Existe algum dia em que, culturalmente, em São João del-Rei nada acontece? É muito difícil... A cidade tem, nas manifestações culturais mais diversas, o maná que a alimenta de sol a sol. Faça sol ou faça chuva.
Diferentemente do Velho Testamento, em São João del-Rei o maná não cai do Céu para alimentar os homens. Ele brota dos corações. Escorre das mãos são-joanenses para se espalhar sobre a terra, para se volatilizar pelos ares, na forma de festa e arte - cultura, da mais pura. Maná que nutre as almas.
Música, folguedos, procissões, cortejos, novenas, rodas de samba, congadas, representações, teatro, folias. Tudo o que dá cor ao mundo, torna vibrante a mais monótona rotina, faz viva, quente e brilhante até a hora mais fria e morta do dia.
Terminaram nesta noite as duas "festas" do Divino Espírito Santo, mas a trezena de Santo Antônio continua, até o dia 13, enchendo de vida a rua mais poética e musical da cidade. Nela, moram duas setecentistas orquestras barrocas e uma banda mais do que centenária.
O são-joanense é um povo de alma rica, que o tempo todo pode ser feliz. Mas nem todo mundo sabe disto. E por isto nem sempre o é...
Excelente texto, caro Emílio! E que bom que estas manifestações ocupam também o espaço virtual, trazendo cultura pelas páginas deste blog!!!
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