Faustoso esplendor. Um Eldorado pródigo, onde arte e ouro o tempo todo saltavam de toda parte. Anjos em cada quina, santos em cada esquina, astros celestes, querubins, atlantes, o Velho Testamento desfolhado em púlpitos e nos altares. Esta é uma face da história antiga de São João del-Rei. Mas não é a única...
A história longínqua de nossa cidade também possui cenas de uma realidade indesejada, marcada pelo sofrimento dos bastardos e oprimidos: fome, violência, exploração, medo, arbitrariedade e escravidão. Tudo isto foi marcado a ferro e fogo na carne e nas almas de grandes contingentes nas vilas criadas em Minas Gerais no tempo do ouro.
As duas histórias aconteceram ao mesmo tempo e muitas vezes até se entrelaçaram. Porém, em todo o mundo é assim: a história que sobrevive aos séculos é a história dos vencedores - daqueles que se impuseram, conquistaram à força, subjugaram. Discriminação que faz parte do processo de dominação que, salvo para demonstrar poderio, apaga ao máximo a história e a memória dos dominados, legando a eles a invisibilidade. É como se eles não tivessem existido ou fossem tão insignificantes que não conseguiram deixar vestígios de sua existência. E com isto toda a humanidade empobrece e perde, lançando ao vento as páginas obscuras de seu passado.
Estar na vanguarda do tempo é grande sonho de São João del-Rei, quase sempre dissimulado pela modéstia que é própria do povo de Minas Gerais. Mas apesar da discrição, esta aspiração existe e pulsa forte, a se notar pela forma como nossa cidade mantém vivas suas seculares tradições - todas valorosas, porém contando apenas os capítulos da história gloriosa. É como se a vida de todos os antepassados são-joanenses tivesse sido faustoso esplendor.
E as outras, infelizes e malsucedidas, viraram estórias? Certamente não. Algumas, aos sábados, ganham vida noturna nas ruas coloniais como lendas são-joanenses. Outras continuam na sombra, na escuridão das betas, no frio dos porões, na cadeia das algemas e enxovias. Como as almas do Purgatório, que anseiam a subida ao Céu, esperam quem as resgate e lhes restitua a dignidade de história - parte da cultura, patrimônio que é tão mais rico quanto mais é diverso e verdadeiro.
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Observe, no centro da fotografia, o secular pelourinho - símbolo da opressão, em São João del-Rei ambientado em uma praça bucólica, rodeado de rosas inocentes.
A história longínqua de nossa cidade também possui cenas de uma realidade indesejada, marcada pelo sofrimento dos bastardos e oprimidos: fome, violência, exploração, medo, arbitrariedade e escravidão. Tudo isto foi marcado a ferro e fogo na carne e nas almas de grandes contingentes nas vilas criadas em Minas Gerais no tempo do ouro.
As duas histórias aconteceram ao mesmo tempo e muitas vezes até se entrelaçaram. Porém, em todo o mundo é assim: a história que sobrevive aos séculos é a história dos vencedores - daqueles que se impuseram, conquistaram à força, subjugaram. Discriminação que faz parte do processo de dominação que, salvo para demonstrar poderio, apaga ao máximo a história e a memória dos dominados, legando a eles a invisibilidade. É como se eles não tivessem existido ou fossem tão insignificantes que não conseguiram deixar vestígios de sua existência. E com isto toda a humanidade empobrece e perde, lançando ao vento as páginas obscuras de seu passado.
Estar na vanguarda do tempo é grande sonho de São João del-Rei, quase sempre dissimulado pela modéstia que é própria do povo de Minas Gerais. Mas apesar da discrição, esta aspiração existe e pulsa forte, a se notar pela forma como nossa cidade mantém vivas suas seculares tradições - todas valorosas, porém contando apenas os capítulos da história gloriosa. É como se a vida de todos os antepassados são-joanenses tivesse sido faustoso esplendor.
E as outras, infelizes e malsucedidas, viraram estórias? Certamente não. Algumas, aos sábados, ganham vida noturna nas ruas coloniais como lendas são-joanenses. Outras continuam na sombra, na escuridão das betas, no frio dos porões, na cadeia das algemas e enxovias. Como as almas do Purgatório, que anseiam a subida ao Céu, esperam quem as resgate e lhes restitua a dignidade de história - parte da cultura, patrimônio que é tão mais rico quanto mais é diverso e verdadeiro.
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Observe, no centro da fotografia, o secular pelourinho - símbolo da opressão, em São João del-Rei ambientado em uma praça bucólica, rodeado de rosas inocentes.
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