Em São João del-Rei, quem passa pela colonial Rua Santo Antônio vai sempre ser encantado pela magia daquele local. Construída na rota exata que em 1704 era o caminho dos bandeirantes, ela é a via mais poética e mais musical da cidade. Nela, além de Santo Antônio em sua capela, de artistas sacros, compositores, maestros, músicos, de uma banda musical centenária e das duas orquestras barrocas mais antigas das Américas, mora também, na casa número 62, um são-joanense de 57 anos, quase 20 dos quais dedicados exclusivamente a registrar, em vídeos, as tradições religiosas desta terra onde os sinos falam.
E por falar em sinos, aqui estamos falando de Helvécio Benigno da Silva que, inclusive, foi sineiro na igreja de São Francisco de Assis. O amor e a intimidade de Helvécio com as festas religiosas de São João del-Rei vem de longa data. Filho de carpinteiro, aprendeu o ofício com o pai, mas logo com o primeiro salário comprou uma câmera fotográfica Minolta, já que o sonho de ter uma filmadora ainda estava longe de ser realizado. Mas enquanto este dia não chegava, Helvécio - despretensiosamente mas com grande interesse - tirava fotos em sequência, na tentativa aproximar-se do que, mesmo à visão estática, desse a ideia de movimento. Era 1997.
Alguns anos depois, filmadora em punho, lentes e foco exatos, Helvécio começou a gravar, com visão etnográfica, vídeos das procissões, ofícios, novenas e toda a profusão das liturgias e paraliturgias barrocas de São João del-Rei. Entre uma "festa" e outra, ele começou a produzir uma obra, que julga imprescindível. Um documentário exclusivamente sobre os sinos de São João del-Rei: seus nomes, histórias, toques tradicionais e contexto em que eles acontecem - tudo em uma linguagem simples, informativa e didático-explicativa, fácil de ser entendida tanto pelos leigos quanto pelos turistas que visitam a cidade e se encantam não só com o que veem, mas também com o que ouvem.
Mas por um golpe de má-sorte, em 1999 a câmera foi furtada e, com ela, foram-se para o nunca mais todas as gravações e registros. Ficou novo sonho, que será realizado em breve, de realizar este trabalho, desta vez até a fase final de conclusão, divulgação e ampla distribuição.
Helvécio possui documentadas, ano a ano, as festas celebrativas de quase todas as irmandades de São João del-Rei e é possível, até, que seja quem produziu maior acervo cronologicamente sequencial sobre este tema. Entretanto, este material não foi catalogado por nenhuma instituição religiosa ou cultural são-joanense, nem possui cópia disponível para conhecimento ou consulta em nenhum espaço de memória e saber de nossa terra.
Do mesmo modo, poucos são os lugares em que se pode adquirir um ou outro trabalho de Helvécio; às vezes no balcão da Casa Paroquial da Matriz do Pilar. O mais certo mesmo é pelo telefone (32) 3371- ou diretamente na Rua Santo Antônio, 62, logo na primeira curva após a igreja do Rosário, ao lado da sede da Orquestra Ribeiro Bastos. É só tocar a campainha do portão que ele mesmo vem, com sua discreta e mineira cordialidade, atender com satisfação...
Veja, abaixo, em vídeo, o sofisticado repique Tonstolin, gravado por Helvécio Benigno e disponível no Youtube:
E por falar em sinos, aqui estamos falando de Helvécio Benigno da Silva que, inclusive, foi sineiro na igreja de São Francisco de Assis. O amor e a intimidade de Helvécio com as festas religiosas de São João del-Rei vem de longa data. Filho de carpinteiro, aprendeu o ofício com o pai, mas logo com o primeiro salário comprou uma câmera fotográfica Minolta, já que o sonho de ter uma filmadora ainda estava longe de ser realizado. Mas enquanto este dia não chegava, Helvécio - despretensiosamente mas com grande interesse - tirava fotos em sequência, na tentativa aproximar-se do que, mesmo à visão estática, desse a ideia de movimento. Era 1997.
Alguns anos depois, filmadora em punho, lentes e foco exatos, Helvécio começou a gravar, com visão etnográfica, vídeos das procissões, ofícios, novenas e toda a profusão das liturgias e paraliturgias barrocas de São João del-Rei. Entre uma "festa" e outra, ele começou a produzir uma obra, que julga imprescindível. Um documentário exclusivamente sobre os sinos de São João del-Rei: seus nomes, histórias, toques tradicionais e contexto em que eles acontecem - tudo em uma linguagem simples, informativa e didático-explicativa, fácil de ser entendida tanto pelos leigos quanto pelos turistas que visitam a cidade e se encantam não só com o que veem, mas também com o que ouvem.
Mas por um golpe de má-sorte, em 1999 a câmera foi furtada e, com ela, foram-se para o nunca mais todas as gravações e registros. Ficou novo sonho, que será realizado em breve, de realizar este trabalho, desta vez até a fase final de conclusão, divulgação e ampla distribuição.
Helvécio possui documentadas, ano a ano, as festas celebrativas de quase todas as irmandades de São João del-Rei e é possível, até, que seja quem produziu maior acervo cronologicamente sequencial sobre este tema. Entretanto, este material não foi catalogado por nenhuma instituição religiosa ou cultural são-joanense, nem possui cópia disponível para conhecimento ou consulta em nenhum espaço de memória e saber de nossa terra.
Do mesmo modo, poucos são os lugares em que se pode adquirir um ou outro trabalho de Helvécio; às vezes no balcão da Casa Paroquial da Matriz do Pilar. O mais certo mesmo é pelo telefone (32) 3371- ou diretamente na Rua Santo Antônio, 62, logo na primeira curva após a igreja do Rosário, ao lado da sede da Orquestra Ribeiro Bastos. É só tocar a campainha do portão que ele mesmo vem, com sua discreta e mineira cordialidade, atender com satisfação...
Veja, abaixo, em vídeo, o sofisticado repique Tonstolin, gravado por Helvécio Benigno e disponível no Youtube:
Excelente postagem, Emílio! Taí a importância do registro dos fatos de hoje, que amanhã serão história! Parabéns ao Helvécio por este trabalho deveras benigno! Léo Morato
ResponderExcluirLéo, o trabalho realizado por Helvécio é muito precioso. Ele grava ano a ano as mesmas celebrações religiosas, com absoluto cuidado, o que permite ver como a tradição vem sendo mantida ou eventuais alterações que vez ou outra acontecem por força das circunstâncias. É um trabalho que ele verdadeiramente faz por amor, já que não possui uma estrutura mínima para distribuição. Ajudemo-lo a divulgar! Grande abraço.
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