Na galeria dos personagens típicose muito populares de São João del-Rei, um muito pitoresco, mas hoje praticamente esquecido, é Vovô Gomide.
Fins dos anos 50, começo dos anos 60, já relativamente idoso, o velho meio branco, baixinho, de cabelo e barba brancos, morava na esquina da Rua Coronel Tamarindo com a Rua Rodrigues de Melo, onde hoje existe a Praça Padre José Maria Fernandes, próximo à Rua do Barro e ao Pau D'Angá. Para as crianças, pela semelhança, era o ilustre Marquês de Tamandaré, que naquela época corria de mão em mão na nota de Cr$ 1 (um cruzeiro).
Sempre de paletó escuro e surrado, com sua voz mansa, rouca e baixa, se dizia nobre, descendente do Barão de Cocais, e aguardava a chegada de sua parte da lendária herança, que vinha não se sabe de onde, mas do século XIX.
O que fazia dele uma pessoa especial? Vovô Gomide catava no chão maços vazios de cigarro que os fumantes jogavam fora e desenhava a lápis, no verso da estampa e no papel branco, garatujas de corpo inteiro. Por motivos que ninguém sabe, todas eram mulheres de saia e perfil.
Diariamente sentado na Praça do Coreto, em frente ao Hotel Brasil, na porta da Estação ou nas esquinas perto de sua casa, presenteava as crianças com suas garatujas, que ele e todos chamavam de Catitas. Possivelmente hoje ninguém tem mais este registro de sua existência..
Algum são-joanense sexagenário ou maior desta idade, tendo recebido alguma Catita, se lembra do Vovô Gomide?
É de tirar o fôlego . Infelizmente não lembro-me deste personagem da história sanjoanense. Parabéns pela matéria. Abraços!
ResponderExcluirObrigado por seu comentário. Vovô Gomide morava em uma casa de esquina da Rua Rodrigues de Melo com uma pracinha entre a Rua Padre Faustino e a Rua do Barro, imediações de quem desce o Pau Dangá.
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