A cidade ainda possui, também, o chafariz da Deusa Ceres, certamente da mesma idade e origem do chafariz da Municipalidade. Entretanto, conta a história que este monumento, tal qual uma pessoa errante, vagou por diversos pontos da cidade e, há algumas décadas, está anacrônico e atordoado na Praça de Matosinhos, em frente à igreja do Bom Jesus, onde em sonho acena para os turistas que nos fins de semana e feriados passeiam na Maria Fumaça.
Sabe-se que outrora existiu um chafariz de cantaria no Largo de São Francisco, conforme fotografia possivelmente tirada no início do século 20, assim como sabe-se também que muita gente entraria sem medo na máquina do tempo apenas para ver, materializado, este monumento que é uma miragem no imaginário são-joanense.
Mas no último mês, dois novos chafarizes foram instalados na paisagem histórica de nossa cidade. Não são obras de arte nem marcos comemorativos; não se destinam a enfeitar as praças nem celebrar grandes feitos. Pelo contrário. São instalações muito simples e absolutamente funcionais, extremamente necessárias na realidade ameaçadora e preocupante desses nossos dias.
Bem que poderiam se justificar como instalações urbanas de vanguarda, arte conceitual temporária ou coisas assim, pois de fato o são. Mas na verdade, são muito mais do que tudo isto. São iniciativas de responsabilidade sócio-humanista-cidadã, implementadas voluntariamente por dois irmãos empresários atuantes no segmento turístico, preocupados com a saúde dos transeuntes menos-favorecidos do centro histórico de nossa cidade. Mais especificamente, com o combate ao novo coronavirus e prevenção da Covid 19 em São João del-Rei.
Apesar da semelhança funcional e da finalidade utilitária, sequer têm a elevada pretensão ou almejam ser monumentais chafarizes. Pelo contrário. Se propõem e se satisfazem apenas em ser conjuntos plásticos de pia, torneira, pequena caixa d'água e canos pvc, equipados com detergente líquido, montados e instalados no estacionamento do Largo Tamandaré, em frente ao Museu Regional, e no jardim da Avenida Presidente Tancredo Neves, entre a Estação Ferroviária e o Hotel Brasil, prestando efetivamente um relevante serviço de utilidade pública!
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Texto e foto: Antonio Emilio da Costa
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