Foi neste contexto que surgiu a "Nobre Nação Benguela" de São João del-Rei, vinculada à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, com funções que incluíam patrocinar a celebração de missas em favor dos membros falecidos. Entretanto esta prática católica, para os africanos, tinha o sentido de culto aos ancestrais, visando principalmente proteção, união e prosperidade.
A "Nobre Nação Benguela" tinha até um "Palácio Real", formado por um conjunto de casas compradas para este fim em 30 de novembro de 1803 por dois pretos forros, com dinheiro arrecadado por meio de doações e esmolas. O palácio, para os negros, era como uma embaixada, território delimitado onde se preservava a cultura africana, rica de festas, tradições culturais e práticas que não eram bem vistas pelo poder de então. Era lugar de abastecimento cultural e a denominação 'palácio' buscava demonstrar poder, prestígio, nobreza, respeitabilidade, assim como garantir sua utilização com fins políticos e religiosos.
Os Benguelas de São João del-Rei: tráfico atlântico, religiosidade e identidades étnicas (séculos XVIII e XIX) é uma interessante produção acadêmica sobre este asunto, estudado por Sílvia Bugger e Anderson de Oliveira e publicado em janeiro de 2009 na revista Tempo, do Departamento de História da UFF.
Aproveitando o ensejo do dia 13 de maio e buscando conhecer a história dos negros em São João del-Rei, que tal saber mais sobre o Nobre Palácio Real da Nação Benguela?
Basta acessar http://www.thefreelibrary.com/Os+Benguelas+de+Sao+Joao+del+Rei%3A+trafico+atlantico,+religiosidade+e...-a0207745043 e boa leitura!...
Enquanto você não lê, ouça Thalma de Freitas e Mateus Aleluia cantando Cordeiro de Nanã
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