Pular para o conteúdo principal

Tom Maia: o tom maior de São João del-Rei foi homenageado na Quarta-Feira de Trevas 2013



Na Semana Santa de São João del-Rei, fraternidade não é só um ensinamento. Assim como também não o são amizade, reconhecimento, respeito, gratidão, encantamento e admiração mútua. Fraternidade, amizade, reconhecimento, respeito, gratidão, encantamento e admiração foram as estrelas que brilharam no céu vespertino da Quarta-Feira de Trevas de 2013, iluminando o caminho que novamente trouxe à cidade o artista plástico Tom Maia e sua família.

Há algumas décadas, Tom Maia desenhou paisagens do centro histórico de São João del-Rei e monumentos são-joanenses, divulgando esta produção em um precioso livro de arte, à época lançado nas maiores e mais importantes livrarias especializadas do Brasil.  Pela beleza dos desenhos e textos, rapidamente a tiragem esgotou-se, ajudando a tornar ainda mais conhecida a riqueza delicada do singular patrimônio arquiteônico são-joanense.

Para trazer à luz de nossos dias tão importante obra e prestar um tributo de homenagem de gratidão e reconhecimento aos dois artistas, a ONG Atitude Cultural promoveu, na tarde do dia 27 passado, uma homenagem a Tom Maia e àTheresa, escritora, esposa e parceira no citado livro, um diploma e a placa São João del-Rei agradece. No evento, realizado na Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida - a primeira biblioteca pública fundada em Minas Gerais - também foi homenageado o fotógrafo Cláudio Leite, por sua recente e bela produção que apresenta, na forma de calendário, várias aves de nossa região.

Magia, amorosidade, amabilidade, cordialidade, encantamento. Estes foram os sentimentos que emolduraram o bate-papo com os três artistas, tanto durante a palestra quanto no calor de um cafezinho com quitandas mineiras - gentileza do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei - parceiro da Atitude Cultural nesta realização.

Tão sincronizado foi o encontro do artista criador e de sua arte com a cidade que foi sua musa inspiradora que um instrumento mágico, indígena, sem mais nem menos, fêz valer sobre tudo o seu poder sobrenatural. Duvida? Então veja só:

Abrindo o encontro, uma narradora, ao som de um pau-de-chuva, começou a contar a história de um menino. Tom, muito atento, ao identificar tratar-se de sua própria história, foi tomado de emoção. Nesta hora  enternecida, a natureza não se conteve e, na forma de uma chuva forte, boa e prazenteira, saudou a todos: aos admiradores do artista, à sua obra, a São João del-Rei e a seu tom maior -Tom Maia!.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Debaixo de São João del-Rei, existe uma São João del-Rei subterrânea que ninguém conhece.

Debaixo de São João del-Rei existe uma outra São João del-Rei. Subterrânea, de pedra, cheia de ruas, travessas e becos, abertos por escravos no subsolo são-joanense no século XVIII, ao mesmo tempo em que construíam as igrejas de ouro e as pontes de pedra. A esta cidade ainda ora oculta se chega por 20 betas de grande profundidade, cavadas na rocha terra adentro há certos 300 anos.  Elas se comunicam por meio de longas, estreitas e escuras galerias - veias  e umbigo do ventre mineral de onde se extraíu, durante dois séculos, o metal dourado que valia mais do que o sol. Não se tem notícia de outra cidade de Minas que tenha igual patrimônio debaixo de seu visível patrimônio. Por isto, quando estas betas tiverem sido limpas e tratadas como um bem histórico, darão a São João del-Rei um atrativo turístico que será único, no Brasil e no mundo. Atualmente, uma beta, nas imediações do centro histórico, já pode ser visitada e percorrida. Faltam outras 19, já mapeadas, dependendo da sensi

Em São João del-Rei não se duvida: há 250 anos, Tiradentes bem andou pela Rua da Cachaça...

As ruas do centro histórico de São João del-Rei são tão antigas que muitas delas são citadas em documentos datados das primeiras décadas do século XVIII. Salvo poucas exceções, mantiveram seu traçado original, o que permite compreender como era o centro urbano são-joanense logo que o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes tornou-se Vila de São João del-Rei. O Largo do Rosário, por exemplo, atual Praça Embaixador Gastão da Cunha, surgiu antes mesmo de 1719, pois naquele ano foi benta a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, nele situada e que originalmente lhe deu nome. Também neste ano já existia o Largo da Câmara, hoje, Praça Francisco Neves, conforme registro da compra de imóveis naquele local, para abrigar a sede da Câmara de São João del-Rei. A Rua Resende Costa, que liga o Largo do Carmo ao Largo da Cruz, antigamente chamava-se Rua São Miguel e, em 1727, tinha lojas legalizadas, funcionando com autorização fornecida pelo Senado da Câmara daquela Vila colonial.  Por

Padre José Maria Xavier, nascido em São João del-Rei, tinha na testa a estrela da música barroca oitocentista

 Certamente, há quase duzentos anos , ninguém ouviu quando um coro de anjos cantou sobre São João del-Rei. Anunciava que, no dia 23 de agosto de 1819, numa esquina da Rua Santo Antônio, nasceria uma criança mulata, trazendo nas linhas das mãos um destino brilhante: ser um dos grandes - senão o maior - músico colonial mineiro do século XIX . Pouco mais de um mês de nascido, no dia 27 de setembro, (consagrado a São Cosme e São Damião) em cerimônia na Matriz do Pilar, o infante foi batizado com o nome  José Maria Xavier . Ainda na infância, o menino mostrou gosto e vocação para música. Primeiro nos estudos de solfejo, com seu tio, Francisco de Paula Miranda, e, em seguida dominando o violino e o clarinete. Da infância para a adolescência, da música para o estudo das linguas, José Maria aprendeu Latim e Francês, complementando os estudos com História, Geografia e Filosofia. Tão consistente era seu conhecimento que necessitou de apenas um ano para cursar Teologia em Mariana . Assim, j