Nesta época do ano, cada dia mais São João del-Rei se veste de roxo. Nos quintais, as orquídeas na sombra apontam flor. Nos jardins e nos campos, quaresmeiras com singeleza explodem a cor. Nas igrejas, altares cobertos de roxo atenuam a dor.
Nesta época do ano, roxo em São João del-Rei não é uma cor; é um sentimento presente em tudo. E isto faz com que o coração dos são-joaneses, a cada dia que se aproxima da Sexta Feira das Dores, do Sábado dos Passos e do Domingo do Encontro fiquem mais suspensos em um tipo de expectativa que aperta o peito, chega a tirar o fôlego. Os sinos que dobram giram penachos de papel crepom, desprendendo fitas roxas que voam pelos ares e se espalham pelos telhados, pelas árvores, pelos jardins, pelas pedras do chão, espalhadas pelo som e pelo vento. Roxo no céu, na terra, no ar. Roxo em toda parte.
O alívio só vai voltando à alma lentamente, o coração só acalma seus batimentos aos poucos, quando o Senhor dos Passos, com cruz e buquê de orquídeas roxas, sai vespertino e crepuscular da igreja de São Francisco. Calmo, triste e pensativo, para no passinho da Rua da Prata, atravessa a ponte de arcos e pedra, para novamente no passinho do Largo do Rosário, e sobe o beco da Matriz para se encontrar, no Largo das Mercês, com sua Mãe das Dores.
Tudo de frente e em frente ao pelourinho de pedra, onde antigamente eram castigados publicamente os negros escravos e os condenados pela sociedade colonial. Tudo ao som de motetos barrocos, coloniais, que a Orquestra tira de partituras antigas, para deixar mais denso e sublime o ambiente.
Sequentes, mãe e filho seguem pela Rua da Graça, ele na frente e ela atrás. Dobram a esquina, descem para o passinho do Largo da Cruz, passam por uma rua sinuosa até o passinho da Rua Direita e de lá sobem a escadaria da Matriz do Pilar. Lá do alto se miram resignados, complascentes olham o povo apinhado escada abaixo, do lado de fora do gradil. Depois entram no templo e de lá para a sacristia, de onde o Cristo condenado, de cruz às costas, só vai sair na quaresma do ano que vem.
Quando tudo estiver roxo outra vez...
Nesta época do ano, roxo em São João del-Rei não é uma cor; é um sentimento presente em tudo. E isto faz com que o coração dos são-joaneses, a cada dia que se aproxima da Sexta Feira das Dores, do Sábado dos Passos e do Domingo do Encontro fiquem mais suspensos em um tipo de expectativa que aperta o peito, chega a tirar o fôlego. Os sinos que dobram giram penachos de papel crepom, desprendendo fitas roxas que voam pelos ares e se espalham pelos telhados, pelas árvores, pelos jardins, pelas pedras do chão, espalhadas pelo som e pelo vento. Roxo no céu, na terra, no ar. Roxo em toda parte.
O alívio só vai voltando à alma lentamente, o coração só acalma seus batimentos aos poucos, quando o Senhor dos Passos, com cruz e buquê de orquídeas roxas, sai vespertino e crepuscular da igreja de São Francisco. Calmo, triste e pensativo, para no passinho da Rua da Prata, atravessa a ponte de arcos e pedra, para novamente no passinho do Largo do Rosário, e sobe o beco da Matriz para se encontrar, no Largo das Mercês, com sua Mãe das Dores.
Tudo de frente e em frente ao pelourinho de pedra, onde antigamente eram castigados publicamente os negros escravos e os condenados pela sociedade colonial. Tudo ao som de motetos barrocos, coloniais, que a Orquestra tira de partituras antigas, para deixar mais denso e sublime o ambiente.
Sequentes, mãe e filho seguem pela Rua da Graça, ele na frente e ela atrás. Dobram a esquina, descem para o passinho do Largo da Cruz, passam por uma rua sinuosa até o passinho da Rua Direita e de lá sobem a escadaria da Matriz do Pilar. Lá do alto se miram resignados, complascentes olham o povo apinhado escada abaixo, do lado de fora do gradil. Depois entram no templo e de lá para a sacristia, de onde o Cristo condenado, de cruz às costas, só vai sair na quaresma do ano que vem.
Quando tudo estiver roxo outra vez...
Celebração dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo a caminho do Calvário
São João del-Rei, de 13 a 15 de março de 2015 - Matriz do Pilar
Foto e vídeo - Marcos Luan (https://www.youtube.com/watch?v=GE4tiWFxcRg)
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