Mas quem o vê por fora não imagina que ali dentro se cultua o pai da pobreza e da humildade, o irmão dos animais, da água, do sol e da lua, que teve impressas, por ação divina, no próprio corpo, as cinco dolorosas chagas vivas de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Esta, aliás, é a primeira celebração anualmente ali realizada em honra ao santo: a Quinquena das Chagas de São Francisco de Assis. Tradição noturna bissecular, realizada de 12 a 17 de setembro, consta de cânticos, orações, reflexões e música barroca (Domine ad adjuvandum, Veni Sancti Spiritus, Ego Stigmata Domine Jesu e outras) compostas pelo maestro Martiniano Ribeiro Bastos e executadas pela orquestra cujo nome homenageia o compositor.
Passados apenas sete dias da Quinquena, começa então a novena preparatória para as cerimônias que lembram a morte de São Francisco, no dia 4 de outubro. De estrutura semelhante à celebração anterior, a novena também é obra do compositor Ribeiro Bastos, executada pela mesma orquestra.
Quatro de outubro é o dia maior de São Francisco, marcado por missa solene, rasoura barroca e, ao final, canto do Te Deum Laudamus. Mas quem já assistiu conta que a cerimônia mais tocante acontece às três da tarde, quando, para marcar o trânsito, a imagem de São Francisco é deitada na pedra fria da capela mor, rodeada pelos frades e irmãos franciscanos com seus hábitos pretos, enquanto o sino toca choroso lamentando a hora em que a alma do santo se despediu do corpo para, na eternidade sem fim, juntar-se para sempre ao Senhor.
Num acalanto sublime para São Francisco, ouça, abaixo, a música Francisco, de Milton Nascimento, na voz de Mônica Salmaso. Ela é também mensageira de um abraço eternamente agradecido ao meu irmão Luiz Alberto Soldati, irmão também de São Francisco.
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