Dificilmente existe, no dia a dia de São João del-Rei, algum personagem mais presente do que ele: o sineiro. Assim como os sinos, é do alto das torres barrocas que eles anunciam júbilo ou tristeza, executando no bronze sons melodiosos que transmitem sinais litúrgicos e códigos seculares: dobres, repiques, chamadas, cinzas, tencões, terentenas, floreados, canjica queimou e uma infinidade de tantos outros. Se existem símbolos eternos de São João del-Rei, juntamente com os sinos, os sineiros estão entre eles.
Por tudo isto, São João del-Rei é também conhecida como "a cidade onde os sinos falam" e, portanto, não poderia ser realizado em outro lugar o Primeiro Encontro de Sineiros de Minas Gerais. Aqui, ele está acontecendo neste fim de semana, com atividades diversas - apresentações, intercâmbios, visita às torres, relatos e conversas sobre este patrimônio imaterial brasileiro, que é o toque dos sinos de São João del-Rei e demais cidades históricas de Minas Gerais.
Participam do encontro mais de quarenta sineiros de nove cidades coloniais, seguindo uma vasta pauta, em essência voltada para a presença e manutenção dos toques dos sinos no mundo contemporâneo, para a realidade dos homens que os executam e para a necessidade da definição e adoção de políticas de valorização, salvaguarda, preservação e difusão deste bem cultural vivo, que é lançado pelos ares e em emoção recolhido na memória e no coração.
Na oportunidade deste encontro, vale lembrar que desde 2006 existe um projeto, apresentado pelo Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, de criação, na cidade, do Museu Estação dos Sinos, conforme documento disponível neste endereço: (http://patriamineira.com.br/imagens/img_noticias/081015230710_O_Sino_dos_300_anos_do_Arraial_Novo_de_Nossa_Senhora_o_Pilar_e_o_projeto__Museu_Estacao_dos_Sinos__de_Sao_Joao_del-Rei_-_MG_-_Jose_Antonio_de_Avila_Sacramento.pdf)
Foto: Thiago Morandi in http://www.patrimoniohistoriaviva.com.br/2014/11/salvaguarda-dos-sinos.html
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