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Mostrando postagens de outubro, 2013

Santa Casa de Misericórdia de São João del-Rei. 230 anos de existência. 197 anos de oficialização

197 anos. Este é o tempo que se passou desde que Dom João VI, no dia 31 de outubro de 1816, assinou Provisão confirmando a fundação da Santa Casa de Misericórdia da Vila de São João del-Rei. Mas o hospital já existia desde o século XVIII, mais precisamente desde 1783, quando foi criado pelo ' irmão da Misericórdia ' Manoel de Jesus Fortes, com o nome de Casa da Caridade.   Um documento datado da época exata em que começou a funcionar o hospital, assim o descreve:             ficava " em lugar próprio e acomodado, no qual [o irmão Manoel] fez              os cômodos  necessários para 30 doentes, com todas as camas precisas              e distinção de lugares  para p essoas de um e de outro sexo. A obra tem             merecido aplauso de todo o povo.                               Por verem que sendo principiada em janeiro do presente ano de 1783,              logo para ela  entraram enfermos aos quais até o presente momento                 não tem faltado

Quem escreveu, com letras arabescas, os primeiros capítulos da dourada história de São João del-Rei?

A história de São João del-Rei e tão antiga - e dá tantas voltas no tempo - que muitos nomes que a escreveram estão diluídos nos séculos, esquecidos das memórias, desconhecidos do são-joanense de hoje. Um deles é o do capitão José Álvares de Oliveira. De origem legitimamente portuguesa, Álvares de Oliveira viveu em São João del-Rei por quase cinquenta anos, aqui chegando pouco depois da descoberta do ouro na Serra do Lenheiro e da criação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar. Aqui, teve participação destacada, como capitão, na violenta Guerra dos Emboabas, que aterrorizou a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro entre 1708 e 1709. Com a instituição da Vila de São João del-Rei, em 8 de dezembro de 1713, foi eleito procurador da primeira Câmara e depois, em 1719, juiz ordinário do Senado da Câmara. Em 30 de outubro de 1751, eleito fiscal da Real Casa de Fundição da Vila de São João del-Rei, não aceitou o cargo. Seu estado de saúde não era bom e, além do mais, a sensatez sabi

Finados dias, de lembranças, dores, ausências e de saudades, em São João del-Rei

Novembro ainda se avizinha, mas já se sente um suspiro fundo no peito colonial de São João del-Rei. Um sopro no coração, barroco, de saudade. O décimo primeiro mês do ano traz consigo, como estandarte, o vazio deixado por aqueles que já se foram. A lembrança daqueles que não mais existem. Traz no ar o que Adélia Prado escreveu: " a ausência a ocupar todos os meus cômodos ". Nos dias que antecedem Finados, os são-joanenses já acorrem, preventivamente, aos cemitérios. Lavam e enceram os túmulos, espanam os crucifixos, avivam os nomes das placas, tiram fora as desbotadas flores de plástico. Vazias, as floreiras novamente serão enfeitadas com ramos da flor saudade na manhã do dia 2 de novembro, enquanto os sinos, de todas as torres, choram Exéquias. Outubro de 2013. Em São João del-Rei ainda é assim...

São João del-Rei, setembro de 1993. Relembrar, para não esquecer! E cada vez mais aprender...

Há 20 anos, São João del-Rei foi manchete nos principais jornais impressos do país. Nos telejornais, não foi diferente: o nome da cidade era repetido várias vezes por dia. E não era por um fato glorioso ou um acontecimento à altura dos são-joanenses. Pelo contrário. O motivo de tamanho alvoroço  era  uma questão preocupante para o patrimônio arquitetônico-urbanístico do país, que colocava de um lado o poder público local e de outro o poder público federal. Do que se tratava? Do asfaltamento da Rua Santo Antônio - uma das mais antigas e bonitas do centro histórico colonial, famosa por suas casas tortas e por ser endereço das sedes das duas orquestras mais antigas das Américas - a Lira Sanjoanense e a Ribeiro Bastos - e da centenária Banda de Música Theodoro de Faria.Temia-se que a rua, que fora trilha de entrada dos bandeirantes no Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, em 1703, 290 anos depois servisse de caminho para o asfalto chegar definitivamente às ruas, becos, praças e larg

Corações negros de São João del-Rei teluricamente batem como tambor por Nossa Senhora do Rosário

Pela intensidade e fervor das manifestações religiosas que há mais de trezentos anos são realizadas em São João del-Rei - antes pelos escravos e, depois, por seus descendentes - logo depois que começa a primavera, em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, pode-se dizer que outubro é o sagrado mês negro desta terra. Afinal, desde 1708 Nossa Senhora do Terço é madrinha do povo que veio da África e há três séculos vive ao longo e em torno da Serra do Lenheiro Caixas, tambores, vozes, bandeiras, rezas, rosários, fitas, flores, espelhos, olhares - tudo ressoa, pulsa, vibra, brilha, tremula nos grupos de congada de São João del-Rei e arredores. Homens, mulheres, crianças, idosos, unindo ontem e hoje, dois tempos, neste mês se juntam em grupos e ternos para praticar uma devoção muito antiga, iniciada em 1208. Foi naquele distante ano que Nossa Senhora do Rosário apareceu a São Domingos de Gusmão e lhe entregou um terço de 150 contas. Isto, exatamente 500 anos de ser criada a Irmandade

Líricos e poéticos becos de São João del-Rei: Beco do Salto, veiazinha de um coração colonial

O Beco do Salto é como uma veiazinha estreita e acanhada, na aurícula mais colonial do coração histórico de São João del-Rei. Unindo a Rua Santa Teresa à Rua Santo Elias e desaguando em esquina da casa mais antiga da cidade, tem por vizinhos próximos, quase porta a porta, uma grande pedreira com uma mina de ouro, a igreja e o Cemitério do Carmo, o Chafariz da Municipalidade, o Largo da Cruz, o Largo do Carmo e a Sociedade de Concertos Sinfônicos de São João del-Rei. Tão grande e por tanto tempo foram sua timidez e autoabandono que suas casas quase se autoarruinaram. Hoje, com restaurações, estão novamente reforçando sua face de outros tempos. A memória nacional ganha com isto. Personagens famosos, verdadeiramente importantes na cultura musical de São João del-Rei, moradores de um pequenino sobrado no Beco do Salto, foram o violinista Geraldo Ivon da Silva, o Geraldo Patusca, e sua primeira esposa, Maria José, a Maricota - ambos músicos da Orquestra Lira Sanjoanense. Ali, sob esta

Saúde pública e serviço social nas primeiras décadas da Vila de São João del-Rei

A elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes à categoria de Vila, em 8 de dezembro de 1713, deu a São João del-Rei, não somente um novo status sócio-geopolítico-administrativo na Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Possibilitou e favoreceu a implantação pioneira de alguns serviços públicos essenciais que, como sementes do respeito ao direito de cidadania, proporcionavam melhores condições de vida aos que habitavam nas cercanias da Serra do Lenheiro. Um destes serviços foi a saúde. Consta que em 22 de outubro de 1718, portanto há 295 anos, a Câmara contratou o médico português José de Macedo Correa, formado pela Universidade de Coimbra, para " curar os pobres de graça ". Por este trabalho ele receberia, anualmente, 1 libra de ouro. Foi, assim, Dr. Macedo o primeiro médico que se instalou na Vila de São João del-Rei. Para esta contratação, a Câmara tinha um bom argumento: " estavam morrendo muitos escravos, por não haver quem lhes

Em São João del-Rei, no mês de outubro, viva Nossa Senhora do Rosário!

Em São João del-Rei, antes que em qualquer outro lugar de Minas, "Bendito, louvado seja ô ganga,    o rosário de Maria!    No mundo, já era noite, ô ganga.     Lá no céu, parece dia... Foi por meio de nossa cidade que a Senhora do Rosário desceu nas terras mineiras. Antes que surgisse o Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, ela ainda não havia chegado nas regiões onde o ouro brilhava qual as estrelas. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São João del-Rei é a mais antiga de Minas Gerais. A segunda mais velha do Brasil. Como não se orgulhar disso? Como não ser grato à Senhora do Rosário por esta preferência pelos são-joanenses, a quem, desde a madrugada do século XVIII, oferece o Menino Jesus e o rosário da salvação? Como não se rejubilar por esta distinção? A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Negros de São João del-Rei foi fundada em 1708, quando fervia na região a sangrenta Guerra dos Emboabas. Nenhuma vila tinha sido instituída na

Líricos e poéticos becos de São João del-Rei: Beco do Capitão do Mato do sagrado ao pecado, perdição

Entre os velhos becos da colonial São João del-Rei, um era o mais desgraçado. Caminho da maldade e do pecado, era o Beco do Capitão do Mato. Numa ponta, imaculada, a pureza e a bondade. Torre branca, muitas portas, tudo para a capela do Santíssimo Sacramento, em eterna adoração, na igreja do Carmo. Na outra, pura obscuridade: mulheres de vida livre, serenatas, rufiões, risadas, bandidos, gemidos, pervertidos, miseráveis, jogatinas, cachaçadas. No caminho de pedra e poucos passos, entre virtude e desgraça, morava a crueldade do solitário capataz que a alma ao diabo, em troca de ouro, entregara. O tempo passou. Adeus Margarida Tomba-homem. Adeus Helena dos Cachos. Adeus Índia Paraguaia. Adeus mulheres da vida. Adeus escravidão. Adeus capitão do mato... Estreito e simpático, entre a igreja do Carmo e a Rua da Cachaça, o Beco do Capitão do Mato é hoje uma rota inocente, de pedra calçada. Tanto que, na voz do povo, tem nome infantil: Beco da escadinha, Beco do Carmo. Visto da parte

Líricos e poéticos becos de São João del-Rei: Beco Sujo tem flores de cidadania e civilidade

Por mais belos e delicados que pudessem ser, antigamente, em São João del-Rei, becos não eram locais nobres. Eram como atalhos, vielas que não alcançaram a condição de rua, tamanhas sua estreiteza, pequena extensão e desprezada importância. Gente de bem não morava em beco. Na velha São João del-Rei, também não costumavam ser caminhos por onde passava quem queria ou podia ser visto. Muito pelo contrário, estes trajetos traziam em sua reputação algo de clandestino, escuso, suspeito, condenável. No discurso popular " campear nos becos ", não era coisa de gente direita, decente, bem-intencionada. Mas os becos sempre foram locais poéticos, singulares, autênticos caminhos que levavam  sorrateiramente a seu destino quem, por pressa, vergonha, acanhamento ou atitude duvidosa, não desejava ser interrompido ou reconhecido. À noite eram (e ainda hoje são) caminhos arriscados. Ninguém nunca sabe o quê nem quem pode encontrar em uma curva fechada e estreita, em um ângulo agudo, por

Tapetes de flores de São João del-Rei: arte-manifesto lembra que "os sonhos não envelhecem"

Areia, serragem, sementes, flores. Gestos delicados, contornos cuidadosos, concentração, cordialidades, sorrisos. Cores. Muitas cores, escorrendo entre os dedos a formar símbolos sagrados, paisagens celestiais, querubins, cálices, pietás, sudários, estrelas, rocalhas, volutas, rendilhados. É deste modo que o céu desce ao chão em forma de tapete processional e se alastra nas ruas de pedra durante as festas religiosas de São João del-Rei. Mas como tudo na cidade, esta história já vem de um bom tempo. E o tempo passa a favor de São João del-Rei.  Este ano, quando se completam 300 anos da elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar do Rio das Mortes a Vila de São João del-Rei, completaram-se, no mês de abril, 30 anos da re-criação dos tapetes de serragem e flores como expressão artística, arte-manifesto em favor da preservação e valorização turístico-cultural da quarta vila do ouro instituída em Minas Gerais. Tudo começou em 1983 numa conversa de jovens que começou em uma expo

Crianças: a Arca da Memória de São João del-Rei

Quando se fala na preservação da memória e perpetuação da cultura de São João del-Rei, não se pode esquecer de um segmento muito importante: as crianças. São elas que, por gerações, levarão acesa na lembrança a chama da história do que nos legaram nossos antepassados. Que perpetuarão séculos afora, com amor, zelo e compromisso, as crenças, esperanças, tradições, sabedorias e saberes aqui construídos e cultivados há mais de três séculos. O dia 12 de outubro - Dia da Criança - é bom para se lembrar disto. Pensando assim, é preciso cada vez mais inserir a criança no universo cultural de São João del-Rei. Nas tradições barrocas, como as procissões e outras festas religiosas. Nas expressões populares, como congada, folia de reis, carnaval, artesanato. Em todas as artes, sejam música, teatro, literatura, dança ou artes plásticas. Na gastronomia... Na vanguarda de outras cidades, São João del-Rei já desenvolve algumas ações neste sentido. Em relação aos tapetes processionais, isto já

Belos e férteis quintais. Ainda existem paraísos intimistas no centro urbano de São João del-Rei

São João del-Rei surpreende. Na maioria das vezes, de onde menos se espera, salta uma visão inesperada que mostra a renovação pela qual a vida sempre brota naquele - e daquele -lugar. Remanescentes de velhos tempos e resistentes às atuais pressões por mais espaço residencial, os quintais nos dizem isso. Dizem também - e tão bem - que é possível alcançar o que Bachelard sentenciou: "O universo tem um destino de felicidade. O homem deve encontrar o Paraíso."  É só acreditar e persistir... Mas também em São João del-Rei o crescimento populacional impulsiona a demanda pelo aumento das áreas habitacionais, fazendo com que, cada vez mais, as casas cubram espaços que antes tinham céu aberto. Cimentem canteiros e cresçam verticalmente. Com isso, se domestica e urbaniza o que antes era celestial. Perde-se a porção do Éden que havia no pequeno território familiar e intimista, antes povoado por muito do que Deus criou no começo do mundo: laranjeiras, roseiras, orquídeas, hortências,

Um canto de louvor e gratidão, de São João del-Rei, para sua áurea, excelsa e espanhola padroeira

Outubro, mais precisamente no dia 12, é a data consagrada à padroeira de São João del-Rei, Nossa Senhora do Pilar. Contam que a Virgem aqui chegou em imagem primitiva, trazida pelos próprios bandeirantes, a quem protegia de perigos, tristeza, violências, emboscadas, animais peçonhentos, maus pensamentos e infortúnios. Em troca, de início eles lhe construíram uma capela, incendiada em 1709, no final da Guerra dos Emboabas. A matriz atual, dedicada à Virgem espanhola começou a ser construída em 1721 e é um dos mais belos templos do barroco brasileiro. Nela acontecem as principais cerimônias da Semana Santa mais tradicional do Brasil, algumas únicas em todo o mundo. Volta e meia ali se ouve a música colonial de uma novena, dobres e repiques de sinos em tencões e terentenas. Da Matriz do Pilar sempre sai uma procissão... Como aqui se repete há quase 300 anos, a novena de Nossa Senhora do Pilar começa no dia 3 de outubro e vai até o dia 11, véspera da data maior. A parte musical, comp

São João del-Rei, enternecida, lembra a morte de São Francisco de Assis

Neste dia 4, desde cedo, em São João del-Rei, os sinos das altas torres do templo franciscano tocam graves, compassados e langorosos para lembrar aos são-joanenses que no dia 3 de outubro de 1226 - portanto há 787 anos - morria, irmão da água e do fogo, da Terra, da Morte, do Sol e da Lua, São Francisco de Assis. Mesmo que seja azul e iluminado, o dia escorre triste no jardim em forma de lira, tendo palmeiras como cordas. Esparsamente, pessoas atravessam largo e adro, entram na igreja sombria e silenciosa  e levam orações para o santo, penitente, piedoso, magrinho e de hábito preto, austero e solitário em seu andor. Já no século XVIII era assim. Às três da tarde, os sinos tocam mais insistentes e mais tristes ainda. É hora de celebrar o momento em que São Francisco - em imagem deitado no chão da igreja - deixou este mundo. Em volta, também de hábitos pretos, irmãos e irmãs da Ordem Terceira oram contritos em memória da sentida passagem. Pouco depois, no adro da igreja, os anim

Outubro Rosa em São João del-Rei." Todo dia é dia, toda hora é hora de saber que este mundo é seu"!

Todo mês de outubro, em muitas das grandes capitais brasileiras, os mais belos e principais monumentos públicos recebem iluminação noturna especial, rosada, como parte da campanha de prevenção do câncer de mama. É o movimento nacional conhecido como Outubro Rosa . Em São João del-Rei, independentemente da época do ano e do horário do dia, muitas pessoas, por puro deleite, pintam as fachadas de suas casas de cores vivas e variadas, em tons vibrantes: vermelho, verde, abóbora, azul, amarelo, abacate, hortência, ocre, cereja, ferrugem, laranja, lilás, rosa, terra - sem qualquer pudor ou constrangimento. Agindo assim, buscam deixar mais alegres a vida e a paisagem, fazendo cumprir o que sentencia uma antiga constatação poética de Antônio Marcos Noronha:                                 " Era dia comum                                    e virou festa.                                   A gente põe nas coisas                                    as cores que tem por dentro.

A História de São João del-Rei é feita de muitas histórias. E também de belas estórias...

Desde que no alvorecer do século XVIII Tomé Portes del-Rei fincou pé nas margens do Rio das Mortes, cobrando pedágio pela travessia fluvial que levava às portas do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar, até a mais recente badalada dos sinos da Matriz do Pilar, muitos personagens estão - há mais de 300 anos, na lida do seu dia a dia - a escrever a história de nossa terra. Brancos, negros, mulatos, morenos, criolos. Nobres, proscritos, desbravadores, déspotas, clandestinos, bandeirantes, sacerdotes, escravos. Livres, cativos, forros, libertos, sonhadores, serviçais. Intelectuais, iletrados, artistas, artesãos, analfabetos, escultores, músicos, cientistas, inventores de estórias que mais parecem a própria vida. Depois de Tomé Portes, ainda no Arraial, a Guerra dos Emboabas, certamente acendeu o lume para a instituição da vila de São João del-Rei. Em 1717, o Conde de Assumar esteve aqui e foi saudado com a música do mestre Antônio do Carmo. Gostou tanto que voltou outras vezes.