Poucos
sabem, mas houve um tempo em que as mulheres de São João del-Rei só podiam
andar em determinados espaços sagrados são-joanenses com a cabeça bem coberta por um gorro padrão, possivelmente adquirido da própria igreja.
Prova disso é que no dia 28 de agosto de 1755, o padre comissário Manoel da
Costa Faro propôs - em reunião da Ordem
Terceira de São Francisco de Assis - que não fosse mais obrigado às mulheres
usarem touca dentro daquela igreja.
Direto e
reto, o padre não precisou de voltas e volutas coloniais, rodeios barrocos nem de
discursos retorcidos e acrobáticos para argumentar sua ideia. Em poucas
palavras, com absoluta sinceridade, disse o que ninguém esperava:
- Mais do que incomodar às mulheres, as toucas desagradavam os maridos, pois "custavam caro e duravam pouco!"
A obrigação às mulheres do uso de touca na igreja de São Francisco fora imposta em 15 de novembro de 1751, quando o Frei Boaventura de São Salvador Cepeda também proibiu a elas "usos de cordas curiosas, que parecem muito mal, em que deve dar sempre mostras de penitência".
- Mais do que incomodar às mulheres, as toucas desagradavam os maridos, pois "custavam caro e duravam pouco!"
A obrigação às mulheres do uso de touca na igreja de São Francisco fora imposta em 15 de novembro de 1751, quando o Frei Boaventura de São Salvador Cepeda também proibiu a elas "usos de cordas curiosas, que parecem muito mal, em que deve dar sempre mostras de penitência".
Se argumentação e proposta foram aceitas, isto o historiador Sebastião Cintra não conta, mas “Quem fala a
verdade não merece castigo”, ensinavam até bem pouco tempo os antigos
são-joanenses...
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Fonte:
CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei. Volume II, 2ª
edição revista e aumentada. Imprensa Oficial de Minas Gerais. Belo Horizonte,
1982.
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