putas, suicidas, sentimentais...". Que bom para o Brasil. Que bom para o mundo. Que bom para a humanidade...

Daqui a um mês, Elza Soares estará em São João del-Rei, acrescentando, por algumas horas, novas claves, novos timbres, novas pausas e novos compassos nas partituras e pautas da Terra da Música. Com certeza, será um dos momentos mais importantes, singulares e nobres do Inverno Cultural 2011.Enquanto este dia não chega, ouçamos Elza e Luiz Melodia, clamando pelas Fadas...


Lei mais sobre o Festival Inverno Cultural 2011, acessando:

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Debaixo de São João del-Rei, existe uma São João del-Rei subterrânea que ninguém conhece.

Debaixo de São João del-Rei existe uma outra São João del-Rei. Subterrânea, de pedra, cheia de ruas, travessas e becos, abertos por escravos no subsolo são-joanense no século XVIII, ao mesmo tempo em que construíam as igrejas de ouro e as pontes de pedra. A esta cidade ainda ora oculta se chega por 20 betas de grande profundidade, cavadas na rocha terra adentro há certos 300 anos.  Elas se comunicam por meio de longas, estreitas e escuras galerias - veias  e umbigo do ventre mineral de onde se extraíu, durante dois séculos, o metal dourado que valia mais do que o sol. Não se tem notícia de outra cidade de Minas que tenha igual patrimônio debaixo de seu visível patrimônio. Por isto, quando estas betas tiverem sido limpas e tratadas como um bem histórico, darão a São João del-Rei um atrativo turístico que será único, no Brasil e no mundo. Atualmente, uma beta, nas imediações do centro histórico, já pode ser visitada e percorrida. Faltam outras 19, já mapeadas, dependendo da sensi

Em São João del-Rei não se duvida: há 250 anos, Tiradentes bem andou pela Rua da Cachaça...

As ruas do centro histórico de São João del-Rei são tão antigas que muitas delas são citadas em documentos datados das primeiras décadas do século XVIII. Salvo poucas exceções, mantiveram seu traçado original, o que permite compreender como era o centro urbano são-joanense logo que o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes tornou-se Vila de São João del-Rei. O Largo do Rosário, por exemplo, atual Praça Embaixador Gastão da Cunha, surgiu antes mesmo de 1719, pois naquele ano foi benta a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, nele situada e que originalmente lhe deu nome. Também neste ano já existia o Largo da Câmara, hoje, Praça Francisco Neves, conforme registro da compra de imóveis naquele local, para abrigar a sede da Câmara de São João del-Rei. A Rua Resende Costa, que liga o Largo do Carmo ao Largo da Cruz, antigamente chamava-se Rua São Miguel e, em 1727, tinha lojas legalizadas, funcionando com autorização fornecida pelo Senado da Câmara daquela Vila colonial.  Por

Padre José Maria Xavier, nascido em São João del-Rei, tinha na testa a estrela da música barroca oitocentista

 Certamente, há quase duzentos anos , ninguém ouviu quando um coro de anjos cantou sobre São João del-Rei. Anunciava que, no dia 23 de agosto de 1819, numa esquina da Rua Santo Antônio, nasceria uma criança mulata, trazendo nas linhas das mãos um destino brilhante: ser um dos grandes - senão o maior - músico colonial mineiro do século XIX . Pouco mais de um mês de nascido, no dia 27 de setembro, (consagrado a São Cosme e São Damião) em cerimônia na Matriz do Pilar, o infante foi batizado com o nome  José Maria Xavier . Ainda na infância, o menino mostrou gosto e vocação para música. Primeiro nos estudos de solfejo, com seu tio, Francisco de Paula Miranda, e, em seguida dominando o violino e o clarinete. Da infância para a adolescência, da música para o estudo das linguas, José Maria aprendeu Latim e Francês, complementando os estudos com História, Geografia e Filosofia. Tão consistente era seu conhecimento que necessitou de apenas um ano para cursar Teologia em Mariana . Assim, j