Andando a pé pelo centro histórico de São João del-Rei, e adjacências, é impossível não percebê-los. Eles estão sempre ao alto, no centro, em posição de destaque. São os antigos Cruzeiros da Penitência, plantados na paisagem colonial são-joanense nos séculos XVIII e XIX.
Os mais antigos, imponentes, iconograficamente ricos e completos, têm todos os estigmas da Paixão: coroa de espinhos, cálice de amargura, cravos, chicote, túnica, corda, lança, lençol, dados, escada e até o galo que condenou São Pedro pela negação do Salvador.
Estão no lado direito da igreja das Mercês, no Morro da Forca, no Largo da igreja do Senhor dos Montes, na pedreira do Pau D'Angá e no alto da Rua do Ouro, territórios da Serra do Lenheiro. Cinco. Um para cada chaga de Cristo.
O do Largo da Cruz, na fachada de uma casa residencial, é singular em todo o país. Fica no ponto exato entre o público e o privado, entre a casa e a rua.
Na lateral direita da Matriz do Pilar tem uma cruz em relevo, encimando uma peanha de pedra, assim como na esquina da entrada da Rua Padre Faustino, uma cruz incrustada em uma pedra pede calma e orações a quem passa. Os moradores do local a conservam sempre enfeitada de flores, menos na Quaresma, que é tempo de sacrifício e penitência.
O tempo que passa tem trazido para São João del-Rei novas cruzes e novos cruzeiros e os melhores exemplos são o de cimento, há alguns anos edificado na gruta que fica à direita do Corrego do Lenheiro, na altura da Praça Raul Soares, e uma grande cruz de ferro, que agora habita o jardim lateral externo da Casa Episcopal.
Todos marcam territórios da fé, da memória, do sofrimento e da divindade, nos quatro cantos, aurículas e ventrículos do coração de São João del-Rei.
Foto: São João del-Rei Transparente (http://saojoaodelreitransparente.com.br/works/view/249)
Comentários
Postar um comentário