Eram 300 flores - anturios fálicos, genitalicos gerânios, veludosos copos de leite, cúbicas rosas, dolentes trombeteiras, ensolaradas margaridas, sorridentes girassois, florais frades franciscanos, brilhantes brincos da rainha, flores de maio em julho, esbugalhadas buganvilias, juvenis jasmins.
E as mais belas, atrevidas, sedutoras, surpreendentementeroticas meia-mulheres. Invertidas sereias vegetais, flores vulvovaginais, grossas coxas à mostra, graciosamente de cabeça para baixo, com inocência colocando o mundo, nossa imaginação e desejo à flor da pele, de ponta cabeça.
300 flores. Uma para cada ano que desde 1713 se passa na Vila de São João del-Rei, nos seus três séculos de história. Uma para cada cambalhota de 365 dias que a Terra deu em volta do Sol. Tudo nas pernas florais daquelas ingênuas mulheres criadas por Deus da costela de barro de Adão. Recriadas em forma de flor neste mes de julho, num Jardim Cerâmico, no Largo de São Francisco, na tricentenaria São João del-Rei.
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