A festa religiosa dura três dias, tem missa e tríduo, mas seu colorido especial fica por conta da atuação do Grupo de Congado São Benedito e São Sebastião, que dará ritmo a uma caminhada, fará uma alvorada festiva, levantará os mastros dos santos homenageados e encabeçará um cortejo solene com as imagens de Santa Efigênia, São Benedito e São Sebastião.
À presença de Santa Efigênia nas Minas Gerais do tempo do ouro, guiando e protegendo os negros em tão cruel sociedade colonial, no clássico Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles escreveu o seguinte poema:
ROMANCE IX OU DE VIRA-E-SAI
Santa Ifigênia, princesa Núbia,
desce as encostas, vem trabalhar,
por entre as pedras, por entre as águas,
com seu poder sobrenatural.
Santa Ifigênia levanta o facho,
procura a mina do Chico-Rei:
negros tão dentro da serra negra
que a santa negra quase os não vê.
Ai destes homens, princesa núbia,
rompendo as brenhas, pensando em vós!
Que as vossas jóias, que as vossas flores
aqui se ganham com ferro e suor!
Santa Ifigênia, princesa núbia,
pisa na mina do Chico-Rei.
Folhagens de ouro, raízes de ouro
nos seus vestidos se vêm prender.
Santa Ifigênia fica invisível,
entre os escravos, de sol a sol.
Ouvem-se os negros cantar felizes.
Toda a montanha faz-se ouro em pó.
Ninguém descobre a princesa núbia,
Na vasta mina do Chico-Rei.
Depois que passam o sol e a lua,
Santa Ifigênia passa também.
Santa Ifigênia, princesa núbia,
sobe a ladeira quase a dançar.
O ouro sacode dos pés, do manto,
chama seus anjos, e vira-e-sai.
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