Estamos em São João del-Rei, mais precisamente no Largo do Carmo, no ano de 1924. Pela sombra oblíqua projetada da esquerda para a direita, sabemos que devem ser, mais ou menos, 3 horas da tarde.
Um soldado, em primeiro plano, anda depressa, atravessando a praça, como a fugir da paisagem rumo ao Largo da Cruz. Dois meninos brincando, um homem de pé, encostado na monumental fachada, do lado oposto mais algumas crianças. Uma mulher, na janela, espia o dia escorrer e a vida passar...
- Quem é aquele homem de terno preto e chapéu no centro da foto, de frente à portada?
- Ora, não é ninguém menos do que Oswald de Andrade!
Era abril, Semana Santa, e ele adentrava o interior de Minas para redescobrir o Brasil, na companhia da pintora Tarsila do Amaral e do poeta e intelectual francês Blaise Cendars.
Ficaram todos tão encantados com o que viram que, entre outros poemas, Oswald de Andrade, após descrever sumariamente nossa cidade por não encontrar para ela adjetivos, pediu aos brasileiros: Ide a São João del-Rei!
"São João del Rey
A fachada do Carmo
A igreja branca de São Francisco
Os morros
O Córrego do Lenheiro.
Ide a São João del Rey
De trem
Como os paulistas foram
A pé de ferro."
Nossa. Incrível essa história. Sou muito fã de Tarsila.
ResponderExcluirSurpreendente, não é, Thaís? São João del-Rei é muito rica de histórias que normalmente não se conhece. Obrigado pelo comentário. Conto sempre com suas visitas e com sua divulgação deste Almanaque Eletrônico. Grande abraço.
ExcluirEmílio, muito interessante esta foto. Ainda mais, pelos personagens envolvidos.
ResponderExcluirEmílio, muito interessante esta foto. Ainda mais pelos personagens envolvidos.
ResponderExcluirPois é, Popó, a história de SJDR é tão rica, tem tantas pesquisas e tantos trabalhos produzidos ou em produção, mas nem sempre democratizados com a comunidade. Se fossem, com certeza conheceríamos mais coisas, inclusive fotos como esta. Grande abraço!
ResponderExcluirA ideia nasce de Blaise Cendrars quando esses modernistas viajam pelo Brasil a procura de uma arte verdadeiramente brasileira, daí que o Barroco mineiro é tido como arte nossa. Depois, os modernistas seguem até BH quando, ao final, funda-se o Instituto de Patrimonio Histórico.
ResponderExcluirExatamente. Vi certa vez um vídeo do IPHAN que mostrava entre outras coisas imagens (cenas?) desta viagem, creio que em SJDR. Pena que não guardei o nome. Obrigado por seu comentário!
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