Em São João del-Rei, a música mora na Rua Santo Antônio. Lá, misturada a jasmins br ancos, ela salta de velhos muros, pra conversar com o solitário sino, que dia e noite vive debr uçado na mais alta janela da igrejinha do santo milagroso, que ajeita casamentos e ajuda a encontrar coisas perdidas. Duvida?
Da bucólica, estreita e sinuosa Rua Santo Antônio, a música sai, ora trágica e lastimosa, ora lépida e fagueira, ora exultante e primaveril, para ofícios, novenas, missas, Te Deums, retretas, concertos; sobe ao coro de igrejas, acompanha procissões, se detém nas praças e largos, exibe-se em teatros, coreto e auditórios. Imagine: vai até a cemitérios...
Bem depois que a clave de sol se põe atrás da Rua do Ouro, na Serra do Lenheiro, violinos, flautas, clarinetes, trompas, tímpanos e tubas dormem, na sede das orquestras Lira Sanjoanense, Ribeiro Bastos e da Banda Teodoro de Faria. À luz da lua de prata, as notas sonham na pauta, ressonando Glória in excelsis Deo. Na Rua Santo Antonio...
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Este texto foi inspirado na obr a Rua Santo Antônio, generosamente encaminhada a este almanaque, como colaboração, pelo pintor Oscar Araripe, que dispensa comentários porque a própria trajetória de artista renomado, no Brasil e no exterior, fala por si. Com sua pintura e com os projetos da Fundação que leva seu nome, Oscar Araripe reconhecidamente tem prestado valiosos serviços à cultura de nossa região.
O pintor Oscar Araripe, por deparar com problemas para publicar seu comentário, especialmente relacionado ao campo "Comentar como:" me mandou sua manifestação por e-mail, que reproduzo abaixo, agradecendo a generosidade de sua colaboração e manifestação. Obrigado, Araripe. Um abraço. Emilio.
ResponderExcluir"Emílio,
Muito belíssimo o seu texto. São João pode e deve se orgulhar de tê-lo como animador cultural do mais alto nível. Disponha sempre das minhas imagens.
Abraços afetuosos,
Oscar Araripe "