Uma biblioteca é muito mais do que um acervo de livros. Pelo menos aqui em São João del-Rei, na Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida, é assim. Um espaço vivo e dinâmico de informação, conhecimento, educação, saber e cultura.
A Biblioteca Municipal são-joanense é um viçoso jardim das palavras e das ideias. Nele brotam férteis sementes literárias, florescem poemas, verdejam contos, amadurecem romances, adormecem cartas, despertam crônicas, discursos, entrevistas, orvalham poesias... Ventam notícias de todos os tempos.
E mais: além de ser um centro de convivência espontânea daqueles que ali vão cotidianamente realizar empréstimos, fazer consultas e leituras, estudar e outras atividades desta natureza, a Biblioteca funciona também como um espaço cultural significativo, pois promove eventos literários, saraus temáticos literomusicais e outras programações para públicos de todas as idades.
No dia 9 deste mês, por exemplo, o jardim da Biblioteca foi cenário para o Sarau Literomusical Afromineiridades, como parte da Noite Mineira de Museus e Bibliotecas. Promoção conjunta com o Museu Regional / IPHAN, foi um evento muito concorrido no qual foram declamados poemas, realizada leitura teatralizada de contos, proferidas reflexões poéticas e canções sobre a temática afromineiridade - oportuna sobretudo porque o mês de maio evoca questões importantes sobre o passado e o presente dos negros no Brasil.
A Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida é um valioso patrimônio não só de São João del-Rei, mas também de Minas Gerais e, até, do Brasil. A muita gente, principalmente mais novos, estranha a letra "P" no nome Baptista, mas, valendo-nos do bom humor, podemos dizer que a presença, hoje incomum, da 16a letra de nosso alfabeto naquela palavra serve para lembrar que estamos falando da Primeira biblioteca pública fundada em Minas Gerais, em 1827, quando o Estado ainda era província. Para se ter uma ideia da primazia que isto representa, basta lembrar que a primeira biblioteca pública do país foi criada em 1811, na Bahia, ou seja, apenas 16 anos antes da biblioteca municipal são-joanense.
Outra curiosidade histórica é que, atualmente, a Biblioteca Municipal está sediada em um anexo da casa onde, no século XVIII, nasceu a poetisa inconfidente são-joanense Bárbara Heliodora, mas este não foi seu endereço primitivo. Consta que ela começou funcionando em uma sala do antigo edifício da Santa Casa de Misericórdia e, anos mais tarde, foi transferida para as grandes e altas celas da cadeia pública, instalada na ala esquerda, térreo, da Casa de Câmara e Cadeia, hoje Prefeitura Municipal de São João del-Rei.
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Texto e foto: Antonio Emilio da Costa
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