Desde então, no peito dos são-joanenses bate um sino. Ao longo de três séculos desenvolveu-se uma linguagem sineira rica, complexa, bela e sofisticada, eficaz para transmitir informações em uma época em que não havia, no início do Ciclo do Ouro, nos arraiais em nascimento, nenhuma alternativa para a comunicação de massa. Assim, eram os sinos que cumpriam este papel. Informavam horas, datas e eventos religiosos, bem como as circunstâncias mais diversas, como dificuldade no parto, agonia, morte e sepultamentos.
De lá para cá, muita água passou sob as pontes do Rosário e da Cadeia, numa correnteza de 300 anos.O mundo deu muitas voltas, modernizou-se, desenvolveu novas formas e novos meios de comunicação, na linguagem de cada tempo e de acordo com as necessidades então atuais. Assim, é natural que, aos poucos, os são-joanenses vão conhecendo cada vez menos os códigos sineiros e os mais jovens - verdade seja dita - nada entendam do que os sinos dizem.
Se este é seu caso, e se você deseja aumentar e enriquecer seu conhecimento sobre esta particularidade da cultura de São João del-Rei, veja este bloco do documentário Sinos e silêncios, produzido e veiculado pela TV Aparecida (vídeo abaixo). Nele, o maestro Aluízio Viegas, uma das maiores autoridades brasileiras quando o assunto são as tradições barrocas de nossa terra, fala sobre vários toques, descrevendo-os e explicando em que situações eles são executados. Assista e beba conhecimento nesta preciosa fonte de cultura...
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